𝐎𝐧𝐞

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∙𝗣𝗮𝗿𝘁 𝗼𝗻𝗲∙

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∙𝗣𝗮𝗿𝘁 𝗼𝗻𝗲∙

𝐏𝐀𝐑𝐀𝐃𝐈𝐒𝐄 𝐏𝐑𝐎𝐁𝐋𝐄𝐌𝐒

Saio de casa caminhando, todos os dias no final da tarde após o jantar, eu uso a floresta pra correr, me faz bem e eu gosto da natureza. Começo a correr pela trilha, já está ficando escuro, parece que hoje vai chover e muito, já que o céu está completamente nublado.

Tento não pensar em como as coisas andam lá em casa, e o quanto eu gostaria de fugir com a Morgan e nunca mais entrar lá até que a minha mãe desista de tudo e decida se divorciar.

Quase caio quando a trilha fica estreita, e pra melhorar a minha situação eu escuto os trovões começarem, Morgan fala que eu sou estranha por gostar de trovões, mas tem coisa melhor do que ficar em casa escutando os sons que eles fazem tomando um chocolate quente?

O tempo começa a esfriar quando eu já estou na metade da trilha, aumento a música que está tocando no meu fone e continuo a correr cantarolando baixinho a música.

A tempestate venit*— Paro de correr no mesmo momento em que escuto essa voz, é a mesma que tenho escutado nos últimos meses, tiro os meus fones e olho ao redor, mas não tem ninguém aqui. E ainda começa a chover, que ótimo!

Começo a escutar vários sussurros, mulheres e homens, todas as idades, algumas estavam  gritando e outras não passavam de um mero chiado, no início elas estavam distantes, mas agora as vozes estão cada vez mais perto.

As minhas costas começam a doer, grito quando sinto a minha pele esticar, caio de joelhos na terra, os meus olhos começam a arder e a dor na minhas costas triplica me obrigando a apoiar minhas mãos no chão para não cair com tudo, a minha visão começa a escurecer formando alguns pontos pretos.

A cada segundo os sussurros ficam mais altos e a minha cabeça começa a rodar, tento me levantar mas as minhas pernas estão fracas levando o meu rosto cair direto pra poça de lama que a chuva fez.

Tento não fechar os olhos, cada vez mais eu sinto as minhas costas rasgarem fazendo uma nova onda de dor invadir todo o meu corpo.

Mel careful* — A voz ecoa fazendo o meu corpo inteiro se arrepiar e elas são a última coisa que eu escuto antes de apagar.

[...]

Acordo assustada num sobressalto e obrigo os meus pulmões a sugar mais ar do que o necessário, olho em volta e tento me adaptar ao escuro, já é noite e agora tem apenas uma leve garoa, me levanto da terra vendo o meu corpo todo melado de lama.

Procuro o meu celular e encontro o mesmo debaixo da poça de lama. Merda, okay, que ele ainda esteja funcionando, eu não tenho dinheiro pra comprar outro agora, e com certeza a minha mãe não vai ficar contente em ter que comprar outro.

Engulo o medo de ter que enfrentar a minha mãe e retiro o celular da lama, limpo a tela e aperto o botão fazendo a tela brilhar causando uma dor em minha vista pela luminosidade, pisco um pouco e encaro a tela me assustando ao ver que já são 02h55min, é a minha mãe vai me matar.

Suspiro tentando encontrar um jeito de explicar o motivo de chegar tão tarde e o porquê de estar toda cheia de lama, incluindo o rosto e cabelo. Argh, nem eu sei o que aconteceu nesse final de tarde, como eu explicaria que várias vozes estavam falando no meu ouvido e que só eu consigo escutar. Isso sem falar na dor que eu senti.

Começo a andar de volta pela trilha, sentindo o meu corpo diferente, dolorido mas como se estivesse completo.

— Você sabia que é perigoso andar no meio da floresta de madrugada? — Paro de andar quando uma voz masculina ecoa pela floresta, me viro hesitante em direção da voz — Não se sabe quando um assassino pode aparecer.

Encaro o rosto dele, e caramba, ele é bem bonito, mesmo que não de para enxergar muito bem no escuro.

— E o que me garante que você não é um? — Pergunto desconfiada, afinal não é porque você é bonito que te torna um santo.

— Nada. — Da de ombros, olha intrigado para o meu corpo cheio de lama e ergue uma de suas sobrancelhas — Noite difícil?

— Vida difícil. — Murmuro cansada causando um riso no moreno — Qual é o seu nome?

— Qual é o seu? — Rebate.

— Eu perguntei primeiro. — Cruzo os meus braços sentindo a lama secar, grudando em minha pele.

— Theo. — Ele sorri de lado e passa a mão no cabelo — Agora o seu.

— Angelina. — Digo naturalmente, mesmo que esse não seja o meu nome — Olha, se não se importa, não que eu ligue, porque eu realmente não estou nem aí, eu tenho que ir pra casa.

Sem esperar uma resposta de Theo, se é que esse nome é mesmo o seu nome, me viro de costas e saio andando de volta para casa, e dessa vez sem interrupções.

[...]

Abro a porta de casa com cuidado para não fazer barulho, retiro os meus tênis antes de entrar para não sujar e fecho a porta devagar.

Solto um suspiro e me viro e vou em direção do meu quarto, paro todo o meu corpo quando vejo uma sombra saindo da cozinha e mordo os meus lábios para não gritar e faço uma careta quando engulo um pouco de lama, enquanto uma Morgan de pijama sai da cozinha com um copo de água e arregala os olhos ao me ver. Ou melhor, ao ver uma pessoa coberta de lama e levemente molhada do chuvisco.

— Eu vou me arrepender de perguntar o porquê de você voltar a essa hora e suja desse jeito? — A morena me pergunta se apoiando na bancada.

— Provavelmente. — Dou de ombros e continuo andando — O que quer pelo seu silêncio?

A encaro por cima do ombro sabendo que o preço dessa mini mercenária não ia ser barato.

— Um mês sem lavar a louça — Diz simples e da um gole em sua água — E como de manhã começam as aulas, eu quero que faça um mês de dever de casa.

Apenas concordo com a cabeça sabendo que a mesma está morrendo de curiosidade, mas sigo para o meu quarto precisando de um banho urgente.

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1* A tempestade está vindo

2* Tome cuidado

Gente eu peguei do Google tradutor ent a tradução não provavelmente não é a correta, talvez esteja quem sabe, mas o que eu quis dizer está aqui.

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⏰ Última atualização: Aug 05, 2020 ⏰

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𝖆𝖓𝖌𝖊𝖑 | 𝐓𝐞𝐞𝐧 𝐖𝐨𝐥𝐟Onde histórias criam vida. Descubra agora