O Guardião do Oráculo de Visões

Capítulo 02

    Esse capítulo foi dedicado a Camila, que na realidade foi quem o escreveu já que estamos fazendo isso em dupla. Queria agradecer a ela, por ser essa excelente escritora e por aceitar essa ideia doida de escrever um livro em dupla. Beijinhos...             

                                Eddie

                Meu nome é Eddie, sou filho único em uma família bem sucedida, curso o terceiro ano do ensino médio e sou do time de futebol. As pessoas me definem como o “lindo popular”, meninas nesse caso, e eu realmente acho isso ridículo. Não adianta ser popular e não ter amigos de verdade.

                Antes da Alicia eu era assim. Rodeado de gente, mas sozinho. Tudo irreal. Ela era tão quieta, quase sempre tão imperceptível e deve ter sido por isso que meus amigos quiseram zoar ela. Disseram que tinham certeza que ela aceitaria (depois de um tempo fazendo doce), ser levada pra casa por um deles. Mas quando percebi o que realmente queriam eu dei um jeito da situação se arrumar:

– Com vocês ela com certeza não sairia. Agora eu, levo ela pra casa tranquilão!

– Qual é cara.

– Olha o cara! Eu duvido que ela aceite.

 – É. Olha ela é toda certinha. Não fala com os garotos.

– Se você conseguir levar ela pra casa hoje te dou uma grana.

 – Eu também. – Os outros dois falaram.

– Ta.

                E sai andando na direção de Alicia. Realmente disse que era uma aposta, e também disse que precisava levar ela pra casa e que ganharia uma grana por isso.

 – Ah claro - disse desconfiada. – E a metade disso com certeza vai ser minha então.

 – Por essa eu não esperava. Que interesseira.

 – Eu interesseira? Você que tem dinheiro e popularidade e mesmo assim se submete a isso por dinheiro que não faz diferença pra você. – Ela disse tudo isso com um sorriso sarcástico e um olhar divertido no rosto.

 – Ai essa doeu. – Disse rindo e esfregando o peito como se estivesse machucado. – Tudo bem, te dou a metade do que eu ganhar.

 – Então vamos logo pra casa.

                Peguei o caminho mais longo para a casa da Alicia, queria saber como ela pensava seus gostos. Ela me chamava a atenção. Não atenção carnal, apesar de ser realmente linda com aqueles cabelos negros e o olhar sincero, e nem era uma atração amorosa. É só que ela era diferente e eu tinha que saber por quê.

                Conversamos sobre musicas e filmes, livros e séries. Ela era autêntica. Quando chegamos na sua casa percebi que poderia não falar mais com ela. E não por mim, mas sim porque ela certamente se esqueceria disso. Mas eu não queria:

 – Te dou todo o dinheiro se você for minha amiga.

 – Quer me comprar? – disse arqueando as sobrancelhas.

 – Não. – Já estava me arrependendo do que disse. – Eu só...

                E ela começou a rir. E logo gargalhou.

 – Você é hilário. Tá bom. Tchau Eddie.

                Não entendi nada, mas agora tinha uma amiga.