Capítulo 5

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Gustavo:

Estou em minha oficina, tenho tantos carros para arrumar, ouço o sino tocar, sinal de cliente na área.

Quando vou pegar o pano para limpar as mãos e cumprimentar o cliente eu me surpreendo com quem está aqui. Boa coisa não é.

- Você aqui. O que quer? – pergunto para dona Selma.

- Sim, vejo que surpreso não está. Vou ser direta. Quanto quer para se afastar da Karen?

Olho com um olhar de indignação para ela, realmente isso eu não esperava.

- Olha não sei  do porque a senhora tem preconceito comigo. Nunca lhe fiz o mal, e agora a senhora me oferece dinheiro? Que tipo de mãe a senhora diz ser? A senhora não é mãe, a senhora é um mostro.

Eu amo a Karen e nada do mundo vai me fazer desisti dela.

- Vocês gordos se acham né. Os donos da razão, sabe eu sempre odiei gordo. Odiei porque eu também já fui uma. E eu não quero que a minha filha vire chacota das pessoas.

- Porque? Se você já sofreu gordofóbia, por que faz isso com as pessoas? Você gosta né.

- Você não sabe de nada… você não viveu a minha vida. Saia do meu caminho,se não irá aguentar as consequências.

Dizendo isso dona Selma sai da minha oficina me deixado atordoado com sua confissão.

   

   

      Karen:

Hoje sai mais cedo da doceria. Estou aqui esperando a minha vez chegar para a Consulta com a psicóloga.

- Karen pode entrar. – diz a secretária.

Entro para dentro, sento-me na grande poltrona.

- Tudo bem com você Karen?

- Sim... mais ou menos? – digo confusa.

- É sim ou não. Meio termo não dá.

- A minha mãe apareceu para acabar com a minha vida.

- Quer falar? – diz a psicóloga.

- Ela apareceu na doceria, puxou os meus cabelos e falou que eu iria pagar caro por tudo. Que mãe que faz isso. Tudo bem ela não ser minha mãe, mas porque ela não me ama como tal? Por que querer me moldar a sua maneira? – digo entre lágrimas.

- As pessoas são como são mas elas podem mudar, você já sentou para conversar com ela ou até mesmo algum parente? Tentar entender do porque dela ser assim? – questiona a psicóloga.

- Nunca parei para pensar, desde pequena ela nunca me deixou comer doces. Lembro de um episódio quando criança…..

    Lembranças on:

Eu estava com 8 anos de idade, papai pegou folga para me levar ao parque de diversões. Olho para lado e vejo um vendedor de algodão doce.

- Papai compra um algodão doce para mim?

- Que cor você vai querer? – pergunta papai.

- Cor nenhuma, filha a mamãe trouxe para você uma salada de frutas na bolsa. Você não pode comer isso, esses doces são gordurentos e açucarados.

- Mas é só um mamãe. Deixa?

Mesmo fazendo uma cara de cachorro abandonado não adiantou.

- Karen já falei que não. Vou deixa essa bolsa aqui com o seu pai, e vou aproveitar fazer umas compras. E você Sérgio nada de dar doces a menina.

- Tudo meu amor, ela comerá a salada de frutas. – diz papai.

Dizendo isso papai apenas espera mamãe se afastar e diz:

- Que cor de algodão doce você quer?

- E a salada de frutas?

- Papai come, e isso será um segredo só nosso. – diz Sérgio.

Nesse dia eu realmente fui criança, comi todas os doces, pipoca e muita maçã do amor. A salada de frutas o papai comeu.

      Lembranças off:

 

 

            

 

 

 

Fora Dos Padrões ( Duologia Entre o Amor e Preconceito)Onde histórias criam vida. Descubra agora