III. Toque

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Após o incidente dos 10 anos ficou muito mais difícil esconder a luz de Changkyun de toda e qualquer entidade sobrenatural

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Após o incidente dos 10 anos ficou muito mais difícil esconder a luz de Changkyun de toda e qualquer entidade sobrenatural. Quanto mais velho o garoto ficava, maior a atração que exercia sobres estas criaturas. Seus pais e ele mesmo já haviam notado isso. Jinkang e Mooyoung tentavam não enlouquecer ou aprisionar o garoto em uma redoma de proteção. Jinkang sabia muito bem o que era crescer super protegida, por anos seus pais e seu irmão a sufocaram até ela se rebelar e seguir por um caminho frio e sombrio antes de conhecer Mooyoung. Por isso, apesar da apreensão, os pais tentavam dar ao garoto toda a liberdade possível. De algum modo, ele lidar com aquele dom era algo que ele infelizmente precisava fazer sozinho.

De seu ponto de vista, Changkyun se sentia muito tranquilo. Era corajoso afinal e além disso sabia que alguém o protegia. Em uma noite, acometido por um terrível pesadelo, acordou alarmado e o viu, o senhor Chae. E ele sempre estava lá a seu lado acreditando não ser visto, nunca contou a ninguém sobre ele e até fingia não sentir sua presença constante, era um segredo que guardava para si mesmo porque era legal ter um segredo secreto.

E assim Changkyun continuava crescendo de forma saudável, na medida do possível, e por isso Hyungwon estava satisfeito, podia arriscar que até um pouco feliz.

O primeiro beijo do garoto aconteceu aos 12 anos. Ele e sua vizinha Mijoo estavam em sua casinha na árvore do quintal que compartilhavam. Hyungwon achava muito engraçado como o garoto sempre reagia perto dela, cada vez que se abraçavam ficava tão vermelho quanto um pimentão e era muito fofo. Ele nem deveria estar lá naquele momento, mas o espírito da avó da garota se recusava a partir e foi preciso afastá-la.

As duas crianças balançavam os pés para fora da área da casinha e observavam o sol se pôr. Ela passou os braços pelos ombros do amigo e disse em seu ouvido que ele era a pessoa mais legal do mundo e ela sempre iria lembrar dele mesmo que estivesse longe, pois ela e os pais mudariam de cidade nos próximos dias. Ele então se aproximou e encostou seus lábios nos dela, e de um jeito muito desajeitado eles moveram as bocas tentando encaixá-las, várias e várias vezes até que ficasse bem, eles riam durante o processo, mas no final sentiram o gosto salgado de suas lágrimas, seu primeiro beijo tinha sabor de despedida. Hyungwon queria poder acalmar a tempestade dos sentimentos no pequeno coração de Changkyun, mas nada podia fazer, dizer adeus faz parte da vida.

Aos 15 anos, Changkyun perdeu a virgindade. Hyungwon achou muito precoce, ele era praticamente uma criança a seus olhos, ainda lembrava de quando ele nasceu e seu choro irritante, agora queria sair por aí transando? Isso era muito absurdo de acordo com sua perspectiva. Mas, outra vez ele não iria interferir, ele afinal nunca havia vivido de fato. Além disso, Changkyun já tinha tido "A conversa" com seus pais sobre gravidez, DST's e camisinha, esse foi um dos poucos dias em que Hyungwon riu de verdade. Era tão engraçado os pais do garoto falando abertamente sobre tudo e o garoto vermelho até a raiz dos cabelos recém descoloridos. Mesmo que ninguém pudesse vê-lo ele fez questão de estar ali.

Depois daquilo, Changkyun começou uma fase complicada em sua vida. Por algum motivo ele se fechou para seus pais, estava indo mal na escola e se afastou de alguns de seus amigos. Passava muito tempo conversando com os fantasmas, na verdade parecia haver tomado para si a responsabilidade de guiá-los para o outro mundo, e Hyungwon não gostava nada daquilo, esforçava-se ainda mais para não deixar nenhuma alma vagando por aí, mas à medida que crescia, Changkyun parecia atrair cada vez mais deles. E foi quando o espirito de um jovem delinquente influenciou seu garoto a fumar que Hyungwon decidiu que deveria interferir, naquela época ele já tinha 16 anos.

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