Arranha-céu

EU não SOU GAY

– E não é só isso. – Yosuke continou dizendo empolgado. – Os hambúrgueres serão ajudados pela mostarda e ketchup nas fases bônus. O principal rival o alface vai estar em todas.

Eu, Yosuke e Nami-chan estávamos no meu quarto, após sairmos da facul. Normalmente é o nosso ponto de encontro por algumas vezes durante a semana. É um tempo divertido.

– Seu jogo se passa em uma lanchonete em um universo alternativo? – Perguntei, tentando raciocinar as idéias de Yosuke. Eu estava deitado na minha cama, com a cabeça de cabeça pra baixo na ponta da cama.

– E-x-a-t-o. É o universo Fast Food, onde batatas fritas são amigas e saladas querem te detonar. – Ele disse empolgado, enquanto girava na minha cadeira gamer.

Yosuke é o tipo de pessoa que gosta de viajar na batata. E não estou exagerando...

Nami-chan continuava sentada no chão no canto do meu quarto enquanto desenhava de forma concentrada.

– Yosuke você é realmente bom em inventar moda. – Eu disse rindo.

– Talvez eu deveria acrescentar esfirras em fases mais difíceis também. Mas e sobre seu jogo? – Yosuke perguntou, fazendo com que minha empolgação sobre minhas idéias transbordassem.

– Nesse jogo o vilão é feito de açúcar e qualquer coisa que envolva açúcar diminui a sua barra de vida. Mas se você encostar no fogo pode recuperar HP, já que seu personagem se alimenta de fogo. Ah, eu já disse que aparece Zombies pra você descer o cacete? Você pode usar o recurso de atirar balas de açúcar em todos eles e derrotá-los, afinal, nesse universo o açúcar queima mais que o fogo. – Eu comecei a dizer, enquanto imaginava cada detalhe.

– Isso está  f a n t a s t i c r a z y. – Yosuke também se animou em ouvir toda minha explicação.

– Está desconexo. – Nami-chan finalmente se pronunciou. – Você deveria alterar o universo para um mundo sombrio e vazio. Um vilão feito de açúcar talvez não seja a melhor opção. O que acha de um cavalheiro das trevas?

– Bem... porque... – Eu não consegui pensar em uma explicação plausível pra essa sugestão trevosa por uma menina igualmente trevosa.

– Um mundo sombrio com um protagonista que se alimenta de fogo seria algo ainda mais louco. – Yosuke disse se divertido.

– Ave. Vocês não estão levando minha arte a sério. – Eu disse rindo junto.

– Droga. – Nami-chan diz de repente. – A ponta do meu lápis especial quebrou. Isao-kun, eu preciso de um estilete.

– Vish Maria, a minha irmã pegou ele de mim ontem. – Afirmei. Minha irmã gosta de desenhar assim como Nami-chan, mas... não são desenhos muito comuns.

– Irei pedir. – Nami-chan disse, fechando seu caderno de desenhos.

Gelei na hora que ela pronunciou essas duas palavras.

– O quê? Não vai querer entrar no quarto dela, sério. – Eu disse me lembrando do motivo que eu vivo longe de lá.

– Por que diz isso? Rika-chan é uma garota muito radiante. – Yosuke disparou.

– Não é isso... – Eu não conseguia achar as palavras certas para explicar.

– Bem, não importa! Meu desenho de uma garota derramando lágrimas cor de sangue não irá terminar sozinho. – Nami-chan se dirigiu em direção à porta, sendo seguida por Yosuke.

– GENTE PERAÍ. – Eu tentei para-los, mas Nami-chan bateu na porta de minha irmã.

– Huh? – Minha irmã, Rika-chan abriu a porta do quarto curiosa.