CAPÍTULO DIMINUÍDO - EM REVISÃO PARA PUBLICAÇÃO
Alguém disse uma vez que recomeços são importantes, então aqui estou eu, em um país diferente, com uma língua que quase não entendo, com pessoas que são mais calorosas do que estou habituado, tentando começar novamente minha vida.
Do início? Certo, vamos lá. Tenho 24 anos e quatro meses atrás minha noiva terminou comigo de uma maneira um tanto traumática. Foi para cama com o chefe. E me contou. Na verdade, nós morávamos juntos, então ela o levou para o nosso apartamento, para que eu pudesse ver. Se ela não queria casar, poderia ter dito, terminaríamos e tudo bem. Não havia necessidade de fazer isso.
Então quando surgiu a chance de sair da Irlanda e vir para o Brasil cuidar de um projeto, o meu chefe achou que eu seria perfeito para o cargo. Por isso aqui estou eu, no meu terceiro dia de Brasil, uma sexta-feira quente de julho no Rio de Janeiro, com o pessoal que trabalha na filial brasileira da empresa, fingindo que estou achando o máximo uma mulher sentada do meu lado em uma das melhores baladas da cidade.
O lugar é ótimo, de verdade. Não gostei muito da cerveja, e as pessoas são até divertidas, não fosse essa maluca que cismou comigo e resolveu que não vai me largar. Como chegamos cedo e eu não conhecia o lugar, resolvi que uma mesa panorâmica seria perfeita. Tenho uma visão quase privilegiada de todo o lugar: a pista de dança a minha frente, o bar do lado esquerdo; tem outro que fica atrás de onde estamos, e a entrada principal. A cabine do DJ é em cima de onde estamos, assim como o corredor dos banheiros.
A música é ótima e eu juro que nunca vi tanta mulher bonita em um lugar só. De repente no meio de uma música o DJ começa a tocar I feel good do James Brown.
"Que corte horroroso, o cara não sabe mixar não?", pergunto para o pessoal da mesa.
"Não é isso, é que a exibida chegou", a mulher que está pendurada no meu braço responde.
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Um dia de sol
Short StoryTudo pode acontecer em um feriado com amigos, em um dia de sol. Inclusive um amor impossível.