- Essa é uma péssima ideia.
- Você é muito pessimista, Marinette! - repreendeu a morena, torcendo o nariz enquanto puxava a mestiça pelo braço. - Você tem talento, tem capacidade física e tem um bônus: se passar no teste, vai poder ver o Adrien quase todos os dias da semana!
- Sinceramente, eu não sei o que vocês vêem nele. - resmungou Kim, com expressão entediada. - Aquele cara é um mala.
- Primeiro, eu não vejo nada nele. - protestou Alya, levantando um dedo na direção do chinês. - Nino o supera, e muito. Segundo, - levantou o segundo dedo. - você não acha isso dele de verdade, você é só um macho ciumento.
- Ei, eu não tenho ciúmes! É só que... Bem, eu não acho que ele e a Mari combinam.
- Vocês podem, por favor, parar de discutir a respeito da minha vida amorosa e me largarem pra que eu possa voltar pro conforto da minha cama? - pediu a garota, já cansada daquela discussão e de ser arrastada pelos seus dois melhores amigos até o ginásio da escola, onde, dali a poucos minutos, aconteceria o teste das líderes de torcida.
- Você sabe que não, garota. - respondeu Alya, rindo - maleficamente, na opinião de Marinette - e continuando sua marcha em direção às duas grandes portas que conduziam à quadra de esportes, onde as duas piores garotas da escola, Chloé Borgeois e Lila Rossi, aguardavam como duas serpentes a chegada de mais presas indefesas como a mestiça.
Sim, Marinette sabia que poderia estar exagerando. Ela sabia que era uma boa candidata para líder de torcida: passara a infância fazendo aulas de ginástica e ballet, o que lhe rendera uma boa coordenação motora e força, agilidade e flexibilidade maiores que as de outras garotas de sua idade. Porém, ao mesmo tempo, ela passara todo o período do fundamental e dos primeiros anos do ensino médio sofrendo nas mãos de Chloe e Lila, que a odiavam pelo fato de respirar o mesmo ar que elas. Além disso, Marinette era a clássica nerd dos filmes adolescentes americanos: tirava as melhores notas da sala, era presidente do conselho estudantil da escola e ainda arranjava tempo para participar das aulas de artes como costureira e criadora oficial dos figurinos do grupo de teatro do colégio. Certo, ela não usava óculos, aparelho e nem era ignorada por todos na escola. Pelo contrário, a garota era conhecida por sua gentileza, dedicação e - não que Marinette soubesse disso - por sua beleza, que não passava despercebida pelos garotos de sua classe e escola no geral; não era à toa que era eleita presidente da classe todos os anos, como Alya dizia.
Ainda assim, Marinette não conseguia se sentir confortável ou confiante naquela situação. Algumas semanas atrás, quando ela e Alya passaram pelo quadro de avisos e viram a chamada para os testes, ela até aceitou tentar, mais pela insistência de Alya e pela possibilidade de ter uma desculpa para ver seu crush treinando com o time de basquete. Porém, a ideia de ter que suportar a Dupla Peçonhenta - como Alya e a mestiça carinhosamente chamavam as duas principais líderes de torcida - por mais horas do que o necessário era algo que não saía da mente da garota. E, sinceramente, ela não achava que ver Adrien valia tão a pena assim.
- Ok, chegou sua hora de brilhar. - disse a morena, acordando Marinette de seus pensamentos e parando em frente às portas onde, atrás delas, estariam esperando os testes. Marinette engoliu em seco.
- Se você me filmar, eu nunca mais falo com você. - disse a mestiça, olhando muito séria para a amiga.
- Relaxa, eu não vou postar, só vou mostrar pros seus pais. Mas eu também preciso de material para quando for publicar uma reportagem sobre a carreira da ginasta Dupain-Cheng, que ganhou as Olimpíadas e-
- Eu não vou ser ginasta, e você sabe muito bem disso. - Marinette suspirou, mas não conseguiu conter o sorriso. Ela podia estar com tanta vontade quanto uma pedra, mas a energia de Alya era contagiante o suficiente para alegrar uma cidade inteira. - Só você pra me convencer disso.
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Juntos Pelo Destino
FanfictionKim e Marinette eram melhores amigos desde que se entendiam por gente, por conta da relação próxima de suas famílias. Aos seis anos, ambos fizeram um pequeno - mas sincero - juramento, de que jamais iriam se separar, não importava o que acontecesse...