As galáxias que habitam em mim.

A ansiedade é uma doença.

De olhos abertos
encontro você.
Me encarando
como se eu fosse
um pedaço de carne suculento.
A sua energia acaba
e estou aqui
pra te renovar.
Você chegou
sorrateiramente
e roubou a alegria
dos meus pensamentos.

Sou o seu
brinquedo favorito
e agora você
me controla
pra saciar
seu desejo
de manipulação.
Suas mãos calejadas
cegam meus olhos,
percorrendo
na sua escuridão.

De olhos abertos
encontro você,
vestida de gala
me fazendo entender
que está a caráter
pra me ver sofrer.
Uma taça de vinho
em uma mão e
sorriso no rosto.
Sento na cadeira
tentando ignorar
sua presença e
seu cheiro imundo,
mas sua persistência
é maior que
o meu desejo
de te vencer.
Nem adianta
usar minha
melhor arma
contra você.

Quando se torna
inverno e seu vento
gélido sopra em mim,
minhas mãos
se tornam rios
e meu corpo
terremoto.

Quando está brava,
me faz passar por
desertos abafados
pra me ver passar
por vendavais que
me quebram.
E mesmo que
eu busque abrigo
em outras casas,
sempre estará lá
pra me ver rastejar.

De olhos abertos
encontro você,
soprando as frases
em meus ouvidos
que soam sua música
doentia e repetitiva,
dia após dia,
pra relembrar
que ainda tenho
você na minha vida.

Percorro os cantos
da minha cama
até eu encontrar
mil maneiras pra
solucionar
coisas que ainda
nem ao menos
chegaram a acontecer.
Chorando
pelas coisas
que não vivi.

Um jogo sádico
que me faz repensar
todos os erros
durante os anos,
o que eu deveria dizer,
situações que
poderia evitar.
Me tornando ódio
das minhas partes,
o meu corpo dói
de tantos tapas
e socos
de palavras
cortantes.

Você prende
suas pernas
na minha cintura,
me enforca até
eu perder o ar
e só para quando
me vê chorar.
Sessenta minutos
de puro desespero,
apenas querendo
colo e sossego.

Suas férias chegam
e sua caça à vítimas
começa.
Chego a me perguntar
o que está fazendo,
por que você nunca
vai embora
se existem
outros corpos
por aí?

As vezes boazinha
me deixando ver
um pouco da vida
sob a sua vigia.
É horrível conviver
com seu temperamento
explosivo e destrutivo.

De olhos abertos
ainda encontro você,
me encarando
como se eu fosse
um pedaço de carne
suculento,
me abraçando
e me dizendo:
"estou aqui novamente,
eu nunca vou deixar você.