A verdade é que não sabia muito bem o que queria, mas já sentia o desejo me corroer, se era certo ou errado pouco importava, naquela noite escura e durante todas as manhas intermináveis só queria me entender.Observava os outros seres e por algum talvez a minha ingenuidade fazia com que seguisse em linha reta e continua, até que parei. Naquela noite não havia planejado, era claro que o desejo ainda morava em mim, mas era apenas uma noite, na casa de Maria iriamos fazer coisas de “meninas”, comer, beber e assistir filme de romance e falar sobre garotos.
Maria era alguns anos mais velha, a nossa amizade começou quando minha mãe resolveu se mudar para o prédio dela, e por coincidência, a mãe de Maria conhecia muito bem a minha, o que fez suas filhas se aproximarem. Ainda me lembro do primeiro dia que nos vimos, Maria se negou falar comigo e ficou horas em seu quarto, minha mãe disse que era normal, mas me lembro da sensação, de como fiquei triste por Maria não querer ser minha amiga.
Começamos a nos falar três dias depois, Maria era ótima em matemática, ela sorria de orelha a orelha sempre que acertava uma conta, enquanto eu me embolava a cada divisão, até hoje duvido que Maria tenha aceitado me ensinar é mais provável que sua mãe tenha lhe obrigado.
A questão é que depois de algumas aulas, Maria me convidou para dormi na casa dela, dentro do seu quarto pude entender porque ela gostava tanto daquele cômodo, ela se sentou na cama sorriu como se estivesse acabado de acertar uma multiplicação e me perguntou quantos garotos já havia beijado, me embolei nas minhas próprias palavras, tossi como se estivesse com uma gripe terrível, e com vergonha confessei nunca ter beijado ninguém.
Maria riu tanto que só parou porque estava com dor nas bochechas, e depois de todo o riso me disse que nunca havia beijado ninguém também, até hoje me pergunto porque ela havia dado aquela crise de riso. Mais tarde depois de montarmos todos os jogos do seu irmão mais novo, Maria propôs que nós beijássemos, sem entender a olhei, mas ela sabia bem como convencer alguém, disse que era para não passamos vergonha quando fossemos beijar um garoto, concordei.
Ela tinha um cheiro bom e beijar na boca não era tão nojento igual quando via meus pais se beijarem. Nossos lábios se encostaram, foi um selinho, e estranhamente eu gostei, propus então que usássemos a língua, Maria hesitou, mais após todas as luzes serem apagadas, a gente se beijou, beijei Maria e sentir todo meu corpo corresponder ao beijo, ela não gostou muito, disse que estava louca para testar em um garoto, ela foi dormi e eu fiquei pensando em quando beijaria outra boca como a de Maria.
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TODOS OS BEIJOS
Short StoryO beijo é muito mais do que um simples gesto de intimidade, é uma maneira de trocar, de forma subconsciente e por meio dos sentidos, informações importantes sobre a pessoa. E foi através do beijo que tudo começou, ele foi o responsável por Zoe se de...