🫧 թɾօ́ℓօցօ

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ᏆᏞᎻᎪ ᎠᎬ ᎫᎬᎫႮ, ᏟϴᎡᎬ́ᏆᎪ Ꭰϴ ՏႮᏞ
Sᴇᴛᴇᴍʙʀᴏ ᴅᴇ 2007.

QUALQUER MORADOR minimamente atento da Ilha poderia falar qual o nome da garotinha que passava correndo todos os dias pelas ruas agitadas de turistas, cantarolando o quanto estava animada para chegar em casa logo e contar para sua mãe mais uma nov...

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QUALQUER MORADOR minimamente atento da Ilha poderia falar qual o nome da garotinha que passava correndo todos os dias pelas ruas agitadas de turistas, cantarolando o quanto estava animada para chegar em casa logo e contar para sua mãe mais uma novidade que aprendera com a tia da escola.

Dessa vez, ela queria que a mãe lhe levasse no mercadinho para comprar algodão, para que pudesse cultivar o feijãozinho mágico do João e o pé de feijão. Ela ficou encantada com a possibilidade de fazer uma plantinha nascer fora da terra.

Ela até treinou a carinha de cachorrinho sem dono que aprendera ser um truque infalível para derreter o coração dos adultos. Olhinhos quase fechados, brilhando devido às lágrimas que se formavam no cantinho, as bochechas rosadas pela timidez e lábios pequeninos contraídos em biquinhos inocentes e pá! Mais um adulto fisgado.

Mas seus planos se desfizeram feito uma bolha de sabão sensível ao balançar da ventania.

Assim que dobrou a esquina da rua de casa ouviu gritos daquela voz trepida que imaginou pertencer ao seu pai. E estava certa.

A pequena murchou ali mesmo do lado de fora, atrás da porta de correr feita de vidro, transparência que lhe proporcionava ver toda a cena apavorante que se passava dentro da loja de kimbap da sua mãe.

─ Você não vai fazer isso! ─ gritou a mulher vestida em seu avental azul marinho, apontando o dedo na cara do homem alguns centímetros mais alto que ela. ─ Esse dinheiro é dos seus filhos!

A menina estremeceu quando a voz de sua mãe estancou na garganta, reverberando doloroso na forma de um grunhido quando a mão do homem se ergueu no ar e acertou em cheio um tapa bem no meio do seu rosto. Ela cambaleou para trás, assustada, acostumada com os acessos de violência do marido, mas ainda surpresa pois sempre acreditava que ele mudaria.

Por ela.

Por seus filhos.

Por sua família.

A menina não sabia o que fazer quando o pai brigava assim com a mãe. Ela costumava chorar em silêncio e depois abraçar a mãe com toda a força que seus bracinhos conseguissem, a fim de que sua matriarca recebesse a mensagem que ela tentava lhe entregar em silêncio.

"Não chore, mamãe, gosto mais quando sorri para mim".

Por sorte, seu irmão ainda estava na creche, caso contrário, seu pai estaria ainda mais irritado por que seu irmãozinho é novo demais para entender que quanto mais chorava assustado, maior era a força que seu pai usava para descontar na mãe.

 ᑊ∣Oʙsᴇssᴇᴅ ᴡɪᴛʜ ʏᴏᴜ ⦁ ❨ ʲᵉᵒⁿᵍʸᵉᵒⁿ ˣ ʲⁱᵐⁱⁿ ❩ ⦁Onde histórias criam vida. Descubra agora