Relato 2º

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A minha mãe tem um ditado, daqueles que ela usa em todas as situações.
Ela costuma levantar o dedo indicador e balançar ao ar, para enfatizar cada uma das palavras: Ao menor sinal contrário do universo que você insistir, você sempre estará no lugar errado e na hora errada, não importa o rumo da história.

E como todo ditado de mãe, é tiro e queda.

2017.

Eu estava em casa, era o meu primeiro final de semana de folga em muitas semanas, estava revisando o meu artigo quando a minha irmã e a J entraram no quarto.

Estavam animadas demais para o meu gosto, afinal, era o meu final de semana do sossego.

O namorado da minha irmã tinha uns amigos que promovem estas festas legais quando você é jovem, o DJ era um cara famoso em nossa cidade, tínhamos convites VIPs e era o início das minhas duas semanas de folga, poderia pedir por mais?

(Bem, naquela época eu achei que não, sempre achava que não, afinal, eu só tinha 19 e estava começando a faculdade). E é aqui que tudo realmente começa... (Gostaria de dizer que termina, mas aprendi que nem o fim é uma coisa ruim).

Parafraseando e distorcendo a própria Cristina Yang eu digo: Eu era o sol. Como a casa do meu signo: eu estava em todas, era como ser a garota popular na história perfeita, eu conhecia e era amiga de todas as pessoas do prédio do meu curso, eu sempre tinha um minuto pra falar com todos, o que quer que fosse, eu estava lá para apoiar ou dar uma opinião.

Eu tinha tudo, meu nome sempre estava nas festas, minhas notas eram boas, meu trabalho era bom... Eu era boa.

Até ele.

Neste dia eu terminei o meu artigo, dispensei o cara do serviço que eu tinha combinado de pegar um cinema e fui atrás da minha irmã e da J, afinal, tínhamos a tal festa para ir.

Eu sabia que ele estaria lá, fiz o meu melhor para manipular a situação e fazer o meu cunhado a levá-lo. Ele era praticamente o irmão do meu cunhado e um dos melhores amigos da minha irmã. Nós nos vimos pela primeira vez no aniversário do meu cunhado.

Eu soube que o queria desde o início, mas era uma festa de família, e bem, eu estava ocupada entretendo as pessoas com o que faço de melhor: falar, falar e falar. (sobre qualquer coisa, juro).

Mas, o ditado de mãe é forte e aqui vão os sinais: chuva o caminho todo, o uber não encontrava o destino e nem nós 3. Com isto, quando chegamos na tal festa, num lugar longe para um caralho e que eu não conhecia, eu o vi, e soube: iria tê-lo.

E bem, eu consegui...

Tudo bem, uma coisa de um noite, eu tinha uma rotina conturbada, não cabia relacionamento e eu estava perfeitamente bem com isto.

Não peguei o telefone dele, não precisava, era uma regra minha e da J: uma noite só, nada de relacionamentos até o fim da faculdade!

No outro dia, voltei a vida real... Estudar, estudar e estudar, até o meio da tarde quando liguei o celular e tinham duas mensagens de um número desconhecido.

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