O destino de Changkyun pertence a Melinoe que para punir a desobediência de seu filho Hyungwon, atrela suas almas. Changkyun é um Médium de alta sensibilidade que lida muito bem com isso, inclusive com a constante presença de Hyungwon em sua vida, p...
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Aos 22 anos, Changkyun já havia feito metade do curso de Direito. Seus pais estavam muitos orgulhosos de seu desempenho e do caminho que seguia, e em meio a disciplinas e trabalhos, festas e namoros, o rapaz arrumava um tempo para ajudar um e outro fantasma que aparecesse. Claro que agora era muito mais cético com algumas histórias, e já conhecia a maioria dos Ceifadores da região, o que era muito útil para não perder tempo com algumas almas perdidas picaretas. Além disso eles sempre traziam informações sobre Hyungwon. Foi por eles que descobriu um pouco sobre a história do filho de Melinoe, sobre sua rebeldia, a briga com a mãe e a Sina, sim realmente havia uma penalidade, mas ninguém sabia direito qual era.
Não foi difícil para Changkyun juntar um mais um e concluir que o acordo de seu pai com a deusa dos fantasmas, a súbita mudança no comportamento de Hyungwon e suas habilidades como médium estavam todos conectados. Estavam atrelados um ao outro e não via problema algum nisso. Apesar de estar chateado por Hyungwon não ter aparecido em seu aniversário de 19 anos ou nenhuma outra vez nos últimos seis anos, ainda se sentia grato por toda a proteção que lhe dava, sentia que era querido. Precisava conversar com ele sobre tudo, ter certeza de suas suposições, entender as implicações daquilo e então tomar alguma decisão, contudo isso não seria uma tarefa nada fácil. Por mais que chamasse e argumentasse o outro nunca aparecia, pelo menos não até o início do 23º outono de Changkyun.
Mais uma vez era o dia das bruxas e como em todos os anos a mediunidade de Changkyun estava mais ampliada e chamava a atenção de outras criaturas sobrenaturais. Desde o incidente quando tinha 10 anos e viu Hyungwon pela primeira vez sempre esteve protegido naquela data, e não seria diferente daquela vez, pelo menos era o que achava quando decidiu ajudar o espírito de uma menininha que desejava que encontrassem seu corpinho para que seus pais se despedissem e ela pudesse ir embora. Quando entrou num velho cemitério atrás da garotinha não estranhou a ausência de algum Ceifador. Eles eram ocupados afinal, não temeu a cortina sombria sobre a terra naquele dia. Sabia que Melinoe estava passeando, não estava preocupado e só queria ajudar. Devia ter sido mais cauteloso.
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Fazia muitos anos que Hyungwon não dormia tanto. Também fazia anos que não discutia tão fervorosamente com Melinoe, por algum motivo naquele equinócio ela havia decidido provocá-lo, chamando-o de frouxo por não reclamar o que lhe pertencia enquanto Changkyun dormia noite após noite com homens e mulheres diferentes. Ela estava insuportável e ele jogou muitas coisas sobre seus ombros até ela estar zangada o suficiente para carregar uma tempestade sobre os céus de Seul em seu passeio tradicional, enquanto ele deliberadamente fora dormir. Contudo no meio de seu sono sem sonhos ouviu um chamado, o chamado de Changkyun. Levantou-se aturdido e deixou-se guiar até sua origem.
