- Kiiiiiim! - gritou a pequena garotinha, ao ver seu melhor amigo cair dos patins em que tentava andar. - Kim, você tá bem?!
- T-Tô. - respondeu o menino, segurando o joelho ralado e as lágrimas que teimavam em queimar em seus olhos. Kim era um garoto forte, não iria chorar na frente de ninguém, muito menos na frente de sua amiga Marinette. - Tá t-tudo bem, Mari, n-não precisa se preocu- AI! - gritou, quando a azulada tocou de leve no seu machucado.
- Não tá tudo bem não! Olha só, 'cê se ralou! Vem comigo. - ela o ajudou a se levantar e o segurou, tentando o apoiar. Era uma cena cômica: duas crianças de 6 anos, uma pequena menina tentando carregar seu amigo, bem mais alto que ela, em direção à fonte do parque, ambos meio mancando, meio se arrastando. - Senta aqui.
- Mari, eu tô bem... - bufou Kim, envergonhado pela atenção que ela lhe dava.
- Só confia em mim, Kim! - respondeu ela sorrindo, o fazendo corar ainda mais. Kim conhecia Marinette desde que ambos eram pequenos bebezinhos por conta da amizade entre as famílias, e desde que conseguia se lembrar achava Marinette a menina mais bonita e legal do mundo. Ela era gentil, e sempre concordava com todas as brincadeiras malucas que ele inventava. Juntos, já haviam ido à Lua, explorado o fundo do mar e invadido um castelo abandonado cheio de tesouros, guardado pelos mais terríveis monstros. Na verdade, Kim gostaria que Marinette tivesse sido a princesa que ele, o grande cavaleiro, iria resgatar, mas a menina insistiu tanto que ambos foram grandes cavaleiros.
O garoto fechou os olhos com força quando Mari jogou um pouco de água em sua ferida, e quase gritou quando ela passou a mão de leve para limpá-la. A mestiça tentava ser o mais delicada possível, para não machucá-lo ainda mais. Além disso, ela não queria fazê-lo chorar: sabia que ele odiava chorar na frente dos outros. Por isso, foi limpando o ralado com cautela, até que toda a poeira e pedrinhas saíssem de seu joelho.
- Pronto. - disse ela, olhando satisfeita para o joelho do garoto. - Agora só falta a gente colocar algo por cima.
- E-Eu não tenho nenhum curativo... - respondeu o garoto, tentando firmar a voz. - 'Cê tem?
- Não... Já sei! - com um brilho nos olhos, a garota tirou a faixa que estava em seus cabelos de um negro quase azul, passando grosseiramente por cima do machucado e amarrando no final. - Acho que vai servir.
- M-Mas vai sujar sua faixa! E ela é a sua favorita!
- Não tem problema! - disse ela, segurando a mão do amigo e sorrindo seu lindo sorriso. - Vai te ajudar, então tudo bem.
- O-Obrigado. - respondeu Kim, envergonhado. Ele olhou para a faixa da amiga, já molhada e suja de sangue, e se sentiu culpado. Bem que sua mãe tentara o convencer de usar equipamentos de proteção, como capacete, cotoveleiras e joelheiras; porém, por ser já um garoto crescido, Kim aceitara usar apenas o capacete. Agora, ele se perguntava se não teria sido melhor ouvir sua mãe.
- Você quer voltar pra perto da minha mamãe e da sua? - perguntou a menina. Ambos tinham se afastado quando Kim calçara os patins e saíra voando, com Marinette correndo em seu encalço. As mulheres deveriam estar entretidas em uma conversa muito boa, para não terem saído correndo gritando pelo nome dos dois.
- Não! - respondeu rápido demais, corando em seguida e baixando o olhar enquanto fazia um bico. - Ela vai gritar comigo e puxar minha orelha quando chegarmos em casa... - Marinette riu ao ouvir isso, mas concordou em esperar mais alguns minutos com o amigo.
- Mari... - chamou Kim, após alguns instantes de silêncio. - Desculpa por fazer 'cê usar sua faixa... Ela tá toda suja agora.
- Tudo bem, Kim. - respondeu a menina, sorrindo. - Eu tenho um montão de outras, você pode ficar com essa se quiser.
- Ficar? Mas... - Kim olhou torto para a faixa, amarela com coraçõezinhos cor de rosa. - Ela é meio... De menina...
Marinette olhou para a faixa e então para a expressão no rosto de seu amigo, e riu. Kim era o perfeito "homenzinho"; era de se esperar que não fosse gostar de "coisas de menina".
- Ok, ok. - disse ela, ainda rindo. - Então, fica com isso.
Com certa dificuldade, a menina tirou um colar de seu pescoço e colocou na mão de seu amigo, que a olhava surpreso. Era colar simples, feito de um cordão prateado com um singelo pingente de estrela branca. A estrela era decorada com pequenas pedrinhas amarelas brilhantes, que cintilavam à medida que o garoto movia sua mão.
- M-Mas é seu, Mari! Não posso ficar com isso!
- Pode sim! É um presente, de mim pra você! Sabia que fui eu que fiz? - ela se aproximou, sorrindo cúmplice e cochichando no ouvido do amigo. - A mamãe me ajudou a fazer, mas a ideia foi minha.
- Poxa... Obrigado. - disse ele sorrindo, deixando os dois buracos onde antes estavam seus dentes à mostra e segurando o colar com mais força. - Vou te dar uma coisa também!
- O que? - os olhos da menina brilharam. - Seus patins?!
- Nããão! - respondeu, abraçando de forma protetora os objetos. - Bem... Na verdade eu não tenho nada pra te dar agora, Mari... Mas vamos fazer um juramento!
- Juramento?
- É! - disse o menino, animado com a ideia. - Vamos jurar que vamos ficar juntos pra sempre, não importa o que aconteça!
- Aaaaah... Deixa eu pensar... - Marinette colocou a mão no queixo e fez uma expressão pensativa, deixando o chinês preocupado. Será que ela não vai querer? - Siiiim!
- Certo! Então, - Kim estendeu o dedo mindinho de sua mão, fazendo uma expressão muito séria. - eu, Le Chién Kim, juro que ficaremos juntos pra todo sempre, e que nada nem ninguém vai separar a gente.
- E eu, Marinette Dupain-Cheng, também juro que ficaremos juntos pra sempre, e que nunca, jamais, ninguém vai separar a gente. - completou a menina, juntando seu mindinho com o do amigo e completando o juramento sagrado que fizeram.
- Kim! Marinette! - a voz de Sabine ecoou pelo ar, fazendo com que a atenção de ambos se voltasse para a chinesa que os chamava perto das árvores. - Venham, é hora de irmos embora!
- Já vamos, mamãe! - gritou a pequena em resposta, se levantando e correndo junto com seu melhor amigo até a mulher. Kim estava certo: sua mãe, ao ver o estado em que o menino se encontrava, de fato lhe deu uma bronca e puxou sua orelha ao chegarem em casa. Mas Kim estava feliz, pois não apenas passara o dia brincando com Marinette, como também ganhara dela um colar e fizera um juramento de nunca se separarem. Marinette, em sua casa, também recordava a tarde incrível que tivera com seu amigo, e nem sequer se lembrava da linda faixa que perdera ao amarrá-la na perna de Kim.
O que ambas as crianças não sabiam era que aquele juramento fora de fato ouvido e testemunhado pelo destino, que jamais esqueceria os dois pequenos e sua pequena - porém verdadeira - promessa.
E tá aí gente, o primeiro capítulo dessa fic Marikim já começando toda cheia de fofura com eles dois pequenininhos e derretendo corações kkDepois de amanhã terá capítulo novo como sempre, e é isso, obrigada por acompanharem e beijoooo
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Juntos Pelo Destino
أدب الهواةKim e Marinette eram melhores amigos desde que se entendiam por gente, por conta da relação próxima de suas famílias. Aos seis anos, ambos fizeram um pequeno - mas sincero - juramento, de que jamais iriam se separar, não importava o que acontecesse...