Capitulo 7

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P.O.V Mina

Não conseguia dormir eu não parava de pensar em tudo que aconteceu ontem, eu bebi pela primeira vez na minha vida, vi beijos e troquei beijos com uma mulher e pra fechar com chave de ouro uma mulher que eu estou apaixonada faz um ano.

Quanto pecado meu senhor.

Suspirei frustrada sentindo lágrimas caírem, o que eu deveria fazer? Não sei porque eu tinha que ter esses sentimentos me sentia tão impura. Não posso viver essa vida, não consigo nem imaginar o que meus pais fariam caso descobrissem.

Decidi que iria me afastar de Chaeyoung e focar em meninos, talvez me afastando dela os sentimentos sumissem e poderíamos ser apenas boas amigas.

Orei bastante ao Senhor pedindo misericórdia e perdão pelos diversos pecados. Depois de muito pensar e chorar consegui dormir.

O domingo se iniciou, fomos à oração 7h da manhã imagina 2 horas ajoelhados não é fácil. Meus joelhos são guerreiros.

Eu não consegui orar hoje na igreja porque estava com muito sono cochilei não nego.

Assim que acabou a oração e o culto da manhã fomos para casa ajudei mamãe a preparar o almoço, logo a família Kim chegou e eu tive que enfiar a timidez no lugar onde o sol não bate e bancar a miss simpatia.

Kai chegou me entregando um buquê enorme com um monte de flores que eu não saberia o nome nem se quisesse achei exagerado mas, confesso que são lindas agradeci e fui colocar no meu quarto em um jarro.

A família Kim é simpática são religiosos mas, diferente dos meus pais eles são mais liberais, gosto deles.

Durante o almoço meu pai sempre dava indiretas para Kai sobre me namorar e Kai ficava todo sem jeito assim como eu. Meu pai sempre enchia o saco do Kim para que ele me namorasse.

Após o almoço meus pais falaram para Kai ir ao quarto comigo mas, para deixar a porta aberta, como se eu fosse fazer algo. Sentei na minha cama e Kai sentou do meu lado.

-Você fez o trabalho de geografia?- Kai perguntou puxando assunto.

-Fiz sim, por que?

-Pode me emprestar? É para entregar amanhã e eu não faço ideia de por onde começar- ele disse cabisbaixo.

-Ta bom- me levantei e peguei o trabalho da mochila e entreguei à ele- copia só não faz igual - rimos.

- Obrigada Mina, quer ouvir música comigo?- ele disse me entregando um fone.

- Sim, por favor- disse baixinho sorrindo.

-Não sei como você aguenta só ouvir gospel- ele disse colocando música - guerreirah- Kai disse com uma voz engraçada me fazendo rir.

Ficamos conversando e escutando músicas juntos até que os pais dele disseram que tinham que ir embora, alegando que não queriam se atrasar para o culto à noite.

Após me despedir da família Kim, meus pais foram ao meu quarto escolher minhas roupas para ir ao culto pois é, quase 17 anos nas costas e eles ainda fazem isso não posso discordar deles então fui me arrumar. Meus pais sempre eram os primeiros a chegar na igreja.

Quebra de tempo

Chegando na igreja sento e depois de um tempo os irmãos começam a chegar entre eles Jihyo o namorado Daniel e Joy que me cumprimentaram e logo sentaram ao meu lado.

-Eai como foi a semana? Alguma novidade para me contar? - Joy perguntou sorrindo largo. Joy era extremamente linda, todos os meninos da igreja eram afim da morena mas, ela nunca dava bola para ninguém, em todos esses anos frequentando a mesma igreja que ela nunca a vi com nenhum namorado.

- Ah não tem nada demais acontecendo- menti- e com você unnie?

- Quero te contar uma coisa hoje depois do culto é muito importante pra mim que você saiba- ela disse pegando minha mão.

-Unnie você sabe que eu sou curiosa me conta agora por favor- pedi fazendo biquinho.

- Para com isso Mina-ah, no final do culto eu te conto- ela disse apertando minha bochecha.

Depois da nossa pequena conversa o culto se iniciou. Confesso para vocês, eu gosto de frequentar a igreja eu me sinto bem e feliz, só não me sinto bem com a ideia de que provavelmente todos me odiarão e me condenarão ao inferno caso saibam que eu gosto de uma mulher.

Sempre ouvi que Deus é amor, que devemos amar ao próximo como a nós mesmos mas, fica difícil acreditar nisso quando vemos tantas notícias de lgbtq+ sendo brutalmente agredidos e assassinados todos os dias... dizem que cristãos devem que ser verdadeiros e evitar a mentira pois o pai da mentira é o tio Lu. Porém, se as pessoas decidem ser verdadeiros e mostrar verdadeiramente quem são acabam assassinados, ou agredidos não só fisicamente mas verbalmente também, sofrem a vida toda recebendo ódio tendo que lidar com o preconceito todos os dias apenas por ser quem são. Diferente de muitos que se dizem cristãos e dizem seguir as leis do Senhor e vivem na mentira cometendo pecados absurdos por baixo dos panos e ainda se acham no direito de julgar a vida alheia. Enfim, a hipocrisia.

Quando o culto acabou Joy me chamou para conversar em um canto mais afastado dos irmãos. Percebi que ela estava meio nervosa.

- Unnie o que tem para me contar que tá te deixando tão nervosa? Tô ficando preocupada - eu disse aflita com o nervosismo de Joy, que respirou fundo pegou minhas mãos e começou a falar.

-Minari eu quero que me prometa não mudar comigo... você é realmente muito importante pra mim. Por favor, não conte a ninguém o que vou lhe contar - eu assenti concordando - eu sou lésbica - ela disse baixinho e eu arregalei os olhos. Nunca imaginei que Joy fosse lésbica mas, agora está explicado o porquê dela nunca aparecer namorando um garoto - Mina diz alguma coisa por favor!- Joy me encarou com seus olhos cheio de lágrimas.

- Eu não sei o que dizer unnie... eu te respeito e sempre vou respeitar - eu disse a abraçando e ela retribuiu chorando.

- Obrigada Minari é muito importante para mim ter o seu respeito e saber que você não mudará comigo- sorriu e eu retribui- mas não é só isso eu também estou namorando- ela disse sorrindo largamente. Oh céus muita coisa de uma vez os pais de Joy são os pastores da igreja meu Deus do céu mulher.

- Joy, meu Deus você uau... quem é ela? eu à conheço? - perguntei curiosa.

-Todo mundo conhece a Irene né? - ela disse e eu abri minha boca Irene era uma mulher muito, MUITO bonita conhecida pela sua beleza e também por odiar homens, Bae era uma das únicas lésbicas assumida do nosso bairro, realmente todos conheciam a mais velha.

-Ela é muito linda unnie, estão à quanto tempo juntas?Você não tá com medo? -perguntei.

- Namorando mesmo faz quase dois anos. Mina, eu nunca estive tão feliz e com tanto medo na minha vida, eu...- VAMOS MINA ouço meu pai me chamar interrompendo a fala da minha amiga, sorri desconcertada e logo me despedi dizendo que continuariamos nossa conversa depois.

Assim que chegamos em casa após colocar meu pijama e orar com meu pais na sala pude finalmente me deitar e pensar em quantas coisas estão acontecendo.

Quem diria que Joy a filha do pastor é lésbica e namora a Irene. Agora pelo menos sei que não sou a única ovelha colorida da igreja ri com esse pensamento e logo me repreendi.

Acmé - MiChaeng Onde histórias criam vida. Descubra agora