O trouxa apaixonado

Capítulo 1: O medo é normal?

Era o meu primeiro dia no High School, eu estava nervoso pois todos dizem que lá acontecem transformações e descobertas pessoais bem intrigantes, eu sou uma pessoa que tem um certo receio de surpresas e principalmente do novo, nem sempre coisas novas são boas.

Acordei repentinamente com os gritos da minha mãe:

-Filho acorde, você não pode chegar atrasado no seu primeiro dia!

Respondi com um tom de desinteresse e sono:

-Tudo bem mãe, já estou indo tomar banho.

Me levantei e peguei minha toalha, entrei no banheiro e tomei um banho bem caprichado, saio do box e vou em direção a pia para escovar meus dentes, antes de começar a escovar, eu limpo o espelho que esta embaçado por conta da agua quente, me olho no espelho e imagino:

-O que será que o futuro me aprontara desta vez? Será neste ano que eu deixarei de ler livros românticos para viver um amor de verdade? Ou passarei mais um ano tentando não ser notado pelas pessoas?

Minha mãe aos berros me tira do foco de minhas indagações:

-Filho ande logo!

Terminei de escovar meus dentes e passar fio dental, vou até meu criado mudo e pego meus óculos que estão sob o mesmo, abro o meu guarda-roupas e escolho uma camisa preta de mangas longas, uma calça também preta folgada e um casaco com as nuvens da Akatsuke que eu amo, pego minha bota coturno militar e calço, pego meu creme de cabelo e passo finalizando meu cabelo que é cacheado, para que fique volumoso e definido.

Depois de me arrumar, desço as escadas, pego uma maçã e falo:

-Bom dia mãe, já estou indo para a escola.

Minha mãe olha pra mim e fala com um tom de sarcasmo:

-Não está esquecendo de nada mocinho?

Eu olho para mim mesmo e depois olho para minha mãe com uma cara de confuso, minha mãe por sua vez, coloca mão em seu rosto e fala com tom de desistência:

-Sua mochila Bob, você esqueceu sua mochila.

Eu percebo minha gafe e volto até meu quarto e pego minha mochila que estava pronta desde ontem.

Falo com um tom animador:

-Agora sim mãe, até a volta.

Minha mãe fala logo em seguida:

-Até a volta meu filho, e tome cuidado.

Saio pela porta da garagem e pego meu fone de ouvido do bolso, conecto no meu celular e coloco no ouvido, seleciono a musica the night we met do Lord Huran, pego a minha bicicleta e começo a pedalar.

Pelo caminho eu pude observar que o dia estava lindo, para os meus padrões é claro, o céu estava muito nublado, quase que escurecendo, mesmo ainda sendo dia.

Chego na escola e avisto vários jovens que não conheço, alguns são familiares, devo conhece-los de vista, mas nunca falei com algum de fato.

Chego perto da entrada e coloco minha bicicleta com o cadeado, entro na escola, sinto uma sensação familiar, um sentimento de medo, como se tudo que eu conheço desaparecesse como em um truque de mágica.

Começo a andar pelo corredor principal procurando pelo banheiro, os outros alunos me olham como se eu fosse uma atração de circo, me sinto muito incomodado com esses olhares, ando mais rápido até o banheiro.

Entro no banheiro que felizmente está vazio, ele é peculiarmente grande, tem muitos espelhos. Ligo a torneira, molho o meu rosto e me olho no espelho, reflito logo em seguida em voz alta:

-O que será que me aguarda esse ano? É normal eu ter medo disso ou estou apenas ficando cada vez mais louco?

Me assusto repentinamente com o barulho da descarga de um dos boxes quando me viro avisto um menino e penso:

-Meu Zeus! Será que ele me ouviu?

O menino que estava parado logo vai em direção a pia e lava suas mãos, depois olha para mim e responde:

-Eu não posso te afirmar que esse será um ótimo ano, também é o meu primeiro contato com o High School, mas uma coisa eu posso te afirmar, ter medo é super normal nessas ocasiões, porém não podemos recuar por conta deste.

Ele termina de lavar as mãos e enxuga, eu fico paralisado por não estar entendendo nada daquela situação, o silencio dentro do banheiro é quebrado outra vez pelo menino:

-Prazer, me chamo Clark, e você? Qual seu nome?

Eu respondo um pouco confuso e gaguejando:

- Me-meu nome é Bob

Ele com um sorriso no rosto responde novamente:

-Nos vemos por ai então, Bob

Ele sai do banheiro e eu continuo sem entender nada.