Carol Biazin
Eu não estava me sentindo bem em Los Angeles. Eu tinha constantes pesadelos com Dreicon, às vezes ele aparecia correndo atrás de mim e fazendo coisas horríveis que eu não quero citar. E então com isso, decidi que quero voltar para Nova York!
Eu conversei com Dayane, ela obviamente não queria voltar pra Nova York, mas eu bati o pé e fiz ela mudar de ideia. E cá estamos arrumando nossas malas para voltarmos para Nova York.
Fiz uma última vistoria no quarto, vendo se eu tinha pegado todas as minhas coisas. Dayane entrou no quarto com Liam no colo, me tirando um sorriso.
— Oi, meu amor – Liam praticamente se atirou nos meus braços, agarrando meu pescoço. — Finalmente você acordou, dorminhoco.
Ele resmungou, escondendo seu rosto na curva do meu pescoço. Day sorriu para mim, me dando um selinho rápido em meus lábios.
— Já tá tudo pronto? Aliás, eu não esqueci que você disse que nós teríamos uma conversa. Quando essa conversa vai acontecer?
Bem, eu ainda não contei sobre a minha gravidez para ela. Eu estava esperando o momento certo, e o momento certo é quando nós estivermos em Nova York. Se passou três semanas desde que Thaylise me contou que estava grávida e descobriu que eu estava também. Na noite que eu ia contar para Dayane, ela já estava dormindo, então, adiei a conversa.
— Eu já falei pra você esperar! – reclamei. — Cadê o Felipe? Eu ainda tenho que dar banho nele.
— Ele já tomou banho, sozinho. Ele disse que já é um homem e que pode tomar banho sozinho.
Suspirei triste.
Eles crescem tão rápido.
Me lembro como se fosse hoje, o dia que Felipe nasceu. O idiota do pai dele não estava comigo, mas minha mãe estava, e aquilo foi melhor do que se Dreicon estivesse comigo. Quando eu olhei os olhinhos de Felipe, eu comecei a chorar, mas chorar muito, de soluçar. Não sei o que deu em mim, eu apenas fiquei emocionada.
Porra, eu tinha dado a luz à um ser humano! Isso é muito importante. Ele é muito importante. Eu quase morri de preocupação quando o babaca do pai dele sumiu com ele.
Ah, sempre que eu me referir ao Dreicon, terá xingamentos diferentes. Dayane diz que ele vai puxar meu pé enquanto eu estiver dormindo. Ele que venha de graça pra ver se eu não dou um chute.
— Por que ele cresceu? Queria que ele ainda tivesse três anos. Ele era tão fofo. Não que ele não seja, ele é extremamente fofo pra mim! Mas poxa, não era pra ele crescer.
— Eles crescem, amor. Infelizmente eles têm que crescer. É triste pra mim também, mas ainda temos o Liam e o Noah.
— Promete que não vai crescer? – perguntei, olhando para o Liam.
Ele apenas assentiu com a cabeça, e deitou ela novamente no meu ombro.
— Iremos cobrar, ursinho.– Dayane sorriu, bagunçando os cabelos de Liam.
Ele e Noah estavam com oito meses. Pois é, eu disse que eles crescem rápido.
Nenhum dos dois falaram ainda, e eu aguardo ansiosamente para esse dia chegar, mesmo que eu não queria que eles cresçam, eles só podem crescem mais um pouco.
— Já arrumou suas coisas? Sabe que a gente ainda vai passar na casa dos nossos amigos e da sua mãe, não é? Temos que ser rápidas!
— Já arrumei tudo. – ela revirou os olhos. — Amor, eu posso te falar uma coisa? Mas assim, você não pode me bater e nem me xingar.
— Fala.
— Você... você engordou? Não é uma crítica, tá bom? Você é gostosa pra caralho. Eu posso estar louca, eu quebrei meus óculos, eu não tô enxergando muito bem!
— Calma! Eu não vou falar nada. Eu tô percebendo isso também. O que será que é? Eu nem estou comendo tanto.
Me fiz de sonsa.
— Na verdade você tá comendo muito sim.
— O que você falou? – falei em tom ameaçador.
— Vou ver como os meninos estão.
Ela saiu correndo do quarto e eu soltei uma risada. Coloquei Liam no chão, e o garoto começou a engatinhar pelo quarto. Andei até a cama e fechei a única mala que ainda estava aberta.
— Prontinho!
Liam bateu palmas e soltou um gritinho, mesmo sem saber o que estava acontecendo. Ele era assim, o Noah tinha a cara mais fechada, dava poucos sorrisos. Espero que isso mude.
Falando no pedaço de gente, Noah apareceu na porta do quarto, com uma carinha de choro.
— O que foi, meu bem?
Ele ergueu os braços para mim, e eu caminhei até ele, pegando ele em meu colo. Ele tentou abaixar minha blusa desesperadamente.
— Já entendi. – andei até a cama e me sentei na mesma, subindo minha blusa e abaixando meu sutiã.
Não demorou para Noah abocanhar o mesmo, sugando com força.
4 HORAS DEPOIS.
Já estávamos a caminho da casa da Selma. Já passamos na casa da Thaylise e da Elana, do Victor, do capitão Gomez. Resumindo, passamos na casa de todos os nossos amigos.
Noah e Liam dormiam tranquilamente no banco de trás, em seus bebês conforto. Felipe estava acordado, jogando em seu novo tablet.
Não preciso nem falar quem deu aquilo pra ele, não é?
É óbvio que foi a Thaylise. Ela mima tanto esse menino que eu acho que quando ele crescer ele vai me trocar por ela. Já está começando a trocar na verdade, agora é: minha madrinha pra cá, minha madrinha pra lá.
Não aguento mais!
— Mamãe, a Olívia vai estar na vovó? – Felipe perguntou.
— Eu acho que não, pequeno. Provavelmente sua tia Fernanda vai chegar só amanhã. – Dayane respondeu simples.
— Eu queria ver a Olívia. – ele continuou.
— Eu também, mas acho que iremos ver ela só nas férias.
— Por que estamos indo embora, mama? – agora ele perguntou para mim.
— Não estou mais me sentindo bem aqui. E também eu prefiro Nova York, sem sombra de dúvidas. Sua avó mora lá, seu tio Rafael também.
— Eu sei, mas... e meus amigos daqui?
— Nós iremos voltar aqui nas férias! Você também têm amigos em Nova York.
— Mas e minha namorada? – arregalei os olhos, me virando para trás.
— Que namorada, Felipe? Você tem namorada? Por que você tem namorada? Quem é ela? Dayane volta com esse carro que eu vou na casa dessa garota. – falei tudo de uma vez.
— Calma, amor. Quem é sua namorada, filho?
— A filha da Nat, a fiel.
Já sabem quem ensinou isso pra ele, não é?
— Quem deixou você namorar com ela? – perguntei, já ficando nervosa.
— A tia Pugliese. Ela aprovou o nosso namoro.
— E eu não fui comunicada?
— Calma, baby, eles são apenas crianças.
— Eu não vou falar mais nada.
Virei para a frente novamente e cruzei os braços, escutando uma risada vindo da Dayane. Dei um tapa forte na coxa da minha namorada, fazendo ela se calar.
E eu volto a dizer: Eles crescem rápido demais!
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Voltei mais rápido do que o esperado, mas o importante é que eu voltei.
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coisa rara | 2°T
Historical FictionCaroline resolve voltar para Nova York, Dayane não tem outra escolha e volta com sua família para sua cidade natal. Mas com essa volta a Nova York, muitas coisas acontecem. Será que essa família irá ter paz? Será que elas se livraram de todas as pes...