Capítulo 4: A Pandora da caixa

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"Um dos últimos males a sair da caixa de Pandora era a felicidade, e a esperança.

Porém como tudo que nos ilude fica à espreita, fica escondido..."

-Nilton Mendonça

A aula até que foi um tanto divertida perto de Andreas, ela me explicou que é uma mulher trans em transição, eu não sabia, mas a população trans tem um órgão intitulado Transgender Health Program (THP) onde recebem auxílio para assuntos dos mesmos, ela prometeu me explicar mais depois e também me fez prometer duas coisas, tratar ela somente no feminino e chamar ela por Pandora, não foi difícil para mim.

No final da aula ela me chamou e falou:

- Bob, o acampamento é na sexta ou seja, amanhã, ok?

- MAS COMO ASSIM AMANHÃ!?- Exclamei assustado e continuei

- Mas sexta tem aula, como assim?

Com um ar calmo e um pouco sarcástico eu diria, ela lança todas as informações:

- Sexta-feira dia 2 de março, dia da Independência de Texas, o Oregon também participa amor, dia sem aula.

- E que dia voltamos?

Novamente com calma e leveza ela solta:

- Na quarta.

- Meu santo DEUS na quarta vamos passar 5 dias acampando, vocês ficaram loucos só pode!

- Tá, mas quem não é louco nesse mundo meu pequeno Bambi? – Ela falou se sentando em um banco que fica na entrada principal da escola e continuou.

- Te pego na sua casa as 7 da manhã.

- Tem alguma chance de eu não ir pro esse acampamento Pandora?

- Sim, se eu morrer ou se você morrer, mas está fora de cogitação, vaso ruim não quebra.

Eu fiquei com muito medo naquele momento, apavorado mesmo, todo mundo da sala iria, inclusive Clark, o que eu faria?

Eu penso alto:

- To todo fudido nessa merda!

Pandora ouve e fala logo em seguida:

- Está mesmo, vou na sua casa pela noite para te ajudar a organizar suas coisas, já vi que você é meio pateta.

- Eu até tentaria refutar sua ofensa, mas é verdade eu sou completamente pateta.

- Ótimo, 8 horas eu estarei na sua casa fica atento.

- Ok!

Minha mãe chega e abre a porta do carro por dentro para mim e já pergunta:

- Oi filho, como foi a aula, vejo que fez um novo amigo, quem é?

Eu abro a boca para falar, mas Pandora prefere se apresentar, fazer o que né, vou colocar minha bike no porta malas do carro

Pandora então fala:

- Olá mãe do Bob, me chamo Pandora, estudo com o seu filho, e aproveitando que a senhora está aqui e está de bom humor, eu gostaria de saber se a senhora autorizaria o Bob a ir em um acampamento da turma, eu creio que ele precisa se enturmar, além de mim, o seu filho não conhece mais ninguém na sala, detalhe, já temos uma semana quase completa de aula, apenas ele não se enturmou com ninguém.

- Nossa, parece legal para o Bob, ele realmente nunca foi muito bom com socialização, muito legal sua atitude pandora em se preocupar com o meu Bobinho, eu autorizo sim.

- Ótimo, já combinei com o Bob de ir na sua casa pela noite para ajudar ele a se arrumar, sairemos amanhã pela manhã.

- Ok!

- Gente eu to aqui se não perceberam – Falo tentando ser notado.

- Ninguém vai perguntar o que eu acho sobre ir nesse acampamento?

Logo após eu falar, ambas olharam para mim e em coral falaram:

- NÃO!

Eu me afundei mais ainda no banco do carro com os braços cruzados.

- Então eu vou 8 horas para a sua casa Bob, agora tenho que ir, meu pai veio me buscar, até mais tarde.

- Tchau.

- Eu gostei dele ou dela, não sei ao certo achei carismático

- É ela mãe, ela é uma mulher Trans.

- Hata, achei ela divertida, deveria andar mais com ela.

- Mãe, eu conheci ela literalmente hoje.

- Meu filho, as melhores pessoas caem em nossas vidas de paraquedas do nada, ela é muito especial, e eu amei o esmalte dela.

- Você pode ter razão.

- Eu sempre tenho, por isso eu sou a mãe e você é o meu bebezinho.

Ela da partida no carro e vamos para casa.

O trouxa apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora