— Tá na hora solar. - Moonbyul falou com dificuldade pois prendia o choro.
— Porque você não fica? A gente pode ir naquela lanchonete que você ama… - Yongsun falava agitada com a voz embargada, ela não queria que a namorada fosse pra guerra.
— Sabe que eu não posso… eu preciso ir! - Tentou sorrir para tranquilizar a mesma. — Sabe que provavelmente eu vou ficar na ambulância né? Eles não costumam dar as armas para as mulheres - Falava na intenção de tranquilizar a mesma, enquanto mexia em seus cabelos fazendo um breve carinho ali.
O coração de yongsun doía só de pensar que teria que deixar sua namorada ir para um lugar totalmente distante dela.
— Não acredito que você vai mesmo… - e assim na estação de trem soou a última chamada para o trem de Moonbyul — Vou sentir muito sua falta meu bem… - Falou baixo enquanto ia de encontro a mesma assim a abraçando fortemente, sentindo mais uma vez seu cheiro, que era tão único dela.
Esse abraço durou longos minutos entre elas, as pessoas que passavam ao redor reparavam, óbvio, mas elas naquele momento, estavam tão entretidas no mundo delas que nem se importaram com os olhares alheios.
— Você já sabe né? Quando sentir saudades de mim, é só olhar para minha foto no colar… - Tentou secar as lágrimas que insistiam em cair — E me escreva também, ok? - Falou afobada.
— Ok meu amor, não se preocupe, quando menos esperar eu vou estar de volta ok? - Abraçou a mesma mais uma vez — Te amo meu sol - Falou em seu ouvido ainda agarrada na mulher.
— Te amo minha lua, toda noite eu vou estar pensando em você… - Falou fungando no ombro da mesma.
— Só de noite? -
— Você entendeu idiota! - Fechou a cara e deu um soco na namorada que ria da mesma que logo mudou sua expressão sentindo dor no local que yongsun a socou.
— Mas agora eu preciso ir mesmo solar… Até daqui a alguns meses meu bem. - Se soltou do abraço da mesma.
Solar não conseguiu guardar as lágrimas para si e ali se desfez mais uma vez, chorando como se fosse o fim do mundo. E realmente era para ela, o medo era recorrente de receber aquela carta do exército.
Depois de mais uma mini despedida com um abraço, Moonbyul queria muito a beijar porém se conteve por que se fizesse aquilo sabia que aconteceria muita coisa por conta do preconceito alheio, e ela não queria aquilo para yongsun. Solar finalmente a soltou e deixou a mesma ir, com o coração apertado, com medo. Ela não sabia quando Moonbyul voltaria, essas coisas nunca tem datas definidas e aquilo a deixava aflita.
Quando Moonbyul entrou no trem, a primeira coisa que fez foi pegar o colar que solar tinha a dado um dia antes de ir embora. Naquele dia as duas tentaram fazer tudo que podiam juntas, tudo que tivesse ao alcance delas, o que foi meio difícil. Ela escondiam a relação delas a 2 anos já, dois anos sem poder viver "normalmente" como um casal, o que de certa forma deixava Moonbyul frustada, ela queria ser feliz com a namorada dela, sair na rua de mãos dadas, poder a cortejar em público, a beijar em público sem precisar ter medo, até mesmo fazer uma cerimônia, era tudo que ela queria!
O que ela nunca entendeu foi o preconceito das pessoas, o que tem demais duas pessoas se amando? O que isso incomoda? O que a pessoa tem a ver com a vida alheia dos outros? Mas ao mesmo tempo que essas perguntas para ela não tinham respostas ela sabia o que acontecia com pessoas homoafetivas que eram assumidas, elas eram tratadas como se fossem doentes, batiam nelas, as tratavam feito lixo… Por mais que ela quisesse ser livre, o medo a consumia.
Já yongsun sempre foi meio medrosa, não que isso fosse ruim, mas ela sempre evitava Moonbyul em público, só quando estavam sozinhas a dava atenção e trocava carícias com a mesma. Ela tinha muito medo que alguém descobrisse sobre o relacionamento delas, nunca pensou que duraria tanto tempo assim, tanto tempo delas vivendo escondido…
Por mais que ela quisesse muito ser assumida com Moonbyul, ela tinha muito receio, medo… medo de seus pais, de seu PAÍS, das pessoas… Talvez se elas tivessem em outra época seria tudo diferente certo?
Talvez não.
Olhou para o colar o abrindo e ali vendo uma foto de solar, do seu sol. Mesmo tentando se manter firme ela acabou deixando as lágrimas rolarem soltas, não sabia quando voltaria a ver sua amada, talvez nem voltasse para casa, isso a assustava querendo ou não. Dês que seu pai a obrigou praticamente ela se alistar ela não tem falado com ele. Falava apenas o básico e de resto ignorava.
Não queria ter ido para guerra brigada com o pai, mas acabou que o orgulho dela falou mais alto que o amor por ele, ela estava muito chateada com ele, pois se ele não tivesse a obrigado a se alistar ela estaria em casa provavelmente, ou teria saído com yongsun para comer algo na rua.
Ela resolveu botar o colar de volta no pescoço, o botando de baixo de sua blusa, tentando o deixar pelo menos um pouco mais seguro ali. A viajem da mesma seria longa. Ela estava torcendo para que a botassem na ambulância quando chegasse lá, pois sabia que a maioria das mulheres que iriam para a ambulância, sempre voltavam para casa. E também sem contar que os homens nunca deixavam quase mulheres com armas pois para eles elas não sabiam manusear uma por ser mulher.
[...]
Primeiro dia dela
No primeiro dia de Moonbyul ela acabou descobrindo que ela não iria para Ambulância e sim iria atacar. No primeiro dia ela não fez muita coisa, o plano deles era apenas esperar por algum ato do inimigo.
Quando chegou a noite ela decidiu escrever para solar sobre seu primeiro dia.
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segredos (Moonsun) CONCLUÍDA
RandomOnde na década de 60 um relacionamento lésbico era muito mal visto. Moonbyul se alista no exército e vai para guerra, toda noite ela escreve uma carta para sua "melhor amiga" que lhe deu um colar para ela nunca esquecer da mesma. De fato não esquece...