quinze.

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Passar dias inteiros com Wei WuXian já havia se tornado algo normal para Lan WangJi – mesmo que seu coração palpitasse sempre que estivesse perto do outro rapaz. Quando seus sentimentos ainda eram um segredo, WangJi aproveitava a companhia de WuXian e Wei SiZhui com a desculpa de precisar resolver os detalhes do processo de guarda do menino. Mas o que ele não sabia era que depois de tantas revelações, a dinâmica entre os três ficaria muito, muito melhor.

Além de muito melhor, a dinâmica é surreal. Tão surreal que, nesse momento em que Lan WangJi está abraçando Wei WuXian por trás na varanda da casa do rapaz enquanto observam Wei SiZhui brincar com seu carrinho de controle remoto pelo jardim, ele se pergunta se isso tudo não passa de um sonho.

E, como se estivesse lendo os pensamentos de Lan WangJi, Wei WuXian dá um leve aperto nos braços fortes que envolvem sua cintura e se aconchega ainda mais no peito do homem mais alto. Ao sentir a maciez da carícia das mãos de WuXian em sua pele, WangJi sorri. Ele tem certeza de que havia sorrido mais durante esse dia do que em sua vida inteira. Também tem certeza de que apenas o rapaz em seus braços e Wei SiZhui tem a capacidade de fazê-lo sorrir tanto e se sentir tão feliz.

Então, sentindo-se transbordar de amor, Lan WangJi se inclina levemente para deixar um selo demorado na bochecha de Wei WuXian e o sente sorrir debaixo de seus lábios.

— A-Yuan, não fique muito próximo da rua! — Wei WuXian exclama para o filho que está quase na calçada da casa. Wei SiZhui volta para perto da varanda, ficando sob o olhar dos dois adultos, e se põe a brincar de novo.

Vendo o garoto seguro novamente, Wei WuXian se vira no abraço de Lan WangJi e fica frente a frente com ele. Um sorriso acanhado surge em seu rosto e não passa despercebido pelo mais alto, que o aperta mais ainda contra si. Mesmo grudados um ao outro, WangJi provavelmente nunca acharia essa proximidade com o corpo de WuXian suficiente e sempre pediria por mais.

— Está tudo bem? — Lan WangJi pergunta ao ver os olhos cinzentos de Wei WuXian brilharem ao observá-lo. Essa seria outra coisa com a qual ele nunca se acostumaria; ter o olhar de WuXian cheio de paixão sobre si.

— Está tudo ótimo. — Wei WuXian diz. O rapaz olha rapidamente para Wei SiZhui, que ainda está distraído com seu carrinho, e, vendo que não estão sendo espiados, fica levemente na ponta dos pés e deixa um selinho rápido nos lábios de Lan WangJi.

O Sol daquela tarde calma, com alguns ventos leves de quando em quando, está alto no céu e aquele dia inteiro havia sido como um sonho para Lan WangJi. Ele e Wei WuXian haviam passado boa parte daquelas horas trocando beijos de cinco em cinco minutos quando viam que Wei SiZhui não os olhava. Então, quando WuXian o beija tão carinhosamente, Lan WangJi obviamente quer mais e mais, mas se controla, pois sabe que contar a SiZhui sobre esse relacionamento seria um passo que ambos ainda deveriam tomar – juntos.

— Eu tenho algo para lhe falar. — Lan WangJi diz depois de um tempo. Ele esteve enrolando para falar sobre a ideia de seu irmão durante todo aquele dia, pois queria apenas aproveitá-lo sem nenhuma preocupação. Entretanto, suas responsabilidades sempre surgiriam em algum momento.

— Ah, Lan Zhan, sempre que você diz isso é porque vem algo chocante por aí. — Wei WuXian diz emburrado, fazendo Lan WangJi rir.

— Dessa vez não é chocante. — Lan WangJi o assegura, mas logo se lembra de algo e inclina a cabeça levemente para o lado, contrariado. — Quer dizer, uma parte do que eu vou falar é. — Ele se corrige.

Wei WuXian tem suas sobrancelhas unidas em confusão e curiosidade, então logo assente, indicando para que o homem desembuche logo.

— É sobre o caso do A-Yuan. — Lan WangJi diz e imediatamente sente o corpo de Wei WuXian ficar tenso em seus braços. Ele não o culpa por essa reação, pois também está preocupado com o restante do processo do menino.

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