AVISO: esse capítulo pode conter gatilho para eventuais crises de distúrbios de saúde mental, tal como ansiedade. Tome cuidado com o capítulo. Quando se sentir desconfortável, pare de ler. É isso, boa leitura :)
Near Wembley Stadium, 00h56, London
Agora estou aqui num quarto de hotel qualquer esvaziando garrafas de whiskey e pesando em como minha vida tinha chegado a tal fundo do poço.
Não confunda as coisas, minha vida pública está maravilhosa: discos vendendo como água, a tour indo super bem, a banda ganhando mais e mais fãs a cada show, os garotos adorando conhecer novas culturas e tocar para novos povos e por aí vai.
Mas bom, minha vida particular está bem longe de estar boa: sou viciado... viciado é uma palavra muito forte... sou adepto do uso de medicamentos calmantes e soníferos, tenho uma relação ruim com meu progenitor, tenho problemas em me relacionar com pessoas e não consigo superar a morte da minha mãe.
Harry continua trabalhando comigo, pra mim? Ele ainda é meu estilista, mas depois do nosso beijo ele me disse que não poderíamos ter algo a mais já que ele tem namorado.
"- Lou... me desculpe... - escuto sua voz ofegante por causa do nosso recém separado beijo.
- Não, não precisa se desculpar, honey... - o respondo, deixando um sorriso dominar meu rosto.
- Eu namoro, Louis. - ele fala firme e se distancia de mim. Solto um suspiro frustrado sair de meus lábios. É claro que ele namora, Louis, pare de ser trouxa. "
Abro mais uma garrafa de whiskey e pego um frasco de remédio tarja preta e deixo do lado da minha cama. Olho para as garrafas quebradas no chão do hotel e o cheiro forte de bebida no quarto. Olho para o teto e deixo minhas memórias invadirem minha mente.
" Hoje é meu aniversário de 7 anos! Mamãe disse que tem uma surpresa para mim mas ela não quis me dizer já que é uma surpresa. Ela poderia me falar e eu poderia fingir que estava surpreso, mas ela mesmo assim não me contou o que comprou.
Hoje é dia 24 e tooodos os lugares estão decorados para o meu aniversário. E para o Natal, mas prefiro acreditar que as luzinhas de natal deveriam ser, na verdade, serem chamadas de luzinhas de aniversário para Lou. Eu sou Lou.
Bom, papai saiu de casa falando que ia comprar um presente para mim mas acho que é mentira já que mamãe sempre me diz que as lojas não abrem no meu aniversário. Vá saber.
Depois de ter tomado banho e colocado meu pijama de dinossauros, desci para a sala e vejo mamãe com um embrulho grande em seu colo, embalado com um papel cheio de discos de vinil.
- Mãe! Esse é o meu presente? - pergunto animado correndo para o sofá onde ela está sentada, passando pelo piano da sala e sentando no chão, em sua frente.
- Sim, mon chéri. - mamãe me manda um sorriso e estica o embrulho para mim. O pego e noto que ele era pesado. O deixo apoiado no tapete e desembrulho o presente calmamente, escondendo minha ansiedade para abrir logo o embrulho.
Depois que tiro todo o papel que estava em volta da caixa, olho para a mamãe e dou um forte abraço nela, a agradecendo.
- Você não vai poder escutar nossos vinis aqui em cima, então eu vou colocar sua vitrola no porão para o papai não fazer a mesma coisa com essa que faz com a outra, ok? - mamãe me pergunta.
Papai tinha destruído nossa, minha e da mamãe, vitrola porque ele odeia música, mas é a paixão da mamãe. A raiva do papai em relação a música não me impede de aprender piano quando ele sai para beber e eu e mamãe ficamos em casa.
Ainda me lembro quando ele tentou queimar o piano de cauda da mamãe que fica na sala, mas mamãe conseguiu o convencer de que era chique ter um piano na sala. Ele concordou mas a proibiu de tocar o instrumento. Bom, ela não toca, mas me ensina a tocar. "
Aquele foi o primeiro dia que ele me bateu.
Ainda me lembro da dor que tinha sentido quando ele jogou uma garrafa nas minhas costas e depois me deu uma surra por estar escondendo algo dele. Esse algo era a minha nova e já tão amada vitrola.
Tomo mais um gole de whiskey, e com esse gole mais uma memória vem.
" - Você não passa de uma bichinha mal amada,não é? - meu pai me pergunta.
Ele tinha me prendido no sótão hoje mais cedo depois que mamãe saiu. Agora ele está tentando tirar a minha roupa e não sei o que fazer.
Por que ele me chamou de bichinha? Isso é ruim? Por que ele está me olhando com uma cara estranha? Troy chega mais perto de mim e tento me afastar, mas ele me segura forte e me dá um tapa na cara.
- Fica quieto, garoto! Ele manda e tento novamente me soltar de seu aperto, mas não consigo, sentindo suas mãos machucarem meus pulsos - Se você não ficar quieto vai ser pior para você, garotinho.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas e sinto as mãos de meu pai tentando tirar minha camisa.
Por que ele está tentando tirar minha camisa? Será que eu fiz algo de errado para ele ter me batido? "
Aquele foi a primeira vez que ele me estuprou. Eu só tinha oito anos.
Abro o frasco de remédio que tava perto da cama e deixo alguns comprimidos caírem minha mão e os engulo, acompanhado com um generoso gole de whiskey.
Após alguns longos e arrastados minutos, sinto meus olhos pesarem e a última coisa que se passa pela minha mente antes de perder a consciência é "Me desculpa, mamãe".
-x-x-x-x-x-x-x-
nota rápida, tão rápida que estou escrevendo no celular e não no computador: obrigado pelos feedbacks (feedback é uma palavra de velho, não?) que vocês/só uma pessoa (mas vou fingir que são várias) estão me dando pela fanfic, obrigado mesmo. ahm, se virem algum errinho ortográfico ou algo do tipo, podem me chamar na dm, sou super aberto a discussões sobre minha escrita e até sobre o enredo da história. ah, eu ia postar mais capitulos, mas não vou mais por motivos de: achei que hoje escreveria mais mas não escrevi. acho que era só isso. see ya!
h.m. xx
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Your Song - Larry Stylinson (hiatus)
FanfictionHarry Styles, um garoto excêntrico de 19 anos que acabou de sair do ensino médio e está perdido entre a saída da vida escolar e a entrada para a vida adulta. Louis Tomlinson, o vocalista problemático da maior banda de rock da atualidade que está per...