O Belo Jardim

Capítulo 6_Claustrofobia II

    Edie, Kia, Lirahy e Moly decidiram que a melhor maneira de elas não se perderem naquele lugar esquisito, era se elas seguissem o caminho de terra que dava para a floresta seca e silenciosa, além do mais Edie havia dado um pedaço de giz que estava no bolso de seu casaco a dias para Kia marcar as árvores... convenientemente....

     Estava começando a entardecer e ventava, a estrada cruzava um bosque não muito agradável. As árvores que o cercavam pareciam mortas e monstruosas, os galhos balançavam ruidosamente com a ventania e folhas secas eram carregadas pelo chão. Enquanto caminhavam, uma terrível sensação de estarem sendo observadas rondava o grupo e o fato de o lugar ser mais escuro que o normal não ajudava.

     Edie encontrou uma placa desgastada caída no chão próxima ao que seria a entrada da floresta, ela a leu para que as outras escutassem:

     — "Criaturas selvagens à frente...", que tipo de criaturas?

     — Se for uma daquelas gigantes... isso é mal! — Lirahy balançou a cabeça preocupada.

     — Podem ser coelhos ou morcegos — Kia complementou.

     — Que ótimo, morcegos gigantes — Moly resmungou.

     — Vamos antes que escureça. — Edie gesticulou para o emaranhado de árvores à frente e se pôs a andar.

     Logo após a placa, o caminho de terra bifurcava em diferentes direções seguindo entre o meio das árvores, fazendo curvas e se perdendo em arbustos. Depois de entrarem em um consenso, todas decidiram que continuariam seguindo o caminho do meio para ver onde o fim daquela estrada daria, desse modo ficaria mais fácil retornar a vila antes de anoitecer.

     O caminho se tornou estreito e continuava bifurcando a quase todo momento, o bosque começou a se tornar cada vez mais denso e escuro com o cair da tarde. Pareciam que estavam dando voltas eternas em um labirinto, por que nada mudava e elas não chegavam a local algum.

     Elas andaram cautelosas olhando para os lados por longos minutos, Edie não conseguia ver Welty no céu, aquilo há preocupava um pouco. Por fim Lirahy e Moly reclamaram que estavam exaustas de tanto andar, o quarteto enfim parou:

     — Não estamos fazendo progresso! O Welty deve ter pousado em algum lugar...

     — Edie... faz horas que o perdemos de vista... — Lirahy apoiou uma mão contra um tronco de árvore e suspirou pesadamente. — É melhor voltarmos agora.

     — Como se obviamente estamos perdidas? Isso é tão emocionante que dá vontade de me perder mais ainda! — Moly soltou sarcástica.

     — Não estamos perdidas! A Kia marcou as árvores com o giz que eu rou... peguei emprestado da professora naquela vez que apaguei o quadro, não é Kia?

     — ... que giz?

     — ... aquele que eu te dei antes de entrar na floresta... lembra???

     — Aquilo era um giz? — Kia olhou com cara de tacho para ela.

     — Estava meio sujo, mas... Kia.... o que você FEZ COM O GIZ?! — Edie a sacudiu pelos ombros.

     — Moly pediu que eu a entregasse. — Kia estava calma... até demais.

     — VOCÊ NÃO MARCOU KIA?! — Edie ficou pálida.

     — Hm, não?

     Edie encarou Moly:

     — O que você fez com o giz Moly??? — Lirahy perguntou apreensiva também olhando para ela.