TODOS OS BEIJOS

Carla

No final do 2º ano, estava desanimada com tudo, minha mãe achava que estava triste por causa do Diogo, e então me deixou em paz por um tempo, ela só dizia: “sabe que pode falar sobre qualquer coisa comigo” e eu agradecia sabendo que isso não era totalmente verdade. Maria agora era popular, e ela mal tinha tempo para ficar comigo, só pensava em ensaiar a coreografia de líder de torcida. 

Não dava mais para esperar e naquela tarde eu a chamei para conversar contei para ela e por fim perguntei se ela ainda queria ser minha amiga, tudo que ela sabia fazer era dar risada e perguntar se realmente havia beijado a irmã do Tad, no final depois de rir muito ela me abraçou disse que isso não mudava em nada a nossa amizade, e ainda soltou um “eu já sabia”, será que está tão obvio assim?

Resolvi assistir o ensaio de Maria, e logo de início uma garota me chamou a atenção, desde que terminei meu namoro e mentira com Diogo, não havia ficado com ninguém e isso já fazia quase 3 meses, até que aquela garota, usando aquele uniforme totalmente colado em seu corpo, que desenhava suas curvas perfeitamente me fez deseje-la. O nome dela era Carla e o mais impressionante era que nunca havia reparado nela, até hoje.

 Quando o ensaio acabou pedi a Maria que me apresentasse a Carla, assim ela fez e naquela mesma tarde chamei Carla para sair sem segundas intenções, eu só queria saber mais sobre ela, Carla aceitou com um sorriso que me balançou, Maria me repreendeu e pediu para mim limpar a baba que estava escorrendo.  Depois de contar tudo para Maria me sentia tão leve, tanto que cogitei a ideia de contar para meus pais.

Em casa minha mãe falava com uma amiga no telefone, enquanto estava deitada no safa na sala, estava mexendo no celular, mas foi inevitável não ouvir a conversa de minha mãe com sua amiga, elas falavam sobre a filha da moça minha mãe disse: “ Não se desespere querida, pode ser só uma fase, de qualquer forma deve apoia-la, só porque ela que gosta de meninas não é o fim do mundo”. Passei o resto da tarde pensando no que minha mãe falou com a amiga, será que ela realmente pensava assim? E se fosse a filha dela? 

As horas passaram e mandei uma mensagem para Carla afim de saber se estava tudo certo para saímos hoje á noite, quando sair de casa pedi para minha mãe não se preocupar que voltaria cedo. Passei na casa de Carla para busca-la, e fiquei sem reação quando a vi, estava linda, ela ficou constrangida pelo tanto que olhei e perguntou se estava arrumada demais, disse a ela que estava perfeita.

Não fomos em nenhum lugar chique, até porque minha mesada não permitiria então fomos a velha sorveteria da cidade, conversamos bastante e fiquei pesando que sorveteria não era um bom lugar para levar alguém no primeiro encontro, como não era um encontro me senti um pouco melhor.

Na volta para casa, Carla não parava de falar um minuto, ela andada em meio a pulos, sorria para tudo, seu cabelo voava junto com o vento e seu sorrio tinha mais luz que a lua, depois de tanto andar sentamos em um banco perto de sua casa, Carla parecia preocupada olhando para  todos os lados, mas quando ela parou, consegui olhar em seus olhos  e sentir aquele desejo por um beijo voltar em mim, tentei segurar, pois havia dito que não tinha segundas intenções com ela, mas  quando ela sorriu novamente, me rendi aos seus encantos e pedi por um beijo, Carla hesitou disse que nunca havia beijado uma menina, e que isso poderia até ser pecado, mais eu a acalmei dizendo que pecado era deixar de fazer algo que quer muito. E então nós beijamos, foi um beijo lento e carregado de desejo, foi um beijo muito quente e com gosto de quero mais.