Capítulo 26

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Para quem conhece ou ouviu a música desse capítulo, O que é que tem - Jorge e Mateus, tem tudo a ver com a Carla e o Caio, né?!


Quando o Pedro foi embora da nossa casa, ele disse que estava tudo certo. Minha irmã realmente não estava brigando... Com a Carla ela continuou conversando como se nada tivesse acontecido, mas comigo ela não estava falando. Foi assim nos dois dias seguintes, mas na quinta-feira, aproveitei que nós dois estávamos tomando café sozinhos e a fiz conversar comigo.

- Aline, você vai ficar assim até quando? – Ela olhou para mim com a sobrancelha erguida, mas continuou muda. – Dá pra parar de agir feito uma criança birrenta?!

- E você dá pra parar de iludir a minha amiga?- Ela retrucou em tom de desafio.

- Eu não tô fazendo isso! – Me defendi. – Será que você nunca vai acreditar em mim?! Eu achei que depois de conversar com o Pedro você tinha aceitado! – Levantei as mãos para o ar.

- Aceitar... - Ela resmungou suspirando. - Essa é uma questão bem complicada!

- Pois é. Como é a vida, né? – Ri sem humor. – Há uns dias atrás você ficava choramingando pelos cantos porque eu não aceitava você com o Pedro! Você queria que eu soltasse fogos de artifício e fosse o primeiro da fila a cumprimentar vocês! Reclamou de mim o tempo inteiro! E agora está fazendo a mesma coisa! – Ela levantou e foi para a pia lavar a louça do café da manhã. – Isso é vingança?

- Não, Caio. – Ela ficou em silêncio até terminar de lavar a louça e se virou para me encarar. – Eu não estou me vingando. Eu não tenho que aceitar nada! A vida é de vocês e vocês fazem o que quiserem... O que depende de mim é dar um voto de confiança para você, apesar de eu ter cem por cento dos exemplos anteriores com o resultado de que as minhas amigas se magoaram e eu perdi todas. Eu estou confiando na sua palavra de que dessa vez vai ser diferente. - Ela andou em direção a porta da cozinha e continuou falando. – E eu realmente espero que seja. Porque se você mais uma vez chegar ao mesmo resultado, pode ter certeza de que eu nunca mais acredito em você sobre esse assunto.

Enquanto estava no curso fiquei pensando na Carla. Todos as noites a gente trocava mensagens e eu me impressionava com a forma com que a nossa conversa fluía.

No intervalo, cheguei a pegar o celular para mandar uma mensagem para ela, mas vi que ela ainda estava no horário de aula. Fiquei com receio de que ela estivesse esquecido de desligar ou de colocar para vibrar e, dependendo do professor que estivesse na sala, ia acabar complicando para o lado dela, então voltei a guardar o celular no bolso da bermuda quando o Erick se aproximou de mim. Ele esticou um pacote de batata frita na minha direção e eu neguei balançando a cabeça.

- E aí, como tá com a Carla? – Ele encostou as costas na mureta onde eu estava sentado.

- Tudo bem.

- Só isso?! – Ele ergueu as sobrancelhas. Como estava olhando para a frente fiquei em dúvida se ele estava pegando no meu pé, mas desci da mureta e vi que ele só estava surpreso.

- A gente não conseguiu se encontrar de novo ainda.

- Por quê?

- Porque estamos no meio da semana! Final de semana a gente vai se encontrar!

- Ela mora muito longe?

- Não.

- O colégio dela é muito longe?

- Também não!

- Então por que você não pode encontrar com ela?! – Pela primeira vez ele olhou para mim.

A Melhor Amiga da minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora