Kim andava pelas ruas parisienses com o coração pesado, sem acreditar na briga que acabara de ter com a melhor amiga. Foram raras as vezes em que ambos brigaram daquela forma, e ele não se lembrava de uma briga tão feia. Ele nunca tinha devolvido o colar de estrela, afinal.
- Que bosta... - murmurou, pensando no olhar triste que recebeu da garota ao entregar o pingente. Aquele tinha sido um presente especial, e ele o guardava consigo desde ambos eram crianças. Sabia como a amiga era carinhosa e dava valor aos presentes, especialmente se eram feitos por ela.
Seus pés congelaram, e ele olhou para o alto. As estrelas já cobriam o céu de Paris, e Marinette estava sozinha, abandonada por ele. Ela tinha realmente dito coisas que o magoaram, mas ele - por mais que detestasse admitir - também não havia agido corretamente com ela. Estava pouco se fodendo para Adrien ou o que ele pensava, mas magoar Marinette o destruía. Quer saber? Foda-se meu orgulho. Eu vou atrás dela.
Kim saiu correndo pelo caminho que acabara de percorrer, sem se importar com os olhares de estranhamento que recebia dos outros transeuntes. À medida que corria, se dava conta de coisas que havia sido idiota demais para não perceber antes. Era Marinette. Era ela a garota para quem corria quando estava em seus melhores dias e quando estava em seus piores dias. Era ela quem sabia de seus segredos mais podres, mas não se afastava do garoto mesmo conhecendo todos os seus defeitos. Era ela quem sempre estava ao seu lado, não importasse quanto tempo passasse ou quantos desentendimentos tivessem. Era ela a pessoa que ele mais amava e mais queria bem nesse mundo.
Sempre havia sido Marinette.
Chegou ofegante à frente do colégio, que já havia fechado. A azulada não parecia estar em lugar algum, então ele continuou o caminho que ela fazia todo o dia para casa. Porém, ao chegar em frente a padaria, não viu as luzes do quarto da garota acesas. Havia a possibilidade de ela ter ido dormir, mas estava cedo demais. E de qualquer forma, Kim estava com um mau pressentimento. Merda, eu não devia ter deixado ela voltar sozinha.
Refez o caminho de volta para a escola, com a esperança de encontrar a amiga por ali. Antes, porém, que chegasse ao colégio, teve a impressão de ouvir gemidos vindos de uma ruela escura. Com o coração disparado, entrou silenciosamente no local, escutando os gemidos ficarem mais altos e sons de alguém se debatendo.
- Cala a boca! - uma voz grossa gritou, e Kim ouviu um grito abafado. Um grito feminino.
Andou mais um pouco e viu um homem, talvez alguns anos mais velho que ele, sobre uma garota. Uma garota de cabelo preto, quase azul.
- Marinette! - gritou, correndo em direção ao homem e o empurrando para longe da garota. - Mari?
- K-Kim? - os olhos assustados da garota encontraram os seus, e se o garoto pensava ter tido o coração destruído pela briga de antes, agora ele tinha sido pulverizado. - C-Cuidado!
O chinês se virou, não sem antes receber um soco em seu rosto. O homem avançou sobre o jovem, e os dois se engalfinharam em uma luta de socos. Kim conseguiu imobilizar o homem, acertando repetidamente seu rosto e descontando todo o furor que sentia. Não apenas por seus problemas pessoais, mas por ter atacado Marinette. Sua melhor amiga. A pessoa que mais amava naquele planeta.
Levantou-se, ofegante, após ter a certeza de que o agressor não iria acordar tão cedo. Por sorte o homem, se tinha, não sacara nenhuma arma, o que permitiu a vitória do jogador de basquete. Tudo bem que levara alguns socos que com certeza deixariam marcas por um bom tempo, mas sabia que poderia ser pior.
- Kim! - virou-se na direção da voz da garota, que o abraçou. - V-Você tá bem?
- Tô, Mari. - ele se afastou um pouco, olhando para a amiga. Vasculhou seu rosto à procura de machucados, achando um arranhão à altura da testa da garota. - Ele te machucou.
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Juntos Pelo Destino
FanfictionKim e Marinette eram melhores amigos desde que se entendiam por gente, por conta da relação próxima de suas famílias. Aos seis anos, ambos fizeram um pequeno - mas sincero - juramento, de que jamais iriam se separar, não importava o que acontecesse...