Vinte e Três

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Após  a reunião com o advogado, Lalisa foi para casa, direito para a cama. Ela remexia, mas acabou pegando  no sono.  A menina dos olhos castanhos  acordou com um susto por volta das noves da noite, respirando pesadamente  e levando as mãos até o rosto. Outro pesadelo sobre Chaeyoung na cadeia.
 
 
Desta vez, Chaeyoung  e Lalisa estavam separadas por uma cerca  de arame, de mãos dadas através de pequenos buracos na barreira. De repente, Lalisa sentiu uma força puxando-a para  trás, e não importava a força que fazia, ela não conseguia se libertar. Assim  como Chaeyoung, que foi puxada por dois guardas atrás dela.
 
 
 
A garota pedia para Lalisa ajudá-la, mas ela não podia responder. Bem que tentou, contudo, cada vez que abria a boca, nenhum som saía. Então, subitamente, tudo ficou escuro, e ela sentiu-se como estivesse caindo. Foi ai que acordou.
 
 
 
 
Lalisa respirou fundo, lutando para ligar a luz e convencer-se de que  tudo havia sido apenas um sonho. Quando ela se acalmou e se convenceu estar segura, chegou à conclusão de que nunca seria capaz  de ter um sono tranqüilo naquela noite.
 
 
 
 
 
Então ela foi caminhar. Andar por Nova York sozinha no meio da noite provavelmente não foi a melhor idéia.  Mas ela era Lalisa e agiu de acordo com seus impulsos.  A menina  dos olhos castanhos calçou seus sapatos e fez seu caminho para fora do apartamento  silenciosamente.

Sua caminhada tomou um rumo dramático, quando ela olhou para o outro lado da rua. Era o parque onde repreendeu Chaeyoung por ter colhido as flores e também onde encontrou Chaeyoung no meio da floresta debaixo  de chuva.  Lalisa respirou  fundo, tendo uma idéia em mente.
 
 
 
 
 
Ela caminhava pelas ruas. Felizmente, sabia  exatamente onde poderia encontrar o que precisava e, se fosse rápida o suficiente, daria tempo de fazer tudo na hora certa. Seu converse desgastado a levou  até  o fim  do bloco e, eventualmente, ela terminou bem onde precisava estar.
 
 
 
Depois de comprar mais do que deveria, Lalisa decidiu pegar um táxi de volta para o parque, afim de evitar levar tudo sozinha até lá. Dez minutos mais tarde, encontrou-se no canto de trás do parque, exatamente onde  Chaeyoung havia colhido as  margaridas.
 
 
 
 
Ela cavou por onde as flores tinham sido cultivadas. Usando o ramo que havia comprado, Lalisa plantou cada uma delas cuidadosamente ao longo da calçado, certificado que as amarelas estivessem em destaque no meio.
 
 
Se dissessem que Lalisa iria plantar flores à meia-noite antes  de Chaeyoung, ela iria rir e pensar que tudo aquilo seria estupidez. Mas  agora, aqui estava ela. A outra menina trouxe espontaneidade para sua vida, e Lalisa se encontrava agora fazendo coisas que jamais pensaria ser capaz.

Uma hora mais tarde, todas as flores que foram compradas foram plantadas ordenamente no canto do parque. Talvez  esta foi  a forma da mente dela se desculpar por ter gritado com Chaeyoung pelas margaridas, mas de qualquer forma, obteve sua mente ocupada por um bom tempo.
 
 
 
 
 
Ela deu um passo para trás e admirou o pequeno jardim que criara, desejando que Chaeyoung pudesse vê-lo. Lalisa pensou no dia  em que disse para menina que o amor não  era  sobre  a posse, e sim a apreciação.
 
 
 
 
Olhando para trás agora, ela odiou o fato de que aquela afirmação era verdadeira. Porque, inferno, Lalisa poderia apreciar Chaeyoung não importava o quão distante a menina estava. Mas ela queria Chaeyoung aqui. Com ela. E isso não era possível no momento.
 
 
 
 
 
A menina dos olhos castanhos sentou-se em um banco por um momento admirando sua obra. Ela não percebeu quanto tempo estava fora, até que um feixe de luz do sol espreitou por cima das árvores e quase a cegou. Suspirando, tomou a decisão  que, embora tivesse aula naquele dia, merecia um dia de folga.

No momento em que ela entrou pela porta do apartamento, todas suas três companheiras de quarto se aglomeraram ao seu redor.
 
 
"Onde diabos você estava?" Jennie olhou  a menina de cima para baixo para certificar-se  de que estava bem.
 
 
"Eu estava em um passeio," Lalisa deu de ombro, não querendo revelar o que realmente estava fazendo. Ela já obteve comentários suficientes do tipo 'chicoteada' de suas  amigas e não estava com disposição para mais alguns desses.
 
 
"Você é louca pra porra," a coreana balançou a cabeça. "Nós pensamos que você sido sequestrada ou algo assim. Avisar um cara da próxima vez, você vai?"
 
 
 
 
 
Lalisa apenas  riu para si mesma e passou a mão no cabelo. Ela caminhou até a cozinha, pegando uma caixa de cereal da despensa, fazendo seu próprio café da manhã. As outras três meninas a olharam  confusas.
 
 
 
"Você está atrasada para a aula," Jisoo disse e Lalisa levantou as sobrancelhas antes de se encolher.

Yellow (Chaelisa) Onde histórias criam vida. Descubra agora