Eu fiz a escolha certa?
Eu fiz escolha certa em me mudar para essa pequena cidade? Talvez eu não deveria ter fugido para essa pequena cidade.
Eu tinha tudo.
Eu tinha Nova Iorque, a cidade que não dorme, ou talvez eu não dormisse.
Eu tinha muito.
Eu tinha pais, irmãos, amigos, dinheiro, eu era amada e inteligente, talvez a mais esperta da minha classe, meus professores me diziam que eu era especial e diferente, que eu não era como as outras meninas, principalmente o Sr. Harnegan e Sr. Lukefield. Eu era inteligente e diferente?
Talvez eu fosse um anjo.
Bom, meu nome pelo menos era, Angela.
Eu tinha garotos, muitos garotos, não apenas garotos, homens, eles viviam atrás de mim e me diziam como eu era bonita, eles tinham todas as idades, Justin de 11 anos para quem eu fui babá; Kyle de 18, meu primeiro namorado e a pessoa quem tirou minha virgindade, talvez o único que me amou, mas não o único que eu amei; Anthony de 47, pai de Kyle, ele pôs a mão por debaixo da minha saia enquanto tirávamos uma foto no meu primeiro jantar conhecendo sua família quando eu tinha 16; Manny de 22, quem eu conheci na faculdade e namorei por 2 meses até descobrir que ele estava noivo; Jamie e Robert, 21 e 54, meu primo e meu tio que acharam engraçado dizer a todos no nosso churrasco em família como meus peitos e bunda tinham crescido absurdamente dos 15 aos 16 anos, apenas para usar uma desculpa para passar a mão por eles enquanto meu pai e o resto da família achava graça de toda situação.
Grace Kelly! Todos esses e mais alguns diziam como eu era bonita como ela, como eu era a beleza perdida de Hollywood. Eu realmente era ou eles só gostavam de me fazer acreditar que eu era amada para poder passarem a mão por mim?
Talvez eu fosse, minha mãe e irmã diziam a mesma coisa, o quanto eu era bonita como ela, mas eu não achava isso, mas minha mãe também dizia que eu tinha os olhos de Bette Davis, mas só por causa daquela música da Kim Carnes, que ela dizia ser minha música, Bette Davis Eyes, eu queria ser pura como a neve de Nova Iorque; mas eu preferia me imaginar como Rita Hayworth, ou Marilyn Monroe, eu gostava de seu jeito livre, eu queria ser como ela; todos na cidade me diziam ser como ela, não por ser livre, talvez só por ser um objeto, eles expulsavam de suas bocas "Você é uma Marilyn, nunca será uma Jackie.", e eu aceitava, talvez eu fosse uma Marilyn, talvez eu tenha nascido para ser uma Marilyn, eu poderia ser uma Jackie? Jackie Kennedy era uma mulher inteligente, talvez eu pudesse ser como ela, ou eu poderia apenas para de aceitar como ditam minha vida.
Eu não tenho muito.
Eu tenho 25 anos, e eu tenho 500 dólares, não é muita coisa, mas é o bastante por enquanto; eu ainda tenho meu lenço de cabelo que ganhei aos 13 anos da minha vó, eu tenho um livro, 1984 de George Orwell; eu tenho um cachorro, Leo, por causa do Leonardo DiCaprio óbvio, talvez eu seja um clichê as vezes. Eu tenho um sorvete no congelador da minha pequena geladeira, e eu tenho uma pequena casa, ela fica do lado de um lago, um lago quieto, como eu, talvez eu tivesse sido um lago na minha vida passada, isso é possível?
Eu tenho um lago quieto e silencioso, ele não é grande, mas é o suficiente para mim, apenas para mim e mais ninguém.
Eu não tenho muitos garotos, na verdade nenhum, eles não olham tanto para mim, não me tocam, não me dizem mais que eu pareço com a Grace Kelly ou Marilyn Monroe, talvez porque eu pintei meu cabelo loiro para um castanho, um tom não tão claro porém não tão escuro, eu poderia pintá-lo apenas de preto, mas eu preferi deixa-lo desse jeito, me agrada mais, eu escolho as coisas agora.
Eu tenho liberdade, eu sou livre.
Eu não tinha nada, mas eu tenho tudo agora.
Apenas eu e o meu quieto lago, apenas nós dois em silêncio.
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Desafio dos 30 dias de escrita
Ficción GeneralCompilado de 30 histórias diferentes, cada uma com o tema do dia respectivo. [TW de assuntos sensíveis como suicídio e auto mutilação.]