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third eye

Talvez fosse loucura... Eu não sei. Dormir com um homem sem estabelecer uma relação era quase que um pecado, perante os olhos dos mais velhos conservadores. Logo, por ter essa criação, me sentiria culpada pelo acontecido na noite passada.
Bom, pelo menos, era como eu achava que deveria me sentir. 

Minha consciência se encontrava totalmente limpa, em relação àquilo. Quase tão tranquila quanto o sono de Hwang.

Seus braços rodeavam minha cintura e sua cabeça pousava confortavelmente em meu peito. Seu rosto continha uma expressão que transmitia serenidade. Admito que era até fofo o pequeno bico que seus lábios faziam, decorrente às bochechas amassadas. E sua respiração era tão calma que quase se fazia imperceptível. Ele é tão bonito...

O olhando assim, parecia ser alguém que eu poderia amar profundamente. Talvez considerá-lo o amor da minha vida? Eu não sei. Mas não consigo mais imaginar um futuro sem Hwang Hyunjin.

Enquanto o maior dormia profundamente, percorria o olhar pelo seu quarto, analisando cada um dos quatro cantos do mesmo. O quarto não era muito grande, principalmente por conta do bom espaço que a cama, um sofá de couro preto e uma escrivaninha ocupavam. Sim, eu também não sabia o porquê de ter um sofá no quarto, mas não era capaz de opinar estando tão por fora das últimas tendências de decorações.

Em cima da escrivaninha, ao contrário de livros, um cinzeiro cheio de bitucas de cigarro e latas vazias de cerveja ocupavam o cargo de preencher o espaço da madeira maciça do móvel. O quarto era tingido por uma tinta azul celeste, que mesmo quase inteiramente coberta por pôsteres de bandas de rock locais e mundiais, fazia-se perceptível nas pequenas partes em que o papel não era capaz de cobrir.

Algumas medalhas estavam penduradas em um cabideiro de parede – o que indicava que o maior já havia dedicado um certo tempo à esportes –, juntamente de sua típica jaqueta de couro preta, e seus coturnos que pousavam no chão. Eles lembravam-me botas de combate. E analisando por completo o estilo de vida de Hwang, é possível se dizer que ele era um combatente assíduo na busca de um mundo, basicamente, liberalista. Eu não o julgava, mesmo que lembrasse nitidamente dos personagens de clichês adolescentes pelo qual as garotas sempre se apaixonam por ser “diferente”. E bem... Eu sou a garota que se apaixonou pelo mesmo.

Olhando mais um pouco, paro no criado mudo, vendo um relógio. Já passavam das onze horas da manhã, o que era estranho para mim. Geralmente não dormia mais do que até às nove e meia da manhã, mesmo que em finais de semana. À essa altura, a senhora Song já estaria surtando com meu breve desaparecimento, o que não seria novidade, já que quase não saía de casa.

Sem acordar o mais velho, estendi o braço até que conseguisse pegar meu celular no bolso da jaqueta no chão, que para a minha sorte ainda tinha um pouco de bateria. Checando as notificações, pude perceber mais de dez ligações perdidas de MinHa e minha mãe, acompanhadas de mensagens questionando meu paradeiro.

MinHa 💛
Ei! Cabeçona! Onde você está?
[01:32]

MinHa 💛
Sua mãe está enchendo meu celular de mensagens, quer saber se você está aqui.
[01:33]

(5) Chamadas de voz perdidas às 01:39

MinHa 💛
Olha... Provavelmente que você esteja com aquele garoto estranho...
[01:57]

MinHa 💛
Imagino que não tenha contado para a senhora Song sobre ele, então eu disse que você estava aqui em casa e que já havia ido dormir.
[01:57]

PANDEMONIUM | Hwang Hyunjin (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora