- Minha amiga está ficando disputada. - Sina debocha e cai em uma gargalhada.- Eu dispenso essa concorrência, corri tanto que já me sinto com uns 5kgs a menos.
- Sabi, você correu dois corredores, não exagera. - Reviro os olhos pela falta de humor da minha amiga. - E aí, o tal do Noah é bonito?
- Sim, mas é meio assustador. - Não dou muitos detalhes sobre a aparência dele pois fiquei levemente interessada, e Sina dava de 10 a 0 em mim.
- Um pouco de mistério é sempre bom. - Ela brinca e eu solto uma risada.
- Diga por você, quero evitar problemas. - Resmungo, minha amiga é muito aventureira, já eu, totalmente o contrário. - Não quero ir trabalhar.
Trabalho em um barzinho e fico o dia todo sentada, mas ainda não gosto de trabalhar lá.
Quando vim embora para os EUA, eu literalmente vim sem nada, até porque no México que já não tinha nada mesmo.
Ao chegar aqui tive que me virar para não morrer na rua, Raul foi muito legal em me dar o emprego, mas ainda não é o dos melhores.
Eu ainda me pergunto se um dia vou ter uma condição financeira boa, porque as oportunidades não são muitas.
- Sei que não é o melhor trabalho, Sabi, mas pelo menos você tem algo para te sustentar. Sem falar que você tem uma ótima melhor amiga que te ajuda. - Sina é um anjo em minha vida, devo tudo a ela.
Ao contrário de mim, minha melhor amiga tem a vida dos sonhos, seus pais são ricos e ela é bem sucedida na vida. Até hoje me pergunto por que ela anda com uma fracassada como eu.
- Você sabe que eu te amo, Sininho. Eu não seria nada sem você. - A abraço e ela retribui emocionada.
- Eu também te amo muito, Sabi. Você sabe que pode contar comigo sempre.
- Agora tenho que ir, te vejo mais tarde. - Dou um beijo em sua bochecha e vou embora.
A caminho do trabalho fui olhando o mesmo caminho de sempre que faço, as vezes chega até ser chato a maneira que minha vida é monótona.
Aos finais de semana Sina me arrasta para algum lugar festivo, e eu não sou boba em reclamar.
Gosto de sair para me divertir, apesar dos perrengues que passei aqui e no México, me considero uma pessoa feliz.
E acima de tudo batalhadora. Eu levo aquele ditado " A esperança é a última que morre" ao pé da letra mesmo.
Ao chegar no bar, na verdade, é tipo mini restaurante, e passei na cozinha para dar um oi para o pessoal.
Pelo decorrer do dia não foi nada cansativo, foi o mesmo de sempre. Trabalho no caixa, então não faço muito esforço.
- Ei, Noah. Tudo bem? - Cumprimento o homem daquele dia, essa é a primeira vez que vejo ele aqui, eu acho.
- Oi, Sabina. - Ele me dá um leve sorriso e eu retribuo.
- Aqui, sua conta deu 26 dólares. - Mostro na notinha e ele concorda com a cabeça me entregando 30 dólares.
- Pode ficar com o troco. - Ele diz antes de ir embora.
Olho ao relógio e ainda são 18:04, tenho mais 4 horas de trabalho ainda. Solto um longo bocejo só de pensar nisso.
{...}
Me despeço do pessoal e começo a andar até minha casa, os pontos de ônibus a essa hora estão lotados então prefiro ir embora andando, a minha casa não é tão longe.
Umas 2 quadras antes de chegar na minha casa, percebo que tem um carro me seguindo. A pronto, tão me querendo de novo.
Viro em uma rua aleatória, até parece que eu iria levar o meu suposto sequestrador até minha casa.
Me escondo em baixo de uma escada de um dos apartamentos que tinha ali na rua, vejo o carro passando, ok, despistei.
Esperei mais uns cinco minutos e corri até minha casa.
Eu estava começando a ficar com medo dessa perseguição toda, e olha que nem sei o que eu fiz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hidden
Fanfiction- Eu não menti para você, eu só deixei oculto. Tudo começou as mil maravilhas, mas Noah nunca soube se entregar a um relacionamento e como isso funcionava. Por isso ele ocultou coisas essências de Sabina, e a mesma não gostou nenhum pouco. Será que...