Capítulo 8

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Karen:

Depois do acidente Gustavo ficou com um probleminha na perna direita.

Com muita fisioterapia e cuidado aos poucos ele está melhorando.

Estou de 8 meses, falta apenas um mês para a nossas gêmeas nascer.

Sim são duas menina, a Luz e a Sol.

Ainda continuo trabalhando na doceria, vovó Marta não queria que eu trabalhasse, mas por muita persistência minha ela deixou, mas no balcão sentada.

Ainda faço acompanhamento com a psicóloga, mas não semanalmente, minhas consultas são mensalmente, pois dei uma melhorada.

Tirei do meu cérebro que eu era uma pessoa gorda, pois mamãe fez lavagem cerebral em mim.

Mamãe me criou para ser uma pessoa magra, e por decorrência disso eu tive bulimia e gordofóbia.

Hoje eu compreendo que as pessoas são como elas são, aprendi que cada tem o seu jeito e sua maneira de viver.

Estou no meu intervalo, estou comendo uma torta de morango que vovó Marta fez, está uma delícia.

Sinto uma água escorrendo entre minhas pernas, por um momento pensei que eu derramei chá em mim.

Segundos depois eu me toco que foi a minha bolsa estourou.

- Vovó Marta?!  Tábata? As gêmeas vão nascer. – grito para todos ouvir.

- Aí meu Deus, Tábata liga para o Gustavo e vou pegar o carro. – diz vovó Marta.

Sinto uma dor insuportável, me rasgando ao meio. Não vejo a hora disso passar.

    Horas depois:

Gustavo:

Depois do acidente, tive um probleminha na perna direita, ando mancando mas não é algo que interferi na minha vida.

Estou consertando uma moto, essa está me dando trabalho, ouço o meu telefone tocar vejo que é Tábata e atendo.

   Ligação on:

- Fala Tábata, tudo bem?

- Eu estou ótima, mas a Karen entrou em trabalho de parto, vá direto para a maternidade.

- Tá bom, estou indo agora.

     Ligação off:

Pego o carro vou para o hospital mas no caminho meu Deus que trânsito do cacete, chego na maternidade, entro e vou na recepção.

- Boa tarde moça, minha esposa deu entrada aqui no  hospital, em trabalho de parto.

- O senhor é o Marido da Karen?

- Sim.

- É só seguir reto, vira a direita ela está no quarto 11.

- Obrigado. – digo para recepcionista.

Chego no quarto e vejo a cena mais linda em minha frente, minha mulher com nossas filhas nos braços amamentando. Cena linda de se ver, cada uma sugando um peito.

- Não acredito que perdi o nascimento de nossa filha. – digo para Karen.

- Não deu tempo de chegar no hospital, ela nasceu na doceria mesmo.

- Sério, e como foi? – digo surpreso, pegando uma das gêmeas no colo.

 

Karen:

Estou em pé, encostada na parede.

Acabei deixando todos loucos aqui na doceria, Tábata está no telefone, pelo que eu entendi está falando com Tavinho. Vovó Marta correu para o escritório pegar a chave do carro.

Não aguento, a cada minuto a dor intensifica, sinto que não vai dá tempo de chegar ao hospital.

Quando a contração vem eu faço força, e nesse momento sinto a cabeça da bebê entre minhas pernas.

Não terá jeito eu mesma farei o meu parto.

Faço força, e mais força quando eu vejo eu tirei  um dos meus bebês de dentro de mim.

Entrego a primeira que venho ao mundo e logo em seguida pego a outra que quase escorrega das minhas mãos.

Todos na doceria ficam em silêncio, ouvimos apenas o choro das gêmeas.

- Nasceu, mas como? – diz Tábata surpresa.

- Ué?! Pela buceta se é parto normal. – diz dona Marta fazendo todos dar risadas.

- Vovó Marta não diz isso.

- Digo sim.

O meu sentimento é de alegria, um misto de emoção, fazer eu mesma o meu parto é gratificante emocionante, apenas sentido para saber.

Fora Dos Padrões ( Duologia Entre o Amor e Preconceito)Onde histórias criam vida. Descubra agora