E ele estava lá quando eu acordei. Sentado a meu lado na cama ainda com a roupa do dia anterior, os três botões de sua blusa apertos mostravam alguns pelos, sua gravata frouxa o davam um ar sensual e fofo.
Seu sono era tranquilo o sobe e desce de seu peito era calmo, os fios de cabelos estavam desalinhados e sua boca formava um leve sorriso de lado, suspirei, ele estava lindo, como nunca tinha visto antes. O seu ar "Anjo Sensual" faria qualquer coração amolecer e qualquer argumento cair por Terra. Me peguei pensando como seria ver seu rosto todos os dias ao acordar, e me surpreendi ao gostar da ideia.
A verdade é que eu acho que poderíamos ter dado certo, ele poderia até ser o grande amor da minha vida se isso fosse em outro contexto. Talvez se tivéssemos sido apresentados de uma outra forma, se tivéssemos nos conhecido melhor, se eu não tivesse engravidado na primeira noite. A verdade é que as vezes me pego pensando que se nossa história de "amor" não fosse tão louca, talvez verdadeiramente se tornasse uma história de amor.
Josh se mexeu na cama eu ainda o observava como uma boba. Quando ele abriu suas íris azuis es senti meu coração perde seu compasso constante. Ele sorriu assim que me viu eu também estava sorrindo.
Josh: Admirando a minha beleza Soares? - Por um vislumbre vi o antigo Josh ali, naquela ironia explícita em sua voz e o sorriso presunçoso acompanhado dela.
- E quem disse que você é bonito?- Novamente um sorriso sarcástico brilhou em seu rosto, o mesmo sorriso de quando nos conhecemos, o sorriso que fazia meu coração acelerar e minhas mãos soarem, o mesmo sorriso que eu desejei tanto ver nesses últimos dias.
Ele se aproximou ficando próximo a meu ouvido.
Josh: A sua cara de boba e suas bochechas rosadas me dizem isso.- Ele se afastou e riu, provavelmente tendo a sua confirmação quando o sangue subia em minha bochecha.
- Tá, talvez você seja bonitinho. - Ele riu, se aproximando e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Josh: E você é linda Any. -Sua voz era firme e fez que por um momento o sangue parasse de circular por meu corpo. Quando ele tocou em meu rosto senti que aquilo não era real, só poderia ser um sonho e se for eu não queria acordar. Mas no momento seguinte, quando seus braços me enlaçaram fazendo com que nossa distância diminuísse eu soube que era real, e desejei com todas as minhas forças nunca mais sair dali.
Seu cheiro era inebriante, sua pele macia e seu ombro extremamente confortável. Eu não sabia o que havia acontecido, porque ele estava tão normal, mas eu sabia que mesmo o que estivesse acontecendo durasse apenas um instante eu o aproveitaria como o último instante da minha vida.
Josh: Fiquei preocupado com você ontem. O que aconteceu? - Sua mão passeava em meu cabelo fazendo com que eu fosse incapaz de raciocinar. Me aconcheguei mais a ele lembrando finalmente o que Jô havia dito "Três meses" senti minha visão turva.
- Meu pai, ele não está bem. - Minha voz falhou na última palavra, meu coração diminuindo sua velocidade, e o aperto aumentando. Senti seu olhar "cair" sobre mim mas fui incapaz de olha-lo.
Josh: Olhe para mim Any. - Eu sabia que minha explicação não havia sido convincente, mas falar do meu pai
era extremamente doloroso naquele momento. Ele pegou em meu queixo e levantou meu olhar, só percebi que chorava quando as lágrimas molharam meu rosto, Josh as enxugou com delicadeza. Respirei fundo.
- Ele tem ELA, para ser mais específica Esclerose Lateral Amiotrófica. O médico disse que ele poderia viver alguns anos mas todos nós sabíamos que esse dia chegaria. -Suspirei e senti minha mão ser apertada. -Jô disse que ele só tem mais três meses. -Agora as lágrimas caiam sem parar a confirmação da morte em minhas palavras. Josh me envolveu em seus braços, minhas lágrimas molhavam seu paletó em um choro silencioso.
FLASHBACK ON
Mamãe penteava meus cabelos, sua mão delicada passava graciosamente sobre os fios embaraçados. Sempre à imaginei como uma princesa, seus cabelos enrolados faria inveja a qualquer princesinha. Ela sempre fora graciosa em todos os seus atos e respeitava a lei como ninguém. Até o seu nome Priscila era nome de princesa. Mas a minha mãe nunca quis ser uma, ao contrário ela deixou seu posto de princesa quando casou com meu pai. Seu pai era um famoso empresário e sua mãe uma top model reconhecida mundialmente. Minha mãe conheceu meu pai numa tarde de outono, ele era o novo jardineiro e ela se encarregará de mostra-lhe o serviço, ela sempre me dizia que foi amor ao primeiro esbarrão. Mas seus pais não aceitaram que sua única filha se casasse com um jardineiro, a trancaram no quarto, deixaram sem comida, sem dinheiro, mas nada foi capaz de acabar com seu amor. Então meu pai comprou uma casinha e eles fugiram, lhes faltou dinheiro, comida, roupas, mas eles se amavam então nada mais importava.
- Pri! - Meu pai gritou anunciando que havia chegado, pelo espelho da penteadeira vi o sorriso da minha mãe brilhar, ela ficava ainda mais bela sorrindo.
Mãe: Estou aqui! - Ela gritou seu sorriso aumentando a cada passo dado por ele.
Meu pai a abraçou por trás e depositou um beijo em sua bochecha, pelo espelho se via claramente um casal apaixonado.
Meu pai se abaixou e ficou na minha altura.
Pai: Seu cabelo está lindo princesa.- E no instante seguindo ao elogio ele bagunçou todo o penteado feito por minha mãe.
Mãe: Você vai ver Carlos.- E depois eu e minha mãe saímos correndo atrás dele. Ele sempre deixava que ela o alcançasse e a sua "punição" era ela
enche-lo de beijos. Enquanto eu ria.
FLASHBACK OFF
Sempre imaginei que eles nunca poderiam se separar que estávamos vivendo o felizes para sempre dos contos de fadas, mas a doença do meu pai fez com que eu descobrisse uma coisa que poderia separa-los para sempre, a morte.
Josh passava a mão em minhas costas, enquanto eu ia parando de chorar. Quando meu choro finalmente cessou ainda continuamos abraçados e eu não queria sair dali nunca mais, me sentia confortável e segura nos braços de Josh e gostava daquela sensação.
Josh: Vai ficar tudo bem. - Ele sussurrou no meu ouvido. Quando ele fez menção de se levantar segurei suas mãos.
- Fica comigo hoje. - Meus olhos estavam suplicantes eu não queria que Josh fosse embora, eu precisava dele, a solidão daquela casa me faria sucumbir. Ele tocou em meu rosto e sorriu.
Josh: Por quanto tempo você quiser, gatinha.
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Oiiii!
Capítulo fofinho pra vcs (Bom,o começo é)
Próximo Cap, vamos ter uma Any "forte"
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Kisses, Ceci💜
