Assim que passo pelo portal reconheço o jardim começo a voar para meu quarto até que...
— Ayla Ruston— eu congelo, atrás de mim meu pai parecia muito bravo, ele vem até mim e me segura no braço, forte— Vamos ter uma conversa séria lá, em seu quarto.
Não digo nada, mesmo que quisesse nenhum som saia de minha boca. No meio do caminho, a princesa Diarra passa pela gente mas não faz nada, seu rosto possuía um semblante de desinteresse, o que me deixou mais frustrada. Olho para o relógio, eram sete e meia, não estava atrasada então por que ele brigaria comigo? Chegando em meu quarto ele fecha a porta com força.
— Você ainda lembra quais eram as regras? A primeira mais especificamente "não se atrasar para as refeições"!— ele me olha com muita raiva, era a primeira vez que o mesmo me encarava nos olhos— Você sabe o quão perigoso é deixar a princesa sozinha? Era para você estar com ela— eu queria falar, queria falar que foi ela a culpada, mas por covardia não fiz nada, ainda o encarava — onde estava quando ela chegou depois de uma hora? Onde estava quando fomos jantar? Eles estão fazendo isso de bom agrado, então não desperdice essa chance quebrando as regras — ele respira fundo e fala— não quero ver mais nenhuma regra sendo quebrada e nem ver você muito longe daqui, fiquei claro?— "como água" era o que eu queria falar, mas só consegui o encarar e confirmar com a cabeça— hoje você não terá refeição, pensei que já era uma adolescente madura, mas ainda tem muito para aprender— eu me esforçava para não chorar, meus olhos ardiam e minha garganta queimava, não por ele ter ficado bravo, mas por ser injusto, por não ser minha culpa.
Ele sai e fecha a porta, não foi com muita força, mas o suficiente para entender que eu o havia estressado. Dava para sentir lágrimas começando a descer, não conseguia parar, enfio meu rosto dentro do travesseiro. Não queria estar aqui, não queria conhecer essas pessoas, não queria ter conhecido meu pai.
***
Acordo ouvindo leves batidas na porta, olho para o relógio e eram 10 e meia da noite.
— Senhorita Ayla, está acordada?— era o Fred— posso entrar?— com meu poder faço com que a maçaneta gire— obrigado, lhe trouxe isso— em sua mão havia uma bandeja com frutas— pensei que estaria com fome, então peguei essas frutas.
— Obrigada — sinto meus olhos inchados— mas acho que estou sem fome.
— Não fique tão brava com seu pai, ele estava mais bravo com ele do que com você.
— Por que ele estaria bravo com ele?
— Pois agora que sua filha chegou, ele não sabia onde estava, ele como pai não podia te proteger se acontecesse algo— péssimo jeito de mostrar isso— a princesa tinha chego aqui, no começo eles até te esperaram, mas eram sete horas e decidiram comer, seu pai achou estranho por você não ter voltado com a princesa— olho para o chão — pegue uma maçã pelo menos —faço o que ele diz.
— Alguém perguntou sobre mim a ela?.
— Seu pai, após ela voltar, a mesma falou que você estava atrás dela e num segundo sumiu— cerro meus dentes de raiva.
— Fred, ela tinha me jogado num caminho de vento — Olho para ele, para minha surpresa ele não ficou surpreso.
— Sabia que a princesa estava mentindo no momento que ela disse, esse é meu poder, saber as mentiras e verdades dos outros, apenas não falei pois sabia o que ela ia fazer depois— com certeza o demitir e negar até o final, faço um longo suspiro.— seu pai havia falado para te procurar na cidade, após o jantar, quando você chegou ele havia me mandado um telegrama mágico para eu voltar— o observo — Quando cheguei e vi seu pai muito estressado, perguntei o que tinha acontecido e seu pai me contou— faço uma cara de surpresa, não esperava que ele contasse — eu e ele trabalhamos juntos há muito tempo, bom agora está tarde, vá dormir.
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O bater de asas.
RomanceAyla é uma fada, Gael um demônio. Ele é um príncipe herdeiro e ela apenas uma camponesa. Mesmo com futuros diferentes, mesmo sendo seres diferentes, seus caminhos se cruzam e o diferente passa a ficar igual. Mas essa não é mais uma história de r...