Silencing spell

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Narrative

Enquanto isso no inferno...

Max encarava Bev totalmente brava. El havia feito meio que uma "greve de sexo" por causa da chegada de Bev ao departamento de Nova York do inferno e isto estava deixando a ruiva bastante irritada.

Bev sabia que a outra ruiva estava lhe observando mas ela tentava a ignorar enquanto escrevia o relatório do último humano no qual cuidou.

Quando Bev finalmente terminou o relátorio, estendeu os braços pra cima por conta do cansaço e acabou deixando que sua manga caísse um pouco para baixo mostrando uma espécie de tatuagem de correntes no braço direito. Max estranhou aquele tipo de tatuagem na hora, sentia que já tinha a visto em algum lugar.

- Que isso no teu braço? - a ruiva perguntou já puxando o braço da outra. Assim que puxou, conseguiu ver a tatuagem mais claramente e agora tinha certeza de onde a conhecia.

- N-Nada! - a garota puxou seu braço de volta e estendeu sua manga.

- Eu sei o que é isso! - Max falou convencida - Feitiço de silenciamento.

Assim que falou, Bev encolheu os ombros e enguliu em seco. Tentava falar alguma coisa mas novamente parecia que as palavras estavam se engasgando em sua garganta.

Um feitiço de silenciamento é basicamente um feitiço que proíbe a pessoa de falar palavras ou assuntos específicos. Normalmente, pessoas que estão sob esse feitiço possuem um desenho de corrente em alguma parte do corpo.

Max não gostava nem um pouco de Bev, mas sabia que se alguém usou um feitiço de silenciamento nela, era porque era coisa séria. Max suspirou e estendeu a mão para Bev a sua frente - Vem, eu resolvo isso.

- Sério?! - Bev disse pulando da sua cadeira, estava com um tom de esperança nos olhos.

- É, é um feitiço simples. Eu só preciso achar o livro que explica como quebra-ló. - respondeu se gabando.

- E onde ele está? - a menor disse anciosa.

- Na sala de arquivação, mas eu acho que... - sem conseguir completar a frase, Bev já foi andando apressadamente na direção da sala de arquivamento. Max bufou e foi atrás da outra ruiva.

Chegando lá, as duas se depararam com uma sala cinza enorme cheia de prateleiras com inúmeros artefatos, livros, papéis e pastas. Seja lá qual for o livro que Max estava procurando, iriam demorar bastante tempo para acha-ló.

- Puta merda, isso cresceu desde a última vez que estive aqui... - Max falou fazendo sua voz ecoar por toda a sala.

- Qual é o nome do livro? - Bev perguntou determinada já olhando os títulos dos livros das prateleiras.

- Se chama Habentis maleficia. - a outra ruiva respondeu andando por entre os corredores da sala.

Demoraram praticamente meia hora até que Bev gritou do outro lado da sala - Achei! - pela sala ser vazia, Max seguiu o som da voz da ruiva e chegou até ela, que estava segurando um grande livro roxo de capa velha com letras douradas do lado "Habentis maleficia".

As duas se sentaram no chão ali mesmo e Max abriu o livro cautelosamente. Assim que abriu, um monte de poeira veio ao seu rosto, mostrando o quanto o livro era velho. Tossiu e abafou a poeira com a mão.

Bev teve que se segurar para não rir bem ali.

Max foi passando delicademente as páginas com medo de rasga-lás, até parar em uma que estava escrito "elnémító varázslat" com alguns desenhos de correntes meio apagados. Só podia ser aquele.

Leu resumidamente a língua estrangeira e voltou seu olhar á Bev - Hmm, tá dizendo aqui que a gente precisa fazer um círculo, colocar o fio de cabelo da pessoa enfeitiçada no meio e recitar "most beszélj" três vezes. - sorriu e fechou o livro com força, fazendo com que um pouco de poeira voasse da capa - Simples.

Bev suspirou aliviada pela facilidade. Se soubesse que era tão fácil assim quebrar seu feitiço ela já o teria feito á muito tempo.

Max pegou uma caneta do seu bolso e desenhou um círculo ali no chão, Bev tirou um fio de seu cabelo e também colocou no meio do círculo. As luzes da sala começaram a piscar e tudo parecia já estar em um clima de filme de terror.

Ambas se sentaram em volta do círculo e se prepararam para recitar as palavras. Max soltava um sorriso travesso pelo cheiro de enxofre que havia ficado forte enquanto Bev apertava com força os punhos esperando que dêsse certo.

- Most beszélj, - ambas começaram a dizer. Toda a sala começou a tremer e a luz piscava mais freneticamente - most beszélj, - ao recitar pela segunda vez, vultos pareciam passar correndo por volta do círculo sussurando, chorando e gritando - most beszélj! - ao recitar pela terceira e última vez, tudo começou a tremer mais instensamente e os vultos pareciam estar loucos. Os livros e os papéis começaram a voar pelos lados sem direção como se fossem baratas tontas. Um livro até quase acertou Bev mas ela conseguiu abaixar a cabeça antes.

Toda aquela bagunça durou por uns três minutos. Até mesmo Max estava assustada achando que deveria ter invocado algo muito pior. Mas então, tudo parou de tremer, os vultos sumiram e todos os livros e papéis caíram no chão. Curiosamente, nenhum livro caiu sobre o círculo.

- Ué? Funcionou? - Bev falou confusa olhando a bagunça em volta deles, não sentia nada de diferente.

- Olha seu braço. - Max falou apontando para manga da garota.

A ruiva estendeu sua manga e o desenho de corrente não estava mais lá, um sinal de que havia funcionado. Sorriu de orelha a orelha ao ver sua pele finalmente limpa.

- Fala o quê te proibiram! - Max disse também entusiasmada.

Bev limpou a garganta e começou a falar.

Porém, ela não conseguiu falar nem um "a". Sua garganta estava travando as palavras novamente.

- Mas que merda?! - a ruiva bufou de indignação ao não conseguir falar - Como não funcionou?! - encarou Max com raiva. Se olhassem bem fundo em seus olhos iriam conseguir ver uma chama se mechendo.

- E-Eu não sei... a gente fez tudo certo! - Max falou pegando o livro e abrindo no capítulo certo. Elas fizeram tudo que estava escrito ali.

Quando Max voltou seu olhar a Bev, enguliu em seco e arregalou os olhos - Puta merda... - murmurou olhando para cara da ruiva á sua frente.

- O quê foi?! - Bev disse com medo do que tinha em seu rosto.

Max pegou um caco de um espelho que havia quebrado atrás delas e o colocou na frente do rosto da garota. A ruiva se olhou no pequeno caco e conseguiu ver que o desenho de correntes agora estava em seu pescoço.

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Vudu é pra jacu pessoal

◇ Gσ∂'ѕ ωrαтн • ʳᵉᵈᵈᶤᵉ ◇Onde histórias criam vida. Descubra agora