Abrir os olhos.

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"Chama o médico, o teu irmão está a mexer-se!". Foram as palavras que ouvi mal abri os olhos, estava tudo desfocado, via tudo a dobrar, tudo o que ouvi parecia fazer eco na minha cabeça e muitas das vezes não se percebia muito bem, olhei para a minha direita e vi a imagem embaciada de uma rapariga lindíssima, cabelos compridos loiros, sorriso brilhante, era a Kristie, a minha irmã, o seu perfume a framboesa não engana ninguém, vejo-a a sorrir com lágrimas no rosto, provavelmente de alegria.

Eu: Kri-Kristie? - digo com a voz fraca.

Kristie: Sou eu, pirralho. - diz limpando as lágrimas da cara.

Eu: Então eu sobrevivi...

Kristie: Graças a Deus!

Eu: Nem para cometer o suicídio sirvo.

Kristie: Não sejas tonto! A mãe, o pai, eu e o Michael amamos-te muito.

Eu: Tive que o fazer, tenho que o fazer, se não tentasse ontem não sei quando voltaria a tentar.

Kristie: Não foi ontem, Sky. Tu ficaste dois meses em coma, completamente inconsciente.

Eu: Ah, estou a ver. Mas bem, agora já posso ir para casa.

Kristie: Não, não por enquanto tens que ficar durante algum tempo aqui, mas nós vimos visitar-te, está bem?

Eu: Está bem...

Kristie: Vá, vem aí o médico para falar contigo...

E assim foi, o médico disse-me que tinha que ficar uns dias no hospital pois ainda tinha que recuperar e ter consultas com a psicóloga mas isso não era grande novidade para mim, Chega a noite e com ela a escuridão, enquanto estava deitado na cama do hospital deu-me uma vontade de ir à casa de banho então levantei-me lentamente, calcei os meus chinelos e comecei a caminhar lentamente pelo corredor do hospital procurando uma casa de banho até que encontro uma porta a dizer "WC" e como era de esperar, entrei. Ao entrar dei um encontrão num rapaz, tinha aparentemente uns 18 anos, alto, mais alto que eu, magro, menos que eu, tinha um corpo bem formado, olhos verdes escuros bem profundos, cabelo meio castanho e super despenteado, num instante em que demos o encontrão, ficámos algum tempo a olhar um para o outro, houve ali algo diferente, algo que nunca tinha sentido antes, mas não sabia bem que era, algo parecido a uma leve atração sexual.

X: Peço desculpa.

Eu: A culpa foi minha.

X: Edward.

Eu: Sky.

Edward: Prazer.

Eu: É todo meu.

Edward: É bom saber.

Depois daquele encontrão voltei para o quarto, sem sequer ter ido à casa de banho, parece que toda a vontade que tinha desaparecera, deitei-me na cama e fiquei a pensar no que se tinha sucedido. Passado algum tempo começo a sentir-me cansado e caio no sono. Brilho, era tudo o que sentia mesmo com os olhos fechados, com uma enorme pouca vontade de os abrir comecei a esfergar os olhos e a refilar entre pequenos gemidos para mim mesmo. Kristie, Kristie encontrava-se ao meu lado, parecia segurar um telemóvel e quando dei por mim lá estava ela a tirar uma foto para mais tarde partilhar nas redes sociais, esta rapariga sofre.

Kristie: Olá resmungão!

Eu: Olá nerd!

Kristie: Desde que entrei na faculdade que não sou nerd, já não uso óculos feios e aparelho!

Sick In Love.Onde histórias criam vida. Descubra agora