Rosemary

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Não me lembro exatamente como, mas quando me dei conta já estava saindo com Carla a mais de 4 meses, dentro desse tempo dávamos beijos diferentes, as vezes quente, tão quente que queria arrancar sua roupa, outras vezes frio, tão frio que me congelava inteira. Carla jogou os livros em cima da mesa do refeitório e me olhando nos olhos disse que precisávamos conversar, sem entender nada ela me acusou de olhar para outras garotas e sem provas ela deu um fim para nós.
Compreendi Carla ela só arrumou uma desculpa pois não sabia muito bem o que estava sentido e seria difícil explicar para seus pais que eram cristões.

Maria passou a tarde ao meu lado, estava arrasada, não sabia o que sentia por Carla, mais durante todo esse tempo ela me fez muito bem, fiquei ainda mais arrasada por saber como era difícil amar. "talvez fosse mais fácil se ficasse com um garoto qualquer", foram essas palavras que disse para minha amiga.

Demorou quase duas semanas até que me sentisse realmente bem e conseguisse apagar todas minhas fotos junto com Carla, mas não consegui, só passei para o pen drive e guardei na minha caixa de coisas velhas. Falei com Maria, iria finalmente contar para meus pais, não importava mais, queria começar o terceiro ano do ensino médio, totalmente assumida.

Depois que sai da escola fui direto para casa, e ao chegar joguei minha mochila no sofá e corri para a cozinha.

_ Mãe, pai, eu sou gay.

Foram exatamente essas palavras que saíram da minha boca, minha mãe deixou a xicara de café cair e meu pai se levantou com um sorriso sem graça, quando menos esperei o Diego apareceu na porta, e aquela foi uma tarde difícil, mais foi bom que o meu ex namorado de mentira estava ali comigo, contamos tudo, minha mãe não acreditou, ela disse: "Eu sempre disse para você que podia contar tudo pra mim, qualquer coisa", então me desculpei com ela, naquele dia a gente jantou pizza porque minha mãe não conseguia cozinhar, bom ... o meu pai ele não entendeu muito bem, mas enfim assumidamente lésbica e com um teto para morar. Quando me deitei eu desejei que todo mundo tivesse pais como os meus.

Uma semana após contar para meus pais, cheguei na casa da maria e pedi para que ela cortasse meu cabelo, a mesma surtou e disse algo do tipo "emergência de meninas, ela quis dizer que iriamos para o salão de beleza. Meu cabelo estava extremamente longo, seu comprimento já passava da minha cintura e isso estava me fazendo surtar, agora mais do que nunca queria me parecer comigo mesma. Então a moça cortou, até meu ombro e ainda pedi que ela pintasse de azul porque sempre quis pintar assim.

A Maria amou, disse que combinou muito, já minha mãe, bom ... ela surtou, mas não me importei muito, uma outra coisa que estava com bastante vontade de fazer era jogas aquelas roupas rosas no lixo, serio! De todas as cores a rosa é a que menos gosto, e a minha mãe sabia muito bem disso, mais fazia questão de comprar. Esperei o dia amanhecer e fui as compras com minha melhor amiga. As vezes penso que minha mãe queria uma filha como Maria, uma que fosse bem feminina.

Em uma das lojas do shopping a imagem que vi me deixou totalmente destruída, era Carla aos beijos com um menino, um garoto, minha amiga me consolou, e não demorou muito, só cerca de cinco horas para me recuperar daquele baque. Minha tristeza passou rapidinho quando a vendedora da loja me passou seu número e pediu para ligar para ela.

Dois dias depois e tudo combinado para um encontro com Rosemary a vendedora da loja, ela era uns dois anos mais velha e muito linda, tinha o cabelo cacheado longo, seu estilo realmente me chamou atenção, mais tudo nela era perfeito como se tivesse sido desenhada. E mais tarde, quando saímos do restaurante, ela me convidou para ir a sua casa, não aceitei seu convite e voltei para casa, sem nenhum beijo, sem saber qual era o gosto da boca de Rosemary.

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