Lee Taeil odiava acordar cedo, o que fez com que se atrasasse para a aula tantas vezes que achou melhor trocar seu turno para o horário vespertino. Por isso, era difícil imaginar um bom motivo que o fizesse acordar às 7 da manhã de um sábado. Mas ali estava ele, bem vestido, perfumado, com o cabelo penteado para trás, levando seu amado carro para ser consertado na oficina do seu colega de turma.
- Bom dia, Minhyuk! - Cumprimentou sorridente, vendo o mais velho sair debaixo de uma caminhonete azul, todo sujo de graxa. Adorável, pensou, admirando a beleza do moreno à sua frente.
- Bom dia, Taeil. Como vai? - Minhyuk respondeu o cumprimento, se aproximando do outro, que corou pela proximidade com seu crush. - Trouxe o carro para eu dar uma olhada?
- Uhum, aqui está a chave. - Disse, entregando a chave nas mãos de Minhyuk, se arrepiando ao sentir os dedos do outro em sua pele. - Cuide bem do meu bebê.
- Pode confiar em mim.
- Que horas posso vir buscá-lo?
- Pode ser lá pelas 22 horas?
- Não é muito tarde?
-Não, não. Aos sábados eu trabalho até mais tarde, para compensar os dias de semana. - Minhyuk olhou seu dongsaeng de cima a baixo, vendo-o corar com sua rápida inspeção. - E onde vai assim tão bonito?
- Festa de família. - Taeil respondeu, rindo nasalado, enquanto o outro não tirava os olhos de si. - Mas obrigado pelo elogio.
- Então te espero às 22 horas? - Céus, o mais novo mal podia esperar para se encontrar novamente com o garoto.
- Combinado! Até mais tarde, Minhyuk! - Taeil se despediu, saindo da borracharia seguido pelos olhos atentos do mais velho.
***
O cheiro forte vindo de dentro da caminhonete estava insuportável. O local estava cercado com a faixa de precaução, enquanto a equipe buscava por provas ou algum rastro do assassino. Ao que tudo indicava, o corpo, em estado de putrefação, pertencia a Lee Taeil, mais um estudante do Colégio Secundário de Daegu, que havia sumido após voltar de uma festa na casa da irmã, que morava na cidade vizinha. No banco do carona, a bendita flor fazia sua honra.
Son Hyunwoo estava a ponto de surtar. Passava seu dia no colégio secundário de Daegu, buscando por alguma prova que pudesse provar seu ponto. Nem durante seu próprio ensino médio havia passado tanto tempo naquele ambiente. Para ele, o assassino estava ali, entre os milhares de alunos que entravam e saiam diariamente da escola, brincando sadicamente enquanto fazia seu jogo de gato e rato com os investigadores.
Quase 2 meses de investigação, dias e mais dias sem dormir, e nenhuma pista do assassino. Parecia como procurar uma agulha em um palheiro. Quantas pessoas mais teriam que morrer para que eles conseguissem prendê-lo? Ele mesmo tinha vontade de fazer justiça com as próprias mãos. Ter que ver as famílias destruídas, procurando por respostas que a polícia mesmo não tinha, era desesperador.
Estava perdido em seus devaneios, quando ouviu a voz animada de Kihyun o chamar.
- Hyung, finalmente conseguimos nossa pista! O dna encontrado na caminhonete é de um estudante do Colégio Secundário, e a caminhonete também pertence a ele. Também descobrimos que ele levou a caminhonete para lavar no dia seguinte ao da morte do Lee Taeyong, e também foi achado dna da vítima no mesmo veículo.
- Puta merda, Kihyun! Essa é a nossa chance. Finalmente vamos colocar esse sádico atrás das grades.
- Eu te disse, Hyung. Dessa vez, nós não deixaríamos passar. Vamos atrás dele, que no caminho eu te conto o que mais encontrei.
Dentro do carro, Kihyun foi lhe contando sobre suas descobertas, e conforme as pistas e informações colhidas iam se afunilando a um denominador em comum, um peso finalmente foi sendo tirado do coração do delegado.
Finalmente!
Como um bom católico, Son Hyunwoo acreditou que aquele era o seu milagre.
***
Lee Minhyuk estava deitado confortavelmente em seu sofá, coberto até o rosto, enquanto assistia a um programa qualquer na televisão. Seu dia não havia sido fácil. Mesmo tendo acordado um pouco febril, havia ido à escola, pois tinha que entregar um trabalho importante naquele dia. Depois, mesmo com Jooheon e Wonho insistindo para que ele enfim descansasse, foi trabalhar na oficina. Precisava finalizar uma moto, para que recebesse o dinheiro que esperava e pudesse pagar suas contas. Infelizmente, dinheiro ainda não caia do céu.
Depois do trabalho, havia tomado banho, colocado roupas largas e tomado a canja quentinha que seus amigos haviam deixado para ele mais cedo. Estava fraco, com dor de cabeça e com uma tosse irritante, o que indicava que a gripe ia vir com tudo no dia seguinte. Só esperava que melhorasse logo, para poder viajar para Jeju no final de semana seguinte e comer mariscado com sua vó. Sentia falta da sua velha como o inferno.
A campainha começar a tocar insistentemente logo quando estava quase caindo no sono, fazendo com que Minhyuk levantasse do sofá num pulo. Quem deveria ser a essa hora da noite? Caminhou até a porta, resmungando. Tamanho susto levou ao abrir a porta e encontrar o delegado Hyunwoo à sua frente, com uma feição séria no rosto bonito.
- Senhor Lee Minhyuk, por favor me acompanhe até a delegacia. Temos muito a conversar.
- E-eu??? De-de-de-legacia? - Começou a gaguejar, sua feição alternando entre confusão e ansiedade. - Por quê?
- Porque o senhor é o principal suspeito dos assassinatos dos senhores Lee Taemin, Lee Minho, Lee Honbin, Lee Taeyong e Lee Taeil.
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Youngblood └ Wonheon ┘
Mystery / Thrillerconfiança (s.f.) Sentimento de quem confia, de quem acredita na sinceridade de algo ou de alguém. Quando Jooheon e Wonho descobrem que não devem confiar em ninguém.