Capítulo 14: A dança da galinha.

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Galinhas são impressionantes. Cerca de 60% dos genes da galinha são iguais aos dos humanos. Aparentemente as duas espécies tiveram um ancestral comum há cerca de 310 milhões de anos atrás.

As galinhas são surpreendentemente inteligentes, e quanto mais se olha para essas aves, mais interessantes e complexas elas parecem. Até um animal enigmático como esse aceitaria comida oferecida por um estranho. Mas o negócio é que, embora Yibo gostasse muito dessas aves, ele não era uma galinha. E apesar de terem 60% do genes parecidos, isso não poderia ser usado como desculpa para o erro que cometeu.

"Não gosta de chocolate?"

Ouviu o estranho perguntar. Yibo lhe deu o olhar inexpressivo de alguém cujo o gosto particular para bolos era a menor de suas preocupações.

"Tem maconha nisso?!" Perguntou, no tom de voz alto e exasperado.

"Cara fala baixo" O louro o repreedeu, enrugando o cenho. "As pessoas podem ouvir"

"Só estamos nós dois aqui!"

"Você. Eu. E Anthony"

"Não tem nenhum Anthony!" Exclamou Yibo, perdendo o pouco da paciência que ainda restava. "Por que não me disse que tinha maconha no bolo?"

"Você não perguntou." Respondeu o louro, calmamente.

"Esse é o tipo de coisa que você deve informar sem que haja a necessidade de uma pergunta formal. Eu não vou sair por ai perguntando pra todo mundo que me oferece algo se contém maconha" discorreu Yibo, tão rapidamente que ficou sem fôlego.

"Pois deveria." O esquisitão declarou, como se não fosse nada.

Aqui vai algumas curiosidades interessantes sobre maconhas e bolos. Quando a erva é fumada ela demora cerca de dez minutos para entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, e leva em torno de cinco horas para o efeito passar. Entretanto, quando ingerida, a absorção é mais lenta, porém, o efeito é tão superior que chega a dura até doze horas.

A Cannabis tem o poder da fome absoluta, enquanto o bolo, teoricamente deveria funcionar como um apaziguador. Wang Yibo tinha agora dois opostos sendo digeridos simultaneamente no seu corpo. Eram tantas informações sendo processadas que ele precisou de um tempo para entender o que estava acontecendo.

Ele tentou se lembrar do motivo que o levou a ir nessa festa. Ah sim, a garota. O plano inicial era descobrir se existia algum problema sexual com ele. Yibo pretendia embrulhar a sua virgindade ( com um lindo laço azul) e entrega-la de presente para Tan Songyun com um cartãozinho escrito: "Soube que se interessou por mim. Aqui está minha humilde virgindade como demonstração de minha gratidão."

Certo, talvez sem o bilhete. Mas isso tudo perde a importância, quando se esta lentamente ficando chapado.

"Que inferno!" Esbravejou Yibo, os dedos frenéticos correndo pelos cabelos castanhos "Eu já vi tudo. Esse negócio vai me viciar, passarei dias querendo mais e mais maconha para suprir um desejo incontrolável. Vou perder todo o meu dinheiro em becos de venda e logo estarei usando o dinheiro dos meus pais. E um dia, quando eles descobrirem, vão me expulsar de casa, porque ninguém quer ter um filho viciado sugando suas economias feito uma sangue suga. E sem dinheiro, não terei outra alternativa a não ser morar na rua em uma caixa de papelão tão pequena quanto o ouvido de uma galinha..."

"As galinhas têm ouvido?" Interrompeu o louro.

"Devem ter. Pra conversar com outras galinhas." Respondeu Yibo, em seguida chacoalhou as mãos "Isso não vem ao caso agora!"

"Cara, relaxa" O estranho ostentou um sorriso animado "Ninguém fica viciado assim, isso é história da mídia. Daqui a pouco isso passa. Por hora, por que não curte a brisa?"

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