never not

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no meu coração com as memórias do que fizemos. noite do dia 5, entre b e a.

não tem como eu esquecer.
enquanto eu viver e enquanto eu amar, eu nunca não vou pensar em você.

[never not by lauv]

Taehyung estava tentando matá-lo. Foi nessa conclusão que Jeongguk chegou aquela manhã quando, ainda largado em sua cama, apanhou o celular na mesa de cabeceira e, ao desbloqueá-lo, uma notificação chamou sua atenção. Entre as barras de mensagens de Jimin, pedindo-o a senha da Netflix — que ele tinha perdido de novo —, as do grupo que tinha com seus amigos da faculdade — Yugyeom estava pedindo a resposta de uma atividade às três e meia da manhã e Eunwoo respondeu mandando-o ir dormir, embora também estivesse acordado, o que gerou uma discussão idiota entre os dois, enchendo o grupo de mensagens banais — e uma notificação de algum post que seu irmão tinha marcado-o no Twitter, havia a mensagem dele.

Tae [6:12 a.m]

bom dia, ggukie.

eu perdi o sono e resolvi fazer o café da manhã logo. por favor, se as panquecas estiverem ruins não me diga porque eu tô meio orgulhoso delas.

bom apetite!~~

Como despedida, o mais velho enviou uma foto sua ainda de pijama, o cabelo volumoso todo bagunçado, os olhinhos baixos e uma carinha amassada de sono. Jeongguk precisou enfiar o rosto no travesseiro para abafar o seu grito de pura frustração porque não conseguia arrumar uma explicação plausível para a beleza estonteante do seu colega de isolamento, muito menos lidar com o fato de que ele estava a poucos metros de distância, uma porta separando-o do Jeon, e esse não conseguia simplesmente olhar naquele maldito rosto perfeito e assumir em alto e bom tom: eu quero muito te beijar.

Jeongguk era um fracasso.

Depois do seu mini-surto, onde passou mais alguns minutos se debatendo na cama, bloqueando e desbloqueando o celular para ver a selca do mais velho e tentando acalmar as batidas ferozes do seu coração, o jovem conseguiu respirar fundo, se levantar e tentar começar o seu dia como se não houvesse um sentimento faminto engolindo-o por todos os lados, crescendo um pouco mais a cada dia, clamando e clamando incansável por Kim Taehyung. Jeongguk já tinha ficado muito bom em ignorá-lo.

No entanto, quando chegou na cozinha, coração saltitando em apreensão por saber o que o esperava, o Jeon teve mais uma prova das óbvias tentativas de assassinato do jovem ator contra a sua pessoa.

Sobre a mesa, Taehyung havia deixado um prato com algumas panquecas em formatos de alguns círculos tortos, ou algo incompreensível, cobertas pela tampa transparente de uma panela. Na pia, estava abandonada a frigideira, vasilha e talheres usados para fazer a comida. Resquícios de um cheirinho de queimado corria pelas paredes do cômodo, mas não foi isso que chamou a atenção do universitário. Do lado do prato de panquecas, havia um cisne de origami, o primeiro animal que aprenderam a fazer juntos, e, assim como a tartaruguinha que Jeongguk tinha deixado para o mais velho na noite anterior, havia uma mensagem escrita no papel colorido da pequena arte.

bom diaaaa ><

Jeongguk abriu um sorriso grande, completamente encantado, com o recadinho simplório. O coração apertou um pouquinho, os olhos brilharam e o rosto ganhou uma coloração rosinha, brilhante; cor de felicidade. Ele estava tão apaixonado que chegava a ser ridículo.

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