Four

332 34 23
                                    

Demetria acorda bem cedo, com a ansiedade já correndo em suas veias como se ela tivesse acabado de dar seu primeiro beijo. Ela pega seu celular, apreensiva, verificando se não havia qualquer chamada perdida. Não havia nenhuma.

Também, pudera. São quatro da manhã, o que ela esperava?

Vendo que não conseguiria mais dormir, ela se levanta e prepara um copo enorme de achocolatado. Ela prepara tudo em silêncio, para não acordar as demais pessoas da casa, e logo após volta ao seu computador, fazendo os milhares de trabalhos de sua faculdade, afinal o semestre não vai passar sozinho. Ela logo termina de fazer todos os seus afazeres, vendo o sol da manhã nascer. Ao ver que não tinha nada para fazer, resolve começar uma rotina fitness que ela com certeza não iria seguir, resolvendo andar de bicicleta até o centro, para ir até a biblioteca, estudar mais um pouco. Ela se arruma casualmente, com um característico coque frouxo.

É, só faltou o starbucks. - A garota pensa enquanto tira da garagem sua bicicleta empoeirada, que parecia uma relíquia arqueológica, tanto era o tempo que estava guardada. Demetria despede-se de sua mãe, que agora estava acordada, e informa que logo volta. Ela pedala por alguns quarteirões, observando o movimento das ruas, até finalmente chegar em manhattan, onde fica a New York Public Library. O local estava vazio. Bom... Para o nível Nova York, estava. 

Ela se enfurna por entre as prateleiras, vendo livros e mais livros sobre enquanto se distraía vendo todos, procurando por algum que realmente a interessasse. Ela passa algum tempo ali, enquanto aguardava paciente pela ligação, lendo sobre a história da independência estadunidense, até escutar uma voz já conhecida por ela.

- Oh, Lovato. Você por aqui? 

- Não, Valderrama. Esta é a porra de uma cópia minha que se auto destrói em 5 segundos quando a toxicidade está muito alta. 5, 4, 3, 2...

- Haha. Muito engraçado.

- Não era para ser engraçado, era pra você parar de encher meu saco mesmo.

- Oh... Mas e aí, como está sendo a vida?

Senhor deus, se você existe, porque errou tanto na dosagem de auto estima do homem hétero? - Demetria pensa, enquanto responde de qualquer jeito o homem, que parecia não perceber que ela estava mais do que claramente desinteressada. Ela já havia ficado com ele no passado, mas foram outros momentos e a única explicação que ela via por ter deixado Wilmer beijar seus lábios era um surto coletivo. Ou ela só era muito, mas muito burra mesmo.

-... E então, quer sair sexta a noite?

- Não, obrigada, eu já tenho outros planos para sexta. 

- Mas eu sou tão legal... 

- Então chame outra garota, ela com certeza aceitará o convite. Até porque, de qualquer forma, eu sou lésbica.

- Oh... Ótimo. Eu não sou ONG para fazer serviço de caridade. - O homem diz, ferido, mas se achando muito legal, ainda. - Quando você arrumar um emprego, talvez eu te dê uma chance.

- E quem disse que eu quero uma chance? 

- Aliás, quem disse que ela é uma desempregada? - Demetria sente uma mão em seu ombro. Só podia  ser...

Sorry, I'm in love with u.Onde histórias criam vida. Descubra agora