@VênusMartinez
Caminhei ao lado de Kade até o carro, Sea Lost havia ficado quieto no banco de trás. Sentei no banco do passageiro e retirei a capa de chuva, Kade levou sua mão para ligar o aquecedor, e sem querer esbarrou em minha perna, senti meu coração ser golpeado. O toque dele frio era capaz de fazer tudo em mim se incendiar de uma maneira que era completamente impossível apagar as chamas.
__Kade... - Chamei pelo seu nome e ele me olhou. __Eu vi as cicatrizes nas suas costas. - Falei e engoli em seco, senti um nó se formar na minha garganta. __Eu sei que tudo isso é minha culpa, Kade. Não posso continuar machucando você.
Ele sorriu. Um sorriso que me fazia conhecer o paraíso sem nem sequer estar lá.
__Baby. - Estremeci. __Se por te beijar tivesse que ir para o inferno, eu faria isso. Eu desistiria de tudo para estar com você. - Ele terminou de falar e sua voz se encaixava perfeitamente no som da chuva lá fora. Seu maxilar estava travado e se ele não fosse um anjo, eu poderia dizer que eu estava frente a frente com um, literalmente. __Eu morro por você, Vênus.
__Não quero que morra por mim.
__Estou destinado a morrer por você toda vez que pensar em tirar sua própria vida. Já morri 13 vezes durante 18 anos, e nunca te deixei sozinha. - Kade mordeu o canto da boca, e eu olhei para ela. __Eu continuo me apaixonando por você a cada vez que seu coração bate, tem sido assim por séculos.
[...]
Estávamos na casa de campo, já estava de noite e eu havia tomado um banho longo. Kade estava sentado no piano tocando uma música desconhecida. Quando entrei na sala, seus olhos queimaram em mim.
__Quero te levar a um lugar. - A rouquidão da sua voz me deixava tonta.
__Em qual lugar? - Mal pisquei e ele estava na minha frente, rostos tão próximos, eu não conseguia nem pensar.
__Isso realmente importa? - Ele sussurrou e eu neguei.
[...]
Tínhamos pegado o metrô e Kade sentou ao meu lado em um vagão vazio. Fomos sussurrando coisas desconexas um para o outro o caminho todo, enquanto eu mantinha minha cabeça deitada sobre o seu ombro. Assim que o metrô parou na estação, caminhamos pela Fifth Avenue até chegarmos ao número 701. Olhei para cima e vi o enorme Columbia Tower Sky View, um dos arranha-céus mais altos do mundo, com 285 metros. Kade segurou a minha mão, e eu o olhei. Seus olhos estavam calmos e me traziam uma confiança inimaginável.
__Não tenha medo, Baby. Eu não vou te soltar. - Ele entrelaçou nossos dedos e eu caminhei com ele para dentro.
Andamos até um dos elevadores, e assim que entramos Kade digitou o número do septuagésimo sétimo andar. Enquanto o elevador subia, ele me prensou contra a parede, sua boca perto o bastante para mim perder o fôlego. Levei minha mão até o seu pescoço e com um impulso ele me pegou no colo me segurando sobre seus braços, me prensando cada vez mais com as pernas entrelaçadas em sua cintura.
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Chuvas de Novembro
Romance"Mas amores sempre vêm e amores sempre vão. E ninguém tem certeza de quem vai desistir hoje, E ir embora." Guns N' Roses Risco de gatilhos! Livro 1