(E)verything's bad?

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Min Yoongi

O dia se iniciava e com ele vinha um certo desespero da minha parte, pois eu iria me mudar hoje e eu não queria isso, eu jamais queria algo dessa forma. Me sentia bem morando aqui e não via nenhuma necessidade de me mudar, não agora. Mas pela ganância e egoísmo da minha mãe, eu e meu pai estamos sendo obrigados a sair daqui. Sei que ele não é tão inocente assim, mas ainda sim, o mesmo sempre precisava fazer os gostos dela, mesmo conta a vontade dele. Sempre foi dessa forma, já era algo normal aos meus olhos, mas não era para ser considerado normal. Não sabia para onde iria. Nem cidade, bairro; Se era uma casa, apartamento ou condomínio. Estava tão desnorteado, mas não queria perguntar nada para meus pais, apenas queria ficar na minha, sem demonstrar nenhum sentimento. Até porque, aquela mulher que tenho nojo de chamar de mãe, com certeza, quer me ver triste.

Acho que se eu me matar, ela vai até mesmo, comemorar, mas isso não irá acontecer. Ou pelo menos eu espero. Fico pensando um pouco sobre aquele anjo, foi algo tão aleatório, rápido, do nada... Não sei se é uma coisa da minha cabeça, ou realmente real. Prefiro pensar que é a primeira opção, mas para ser sincero, eu já não me importava mais com nada. Nessa altura do campeonato, tudo para mim estava bom, até porque, não tinha opção de escolha. Parecia que eu vivia em uma prisão, literalmente. Não posso sair, nem ter amigos direito, mal posso conversar com meus próprios pais. O meu pesadelo está todo aqui, no próprio lugar que deveria ser um abrigo e aconchego para mim.

O dia mal tinha se iniciado, o sol ainda estava nascendo, mas aquela megera já estava gritando pela casa, dizendo para nos apressarmos, pois estava com pressa. Aquela sua voz me irritava tanto, ainda mais quando estava gritando. Sinto que a qualquer momento eu vou explodir, e esse dia está perto. Pois ninguém merece passar por isso durante 24h por dia. Eu sou humano; Tenho meus desejos, gostos, sentimentos. Não sou uma marionete para ser tratado e moldado da forma que eles querem. Às vezes eu só quero ter a minha privacidade, o meu tempo sozinho, mas longe de casa, e nem isso eu posso ter.

Eles acham que não tenho idade para nada, nem para ter a minha própria opinião. Para ambos, parece que eu preciso pensar em brinquedos e afins. Mas eu não sou mais uma criança, eu já tenho idade o suficiente para saber o que quero da minha vida. Já cansei de ser um boneco para ser moldado da forma que eles querem. Por que é tão difícil para eles entenderem que eu sou uma pessoa assim como eles? Só porque eles tem mais idade do que eu, não significa que eu sou um nada e não me sinto mal pelas coisas. Se a adolescência deles foi ruim, eu não tenho culpa. Eles deveriam saber que dói, e me tratarem de uma forma melhor, mas com certeza, isso nunca vai acontecer. Eu já perdi a esperança deles mudarem, pois se quisessem uma mudança, já teriam mudado faz tempo. Apenas me levanto da minha cama logo, pois não queria levar nenhuma bronca, pois estava completamente sem saco, e com certeza, iria falar coisas que não devo e as coisas iriam piorar. Faço tudo o que tenho que fazer e desço as escadas, eles já se encontravam na sala.

— Você demorou, estávamos te esperando faz tempo já. — Minha mãe diz. Como sempre sendo exagerada.

— Era só ter me chamado. — Digo de modo indiferente e rude, sem olhar para ela e logo abro a porta daquela casa, saindo.

Já que eles já iriam mesmo, fui na frente, em direção ao carro. Em antes de entrar no automóvel, eu me viro para aquela casa uma última vez e a observo. Confesso que eu estou sentindo vontade de chorar. Pode até ser apenas uma casa, mas eu vivi quase toda a minha infância aqui, e por mais que ela foi meio conturbada, faz parte do meu passado e eu levo comigo. Suspiro e entro no carro quando vejo meus pais saindo de casa.

Pego meu celular, coloco meus fones de ouvido e deixo uma música calma - ou que pelo menos me deixasse mais calmo -, rodando. Logo sinto meus pais entrando no carro e logo o automóvel já estava em movimento. Era desesperador me vendo ir embora da casa que fez parte de quase toda a minha vida e nem poder falar nada, pois minha vontade era de gritar e implorar para que nós ficassemos, mas a minha opinião não fazia diferença na vida deles, e muito menos da minha mãe.

Dentro daquele carro, o clima estava completamente pesado, um silêncio eterno, somente as músicas que tocavam em meus fones que eu conseguia ouvir. Hoje estava nublado, parecia que iria chover. Eu amava dias assim, eu me sentia mais tranquilo, e além do mais, fazia tempos que não chovia e eu sentia falta de dormir com o barulho tão aconchegante das gotas se colidindo com o chão, ou até mesmo, com a janela. Apenas olhava para os lados constantemente. Eu nunca havia saído assim para tão longe, tirando as vezes que viajei quando era pequeno, mas eu nem me lembro tão bem. Seria um passeio aconchegante se não fosse uma mudança.

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Eu acabei dando um cochilo, ainda mais por estar cansado e não ter dormido direito a noite, e acordo quando sinto o carro parar. Olho em volta e vejo que estamos em um condomínio. Ele parecia de luxo, não sabia como meus pais conseguiram arranjar dinheiro para fazer tal coisa, mas doi de ombros. Ambos saem do carro e eu faço o mesmo em seguida. Apenas acompanho-os durante toda a trajetória, até porque, eu não sabia que andar e nem qual seria nosso apartamento. Depois de subir uns oito andares, chegamos na cobertura, e era onde seria nossa nova casa.

Acho que não seria tão ruim assim morar por aqui, bom, pelo menos, é o que eu acho. Aqui eu literalmente estou sem amigos e nem sei se tem pessoas da minha idade por aqui, o que vai dificultar cada vez mais as coisas. Meu pai fez questão de me mostrar meu quarto, e eu apenas sorrio como forma de agradecimento. O apartamento já era mobiliado, o que são facilitava cada vez mais as coisas.

Só espero que eu me acostume com esse local.

— 2 dias para a cura.

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