Emma Miller, aos seus 17 anos, pensou ter encontrado seu príncipe encantado. Tudo que ela sempre sonhou... Mas para o seu azar, ele virou sapo. Se aproveitou de um momento de fragilidade e a falta de apoio à garota para mexer com a mente dela e faze...
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Seattle, 2019
18:45 pm
Emma Miller Pov's
Entro em casa livrando meus pés do scarpin preto e os deixando em um canto perto da porta. Jogo minha bolsa, celular e as chaves do carro no sofá e finalmente posso respirar fundo em alívio. Ser advogada realmente é exaustivo, tanto mentalmente quanto fisicamente... Minha bunda já deve estar quadrada de tanto tempo sentada na cadeira do meu escritório.
— Olha como a sua mãe é uma bagunceira, Ali. — Me viro e vejo Harley descendo as escadas com minha filha nas costas, ambas descabeladas.
— Tá vendo mamãe, você reclama quando eu faço bagunça mas você também é bagunceira que nem eu... Acho que você puxou a mim. — Minha princesa me olha agarrada no pescoço tia. As bochechas salientes coradas e a franjinha colada na testa por conta do suor.
— Também acho que puxei a você, chiponguinha. — Ri com a inocência dela. —Mas você não acha que está esquecendo algo não?
Logo ela pula das costa da mais velha e corre em minha direção com os bracinhos abertos e o sorriso gigante no rosto repuxando mais ainda seus olhinhos verdes iguais aos meus. A pego no colo e encho as bochechas rosadas de beijos a apertando em meus braços.
— Mamãe sentiu tanta saudade da minha bebê... — Dou um cheiro em seu pescoço sentindo seu cheirinho suave de morango misturado com o suor.
— Eu já sou mocinha mamãe! Por que demorou tanto hoje? — Me encarou.
— A mamãe pegou muito trânsito hoje... Uma pessoa bateu com o carro e ficou difícil pra passar. — Justifiquei.
— Nossa... Ela se machucou mamãe? — Me perguntou com as mãozinhas na boca num ato de surpresa.
— Não sei amor, eu não vi direito. Tinha muita gente. — Respondi colocando-a no chão.
— Hoje em dia ninguém olha por onde anda, credo. — Disse minha melhor amiga com toda sua "sensibilidade".
— Não dá pra julgar sem saber o que houve Harley. — A repreendi. — Ela deu trabalho hoje?
— Fora a energia inacabável, não nenhum. Mas ela não dormiu durante a tarde, então provavelmente vai dormir mais cedo hoje. — Indagou prendendo os cabelos curtos e escuros em um rabo de cavalo.
— Que bom, eu estou exausta... — Me espreguicei e me joguei no sofá vendo Alice distraída com um quebra-cabeça, sobre o tapete emborrachado no canto da grande sala.
— Você sempre está. Sério Emma, você deveria sair da rotina de ir e vir do trabalho pra casa. Por que não sai pra se divertir? — Sentou ao meu lado.
Harley sempre implicava com isso. Sempre dizendo que eu deveria sair mais de casa e parar de viver com medo. Por isso comecei a levar Alice para alguns passeios aos sábados e ir jantar em algum lugar legal aos domingos. Mas Harley ainda insistia que eu era joveme deveria sair mais. Parece que não entende que eu sou mãe de uma garotinha de quatro anos e tenho que arcar com minhas responsabilidades, mesmo ela sempre se oferecendo pra ficar com Alice para eu poder "curtir".
