Dark Club

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– Socorro estou com medo.

– Calado Yosuke. – Eu disse, fazendo "shiuu" com o dedo. – Não deve ter nada de assustador aqui. É só a sala literária que Nami-chan gosta de frequentar.

Eu e Yosuke estávamos procurando Nami-chan em todos os lugares da universidade. Mas não a encontramos em lugar nenhum. Até que eu me lembrei da sala literária que Nami-chan mencionou uma vez que gosta de frequentar com suas duas amigas mais próximas.

Eu então, abri a porta da sala literária, e fiquei de queixo caído.

– TÁ AMARRADO! TÁ REPREENDIDO! TÁ CRUCIFICADO! TÁ SANTIFICADO! – Yosuke começou a dizer em tom de desespero, assim que a porta se abriu. A sala literária, não era exatamente uma grande sala literária.

Na verdade, tinha alguns livros enfileirados em duas, ou três estantes. Mas esse não era o foco da sala, que estava toda escura, com uma decoração sombria com crucifixos, um tapete em um forte tom de roxo, com uma mesa central. Havia algumas velas acesas, e objetos que nem eu consegui identificar, três pessoas estavam sentadas ao redor dela. Assustador.

– N-N-N-Nami-chan? – Eu tentei disfarçar meu espanto, chamando-a assim que abri a porta. Mas acho que falhei.

– Temos visitas. – Uma das pessoas sentadas à mesa pronunciou. Seu tom não era assustador, pelo contrário. Era uma voz fofa?

Vi um interruptor logo ao lado da porta, e acendi. Quando a luz iluminou todo o lugar, percebi duas meninas sentadas uma de frente pra outra, e Nami-chan sentada na ponta.

– Bem-vindos! O que os trazem ao Dark Club? – Nami-chan diz, em seu tom de sempre. Parecia receptiva, mas assustadora como sempre.

– Dark o quê? – Yosuke questiona

– Dark Club. – A menina da voz fofa diz. – É um clube voltado para energias sombrias. Mas somos felizes longe da claridade e coisas adoráveis.

Ouvir essas coisas de uma pessoa que tem uma voz considerada adorável, chega a ser engraçado.

– Nossa, é um clube de emo góticas. – Yosuke diz na frente de todo mundo.

– Quieto. – Nami-chan se pronuncia, se levantando da cadeira. – Estou em reunião no momento, podemos conversar mais tarde?

– Nami-chan não seja rude. – Diz a terceira. – Meu nome é Fukuhara Azumi, podem me chamar de Azu-chan. São bem vindos ao nosso clube, querem fazer a iniciação?

– Iniciação? – Perguntei, ao vê-la se aproximando.

– Eu pego o rímel, vou deixar um efeito obscuro lindo nos olhos deles. – Disse a de voz fofa.

– Azu-chan, Akemi-chan. – Nami-chan as interrompeu. – Não acho que eles estejam prontos para aceitar a serenidade das sombras na vida deles. Não ainda.

Akemi-chan se aproximou com duas velas na mão e ficou desapontada, após ouvir o que Nami-chan acabou de dizer.

– N-Não viemos aqui pra isso, nós viemos pra... – Fui interrompido .

– Vieram para fazer questionamentos sobre os mistérios da lua cheia? Como realizar seu próprio ritual para seu encontro individual consigo mesmo de outra dimensão usando velas vermelhas? – Azu-chan começou a fazer várias suposições sem parar. – Ou ainda melhor, quais os melhores tons escuros para causar um efeito dramático em seu vestuário?

– Nenhuma dessas aí não galera, nós só... – Yosuke estava falando, até ser interrompido.

– Já sei, já sei! Vocês querem aprender conosco as maravilhas do Carpe Noctem? – Akemi-chan soltou repentinamente.

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