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7. epílogo

Uma brisa gélida o atingiu quando saiu do aeroporto, a noite cumprimentando-o com o céu escuro e livre de nuvens. Estremeceu, as estrelas saudando-o com seus brilhos enfraquecidos pelas luzes da cidade.

Dois anos.

Dois anos e meio que tinha começado sua vida na Indonésia.

Dois anos desde que tinha conhecido Jimin.

E agora estava de volta em Seul.

Jungkook poderia dizer o quanto assistir Jimin sumir pelos portões de embarque foi a situação mais dolorosa que tinha vivido, a pessoa que havia iluminado seus dias em Bali escapando por seus dedos como areia.

Foi difícil superar, seu coração despedaçado por não poder fazer com que as coisas dessem certo entre eles. Na época, ambos estavam determinados sobre suas convicções e cabia aos dois respeitar a decisão um do outro. Queria mais que tudo ficar com Jimin, mas no fundo, sabia que não largaria sua vida e as experiências que estava adquirindo em Bali por ele.

No entanto, não guardava rancor de Jimin. Pelo contrário, seus sentimentos de afeto cresceram ainda mais após sua partida, Jungkook refletindo sobre todos os momentos que passaram juntos.

Levou apenas seis dias para que se apaixonasse perdidamente por ele, sua personalidade radiante atraindo Jungkook como uma mariposa para as chamas. Além disso, gostar de Jimin não foi um processo difícil. Desde o primeiro dia tinha sido gentil e paciente, demonstrando apoio para um introvertido que nem ele.

Devia ter sido super esquisito ver um guia de turismo tão tímido. Porém, Jungkook gostava de acreditar que sua inteligência e modo de se expressar com clareza foram os motivos que fizeram a empresa contratá-lo em primeiro lugar.

Os meses iniciais trabalhando como guia foram incríveis, Jungkook descobrindo mais profundamente a terra natal de sua mãe com muito interesse e admiração. Sempre tivera vontade de retornar, pois não lembrava da época que esteve lá com seus pais quando era criança.

O salário era bom, mas por causa do rodízio entre os funcionários que a agência criava, em determinados dias Jungkook ficava sem trabalhar. Por causa disso, acabou procurando um segundo emprego, querendo ter uma renda extra caso tudo desse errado.

Na loja da feira, Jungkook tinha deixado bem claro que seus horários eram variáveis porque a empresa poderia precisar dele de última hora, mas o dono não pareceu se importar, empregando-o de imediato. Lá, era responsável por atender os fregueses no caixa, oferecendo ajuda ao proprietário assim que os produtos chegavam. A senhora da livraria era sua fiel cliente, apegando-se a ele por lembrar muito o seu neto mais novo.

Apesar das dificuldades no começo, Jungkook estava confortável com sua vida num país novo e prosseguiu dessa maneira até a equipe de televisão entrar em contato e contratá-lo por vários dias. A princípio não se incomodou, feliz por ganhar gorjetas a mais.

E então o conheceu.

A semana ao lado de Park Jimin foi intensa, recheada de emoções inéditas e avassaladoras que tiraram Jungkook do eixo. Até agora não acreditava que tudo tinha sido real.

Como um anjo daquele poderia existir?

Jungkook concluiu que estava sonhando e que Jimin era uma criação da sua cabeça. Ficou deslumbrado instantaneamente, estupefato por sua beleza e sua personalidade cativante. Seus olhos castanhos que formavam pequenas luas cada vez que sorria. Os lábios carnudos e rosados que emitiam a risada mais gostosa do mundo. Os fios loiros contrastando com o tom de sua pele.

Park Jimin era a definição de perfeição e Jungkook era apenas um refém de seus encantos.

E apesar de nunca ter se envolvido com clientes antes, o apresentador fazia-o ignorar suas condutas. Jungkook não se conteve, desde o ínicio tentando conquistá-lo na noite da dança tradicional. Lembrando agora, tinha sido tão óbvio com suas intenções, admirando a vontade de Jimin de se jogar de cabeça numa cultura diferente e realmente experimentar a cidade por completo.