PANDEMONIUM | Hwang Hyunjin (hiatus)

01

"the alley"

Os meteorologistas diziam que aquela seria a noite mais fria do ano, marcando míseros dez graus negativos. A ideia de que iria nevar apenas se concretizava mais a cada vez que a temperatura caía e o céu era tomado por nuvens carregadas.

Estava no final do meu expediente na biblioteca onde eu trabalhava. Faltavam apenas cinco minutos para estar liberada, e enfim poderia correr para a minha casa e me aquecer embaixo dos cobertores.

— Brrr...! Está muito frio! — MinHa diz ao entrar na loja, carregando consigo o quadro que anunciava a promoção de livros.

— Eu sei... Ainda mais que um dos aquecedores não está mais funcionando. — JeongIn, o mais novo a trabalhar ali se pronuncia, esfregando as mãos uma na outra na tentativa de aquece-las.

— Também estou com frio. Mas há pessoas e animais em situações bem piores que a nossa. — Solto um breve suspiro, terminando de organizar a sessão de gibis e tiro o avental com a logo da biblioteca.

— Ei, o que acham de irmos comer algo para aquecer? Eu pago! — MinHa sorri largamente, soltando seus cabelos e vestindo seu casaco.

— Hmm... Não sei não. Está muito frio. Não quero ficar resfriado. — O garoto ri coçando sua nuca, arrumando seu cachecol e gorro. — Mas a ideia de você pagar me parece boa.

— Você é interesseiro, Yang JeongIn! — Riu, dando um leve tapa no ombro do mesmo e dirigiu seu olhar para mim. — Você vem com a gente? — Olho para ela, vestindo meu casaco e colocando o capuz do moletom, enquanto apagava as luzes da biblioteca.

— Admito que realmente queria ter a mesma disposição que vocês para sair à noite, com esse frio. Mas deixo para a próxima. — Dou um leve sorriso, saindo com os mesmos que me olhavam com uma certa reprovação. — Eu preciso aproveitar todo o tempo livre que tenho para estudar para as provas finais e o vestibular. Prometo que isso logo acaba, e vamos poder sair para comer. Será por minha conta, juro! — Sorrio os abraçando.

— Aish... Muito focada nos estudos! - MinHa empurra de leve seu dedo em minha testa. — Toma cuidado ao voltar 'pra casa, hein?

— Só estou tentando garantir meu futuro. Não quero trabalhar aqui para o resto da minha vida! — Gargalho os olhando. — Vocês também tomem cuidado. — Aceno e me dirijo para o ponto de ônibus, aguardando o que me deixaria à algumas quadras da minha casa.

Sempre soube que me arriscava ao andar só na rua àquela hora. Mas duvidava até presenciar uma discussão que parecia não estar nem um pouco sob controle. Gritos de raiva e xingamentos vinham de um beco ao lado de um bar, e logo em seguida gemidos aparentemente de dor, o que chamou minha atenção. Talvez alguém precisasse de ajuda.

Me aproximo mais um pouco, e vejo dois homens trocando alguns chutes e socos. O mais perceptível era o mais alto de cabelos longos e loiros, vestindo uma calça jeans azul claro bem despojado (que ficava um pouco largo, por conta do seu corpo esguio) e uma jaqueta preta de couro. O outro era um pouco mais baixo, parecia ter o corpo mais musculoso e não tinha dó ao desferir socos e chutes no loiro.

— Vai mesmo continuar duvidando de mim, Hwang? Se não ganhar aquela corrida e aquela grana, eu mato você! — O moreno segurava o corpo do suposto Hwang contra a parede pelo pescoço, o sufocando. Sem pensar duas vezes, apenas peguei um tijolo e corri até lá, golpeando-o, fazendo com que desmaiasse imediatamente.

— O... O que você fez?! — O mais alto respira fundo, ofegante, dirigindo seu olhar para mim. Seus olhos estavam cheios de raiva e eram tão profundos quanto um buraco negro. Alguns hematomas e cortes tomavam conta dos seus lábios e maçãs. Mas logo o mesmo escondeu seu rosto ao colocar um boné. — Eu perguntei o que você fez! Tem noção de que colocou sua vida em risco? — Ele segura em meus ombros, chacoalhando, como se quisesse me acordar. — Torça para que ele não tenha visto seu rosto, ou você está fodida! — O garoto se abaixa perto do corpo inconsciente e mexe nos bolsos do casaco do outro homem, retirando a carteira e pegando uma certa quantia de dinheiro.

— Por quê...? — O olho perplexa, num mix de medo com incredulidade.

— Sem perguntas. Apenas finja que não viu nada e vá para casa.

Foram suas últimas palavras antes de apenas virar suas costas para mim, e correr para a escuridão do beco.

°°°

Olá, tudo bem?
Quem fala é a Jess! ^^
Sei que o capítulo parece pequeno de início, mas no decorrer da história eles irão aumentar.
Não esqueçam de votar, compartilhar e se houver algo que eu possa melhorar deixa nos comentários ou me manda uma mensagem que irei responder :). Ou se quiserem só bater um papo, estou a sua disposição!

Obrigada!