A Busca

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Desde a derrota do Senhor do Fogo Ozai e a ascensão do novo Senhor do Fogo Zuko, a nação do fogo estava em uma harmonia que não era vista há anos. Ainda existiam alguns membros da Sociedade de Nova Ozai, que não aceitavam de forma alguma o novo governante e demandavam a libertação de Ozai. Mas, com a ajuda das guerreiras kyoshi, os oficiais da nação do fogo haviam prendido a maioria deles e os que ainda restavam, estavam foragidos.

Apesar disso, Zuko ainda permanecia preocupado com sua segurança e possíveis revoltas, pois uma das pessoas mais perigosas da nação do fogo também estava foragida: a Princesa Azula.

Nós, as guerreiras kyoshi, nos oferecemos para ajudar Zuko a buscar por ela e Suki confiou a mim essa importante missão. Só de pensar em ver a Azula novamente, o meu estômago se revolvia e um calafrio passava pela minha espinha. Eu fiquei meio hesitante ao ser designada para essa missão, mas a Suki reafirmou que eu era a única pessoa que conhecia de fato a Azula, a mais próxima dela, mais ainda do que a Mai.

Inclusive, eu tentei convencer a Mai a vir comigo, mas ela disse que não queria que a Azula estragasse seu relacionamento com Zuko novamente e que precisava ajudar sua família a cuidar de seu irmão e da floricultura. Afinal, havia pouco tempo que a Azula havia sequestrado seu pequeno irmão e esse tipo de coisas gera traumas, eu sei muito bem.

Engoli em seco, respirei fundo e pensei para onde a Azula provavelmente iria para se refugiar e tramar seus novos planos. Fechei os olhos e me lembrei que havia um lugar capaz de apagar as marcas do passado, de revelar o seu verdadeiro eu, e por mais que a Azula não admitisse, ela estava frustrada e magoada.

Ao seu ver, nós a havíamos traído e ela ainda não havia nos perdoado por tê-la deixado ser presa, por ter a abandonado. Talvez, ela só quisesse esquecer por um tempo tudo isso e relaxar um pouco, antes de seguir em diante com seus planos mirabolantes.

A brisa marítima era leve e reconfortante, o som das ondas era extremamente tranquilizante, mas eu não podia me deixar levar pela magia da Ilha Ember, eu estava lá por um motivo e esse motivo, não tinha nada a ver com o da outra vez que havíamos estado ali. Ainda assim, não pude impedir que as memórias transitassem pela minha mente.

Azula estava deslumbrante naquele dia na festa, as roupas da nação do fogo sempre a deixavam espetacular, não que ela já não fosse linda com qualquer roupa que usasse, mas o vermelho era definitivamente o tom dela. Lembro de seus olhos dourados flamejando sempre que ela queria muito algo, eram belos e ao mesmo tempo, um pouco assustadores, pois geralmente eram seguidos de chamas azuis nas mãos ou raios.

Ainda que a Azula fosse uma pessoa muito instável emocionalmente, ela tinha uma mente brilhante, brilhante e perigosa diga-se de passagem, mas com o modelo paterno que teve, já era de se esperar. Sua mãe, Ursa, a deixou de lado por muito tempo, dando atenção demais ao Zuko. Então, a Azula se espelhou cada vez mais em Ozai e esse foi o seu maior erro.

Eu sempre tentei convencê-la a se tornar uma pessoa mais harmoniosa e se afastar do caminho de destruição e caos de seu pai, mas sempre foi em vão. Suspirei, a Azula era uma pessoa muito difícil de lidar, mas não era psicopata igual ao pai, por mais que tentasse parecer assim na maior parte do tempo para demonstrar força, ela tinha um lado frágil que gostava de esconder a todo custo.

Balancei a cabeça, foco Ty Lee, você precisa rastrear a Azula. Olhei em volta e a ilha Ember parecia 100% normal, o sol radiante no céu e as pessoas brincando na areia da praia, tomando banho de sol, construindo castelos de areia e afins, nada suspeito por aqui.

A casa de praia da família real havia sido limpa e reformada por ordem do Zuko, pois ele queria que estivesse exatamente como era em sua infância. Em parte, pela nostalgia e em parte, porque ele ainda queria levar sua mãe com sua nova família para passar férias lá um dia, quando todo o perigo passasse. Além disso, ninguém gostava da casa velha das "vovós" Lo e Li, só de pensar me veio aquele cheiro nauseante de mofo e coisas antigas.

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