Contraste

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Um dia desses, ouvi na aula de fotografia que o pôr do sol de São Paulo, tão belo, é resultado da mistura de raios solares com a poluição.

Nos vejo assim... Você é resplandecente e eu posso te diminuir.
Mas é tão lindo, não é? Digo, o nosso contraste.

Naquele momento, com você, tudo parecia tão certo dentro de mim,
todas as cores num espetáculo de harmonia.

Mas, agora que você se foi, o retrato que me resta é o de grandes nuvens chegando.
Tenho o ímpeto de fechar as janelas e me abrigar, mas... Onde?

Seu olhar era meu lar.

Permaneço ali. A água não desaba, tampouco o sol reaperece,
apenas o estrondo do trovão prevalece.

Mais uma vez, fomos vítimas da melancolia, dúvida e incerteza.

Afinal, não somos todos?

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