Ainda Bem

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Emma

Aquele sonho, com aquela letra, com aquela musica me perturbou durante meses até que eu sentasse me meu piano e fizesse aquela melodia, e ajeitasse toda a musica, e depois de tanto minhas duas pentelhas insistirem eu resolvi tocar para que elas ouvissem.

"Seu rosto silencia e faz pararAs flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entregaMeus beijos sem os seus, não daria
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu, uma parte
Seria o acaso e não sorteComo seria esta vida?
Sei lá, sei láSeria o acaso e não sorte
Entre tantos anos
Entre tantas paixões
Esse encontro, nós dois, esse amorEntre tantos séculos
Entre tantos outros
Esse encontro, nós dois, esse amor"

- Ainda falta arrumar algumas coisas nas letras. - falei me justificando ao terminar.

-Tá lindo assim mãe. - Kate falou deitada no tapete me olhando e  Robin veio me abraçar.

-Lindo mesmo mãe, está perfeito, tenho certeza que será uma musica perfeita pro filme que você vai fazer o roteiro.

- Filme. - Falei olhando Robin sem entender muito bem. Kate se levantou do sofá e veio até nos duas.

- O que perdemos? - ela perguntou a Robin, que está com um sorriso de orelha ha orelha, e foi até o andar de cima buscar alguma coisa e voltou feliz com um papel em suas mãos.

- isso chegou ontem, você tinha ido com a Kate no pediatra, e eu não resisti e abri mãe, desculpa.

- Isso é o que eu acho que é?

- Sim, o seu livro vai virar filme mãe.

- Meu Deus eu não acredito. - Falei empolgada e elas me abraçaram, sem duvidas aquilo era o motivo de tanto trabalho há anos. Eu escrevia e publicava livros desde quando me separei do pai de Robin, ela tinha oito anos quando eu publiquei o primeiro, e quando conheci o Killian, engravidei um ano depois e fiquei um tempo sem escrever, e com aquele casamento de merda nem tinha como, mas  um tempo depois ele faleceu do nada, e eu finalmente tive minha vida de volta, e agora com Kate com dez anos, e Robin com dezoito as coisas estavam se ajeitando cada vez mais, e eu só tinha ha agradecer ha quem for que estive lá em cima cuidando de nos. Claro que eu adorava dar aula de literatura na universidade, e no  colégio, mas eu almejava mais, eu queria tocar pessoas com minhas historias. -Vamos comemorar hoje onde você quiserem.

- Podemos ir comer naquele restaurante que a Robin gosta ?- Kate falou pegando seu coelho de pelúcia, que ela ganhou da melhor amiga de Robin. - E podemos chamar a namorada da Robin. 

- Garota ela é só minha amiga. - Robin falou bufando.

- Você sabe que se tiver algo com a Alice pode me falar né? eu não ligo para essas coisas querida. - Ela bufou e pegou seu celular.

- Mãe vou indo ou vou me atrasar pra faculdade, depois me manda uma mensagem com horário que estarei no restaurante e vou ver se a Alice está disponível.

- Filha. - falei segurando o braço dela.

- Mãe eu não tenho nada com a Alice, mesmo que eu quisesse ter, ela namora aquele idiota do Daniel sem sal. - Ela sempre falava do garoto com certa raiva, e não era só Kate que via mais que uma amizade entre elas, eu e todos víamos isso, mas ela insistia em negar, mas eu sabia que uma hora isso tudo viria atona, e se fizesse ela feliz eu não ligaria que fosse com uma mulher. - Meu celular vibrou me tirando de  meus pensamentos. 

- Kate vai se arrumar, já vamos sair.

- Ta bem mãe. - ela veio me dar um beijo e foi se trocar. Abri a mensagem em meu whats e era Graham, eu não tinha muita paciência para relacionamentos, afinal meus dois deram bem errado, e eu gostava da minha própria companhia, mas após insistência de Ruby eu acabei saindo com o colega dela de trabalho, ele era super gentil, um amor de pessoa, foi ótimo todas as vezes que saímos, o sexo era.. não sei explicar, eu sempre me pegava olhando pro teto enquanto eu transava com ele, esperando que ele gozasse para eu fingir que também gozei e que estava acabada do sexo maravilhoso que fizemos, se ele soubesse que eu sozinha me satisfazia bem mais, acho que ele nem conseguiria se animar para nada.

- Olá Sheriff.

- Como vai a minha garota? - revirei os olhos, eu tinha quase quarenta e ele me chamava de sua garota, nem nos meus contos mais adolescente s eu colocava " minha garota " como forma de se referir há alguém.

- Bem, e você?

- Com saudades de você, quando vamos nos ver outra vez ? Estou louco de saudades dessa sua pele, do seu beijo. - gente eu tinha agonia de ler  tudo que ele escrevia, com certeza Graham não era o meu clichê romântico favorito, eu preferia arrancar meu cabelo com uma pinça do que ficar nesse papo com ele, mas Ruby  podia ser bem insistente quando queria, isso quando não sisma de querer me levar em uma boate de swing que ela ia raramente.

- É também estou com saudades, logo marcamos algo, ando muito ocupada com alguns textos e com as meninas.

-Quando vou conhecer suas filhas?

- Graham, não temos nada, não posso simplesmente te apresentar para minhas filhas como o cara que eu transo. - falei de forma arrogante, bem mais do que eu gostaria, e fiquei até sem graça. - Eu...

- Tudo bem Emma, eu entendo. Sem problemas, porém se quiser pode me apresentar só como amigo, e se não quiser sem problemas. - Dava para notar em sua voz no áudio que ficou chateado, mas o que eu poderia fazer, eu não poderia ficar apenas dando para ele para tapar um sentimento inexistente de minha parte.

- Eu preciso ir, depois no falamos melhor pode ser ? - falei e ele nem visualizou então simplesmente guardei meu celular no bolso, acabei de arrumar as coisas, depois mandei uma mensagem para Ruby avisando que eu já estava indo levar a Kate na escola e depois encontrava com ela.


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