3. resistência

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Jimin acordou com o movimento de Taehyung pela cama, ainda enroscado no corpo do melhor amigo. Estava processando sua localização quando a voz profunda adentrou seus ouvidos.

"Desliga esse celular." murmurou com certa autoridade, enterrando ainda mais o rosto no travesseiro. Buscou o aparelho na cômoda com os dedos e quando encontrou, desativou o alarme.

Ficaram mais dez minutos deitados em silêncio, porém Jimin sendo o mais responsável, prontamente se sentou no colchão, sacudindo Taehyung para que não perdessem a hora.

"Anda, levanta." ordenou suavemente, seguindo para o banheiro enquanto coçava os olhos. Escutou um Taehyung ainda sonolento protestar, porém o amigo se conformou e levantou, pegando suas coisas antes de sair e ir para o próprio quarto.

"Te vejo daqui a pouco, Jiminie." disse, a cabeça surgindo pela pequena abertura da porta.

"Até mais, Taetae." Jimin concordou, continuando a escovar os dentes.

Enquanto se arrumava, lembrou que o roteiro de hoje prometia a visitação dos principais templos de Bali. Ficou animado porque gostava de se aprofundar na cultura e pelo o que tinha lido em suas pesquisas, os templos eram cercados por histórias milenares fantásticas e contos milagrosos.

Jimin mal podia esperar para conhecê-los.

Taehyung o buscou minutos mais tarde como prometido e a equipe se encontrou no café da manhã como sempre. No entanto, uma das novidades era que Jungkook se juntaria a eles.

Todos os dias.

Incrível.

Concluiu que o universo conspirava contra ele.

"Jungkook vai começar a tomar café com a gente pra facilitar nossa saída." Ha-eun explicou e não poderia contestar, já que era o mais viável mesmo. Jimin notou o rubor em suas orelhas com o foco de todos na mesa sobre ele.

O guia continuava lindo (ou talvez estivesse mais ainda), a camisa branca com a logo da empresa abraçando seu torso musculoso. Seu cabelo estava repartido ao meio, a visão de sua testa deixando-o ainda mais atraente.

Não pôde evitar em relembrar sua (des)conversa com Taehyung na noite passada.

Jimin não podia negar que se sentia atraído por Jungkook, não só por causa de sua beleza física mas também por seu intelecto. Jungkook era inteligente e gentil, e apesar de um pouco tímido no começo, Jimin descobriu que com o incentivo certo, Jungkook conversava com facilidade.

Era fraco por garotos com essas combinações.

E por mais clichê que fosse, estavam roubando olhares nos últimos dez minutos. Jimin parecia um adolescente apaixonado pelo crush quando corava com a atenção sutil que estava recebendo, um sorriso bobo florescendo em seu rosto cada vez.

Queria gritar para seu corpo parar de reagir de maneira tão transparente, mas não conseguia se controlar, se sentindo patético. Quem diria que depois de seu relacionamento anterior, sucumbiria tão facilmente por outra pessoa a quilômetros de distância da Coreia?

Jungkook trazia de volta essas sensações esquisitas e Jimin não sabia o que fazer. Havia tanto tempo desde que tinha se permitido se relacionar com alguém que não lembrava qual era o próximo passo. Até dias atrás acreditava que estava bem, um relacionamento não era sua prioridade (não é) e manter sua boa imagem entre seus colegas de trabalho era importante. No entanto, para piorar, Jimin sabia que Jungkook também o desejava, se a tentativa de tocá-lo durante a apresentação de dança fosse um indicativo.

O que tornava tudo mais difícil.

Jimin nunca tinha se relacionado com ninguém durante suas viagens, primeiro para se manter profissional e segundo para não criar uma bagunça emocional caso alguém se apaixonasse e inevitavelmente tivesse que cortar os laços.

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