𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, 𝘵𝘦𝘦𝘯 𝘸𝘰𝘭𝘧

🌊 - i don't wanna say goodbye.

Isaac Lahey x Leitora
pedido por: Lau_gh_out
aviso: quando as falas estiverem em itálico, é porque eles estão falando em francês.
boa leitura

[Seu nome]

— ...daí eu perguntei o signo dele, aí ele disse que era leão! Amiga, leão! Sabe que eu fujo de leão como o diabo foge da cruz, não dá para eu entrar em um relacionamento com alguém de leão! – Liv lamenta-se agarrada ao meu braço esquerdo.

— Tá, e você fez o que? – pergunto sem a mínima vontade de saber de mais um dos encontros frustrados dela que escolhe por signo.

— Então né, eu... Ai amiga, olha ele ali!! Vou lá falar com ele, já volto – ela diz ao olhar para o lado e livra-se de mim abruptamente correndo na direção de um homem realmente muito bonito.

Suspiro pesado e enfio minhas mãos na jaqueta que uso para me aquecer, e então olho para a torre à minha frente, suas luzes ligadas tornando-a mais bela, iluminando essa bela noite.

Eu não queria sair do conforto da minha casa para vir até a Torre Eiffel só porque Olivia queria me contar sobre o último encontro dela - que aliás, eu nem entendo o porquê do encontro ter que ser discutido perante o monumento - mas apesar disso, é gostoso estar aqui, olhando para o que um dia já foi a estrutura mais alta do mundo.

Meus olhos passaram da torre para as pessoas à minha volta, a maioria casais, tirando fotos ou apenas abraçados, mas o que realmente me chamou atenção foi um homem sozinho, olhando fixamente para o monumento. Ele não deveria me provocar curiosidade, talvez tenha sido abandonado pelo amigo como eu fui abandonada pela minha amiga, mas ele parece exalar algo que me intriga.

Estava em um dilema na minha cabeça, entre me aproximar ou não dele; a voz da minha mãe ecoava por meus pensamentos dizendo "[Seu nome], não fale com estranhos", mas há uma outra voz dizendo que essa frase não se aplica a essa situação. No fim, acabei optando por ir falar com ele, quando vi o mesmo deslizar sua mão pela bochecha antes de enfia-la de volta na jaqueta que usa, indicando que ele provavelmente limpava uma lágrima.

— Olá, com licença, você está bem? – pergunto ao me aproximar e acabo batendo mentalmente em minha testa por minha estupidez.

Claro, é porque um estranho vai se abrir comigo.

O estranho acabou assustando-se com o que eu falei, parecia imerso aos próprios pensamentos demais para perceber o mundo a fora, o que o fez virar-se rapidamente em minha direção.

Agora sou eu que estou assustada.

Deveria ser um crime tanta beleza em uma pessoa só, ele poderia dividir conosco, reles mortais, mas não, são como deuses egoístas que preferem pisar encima de nós com sua beleza exuberante.

Seus lindos olhos azuis piscaram duas vezes antes do mesmo retomar a consciência do que ocorria e se dirigir a mim.

— Ah, desculpe, eu não falo francês – o sotaque britânico saindo de sua boca atraiu minha atenção ao seus lábios, rosados e aparentemente tão convidativos, mexendo-se de forma uniforme, conforme as palavras iam saindo. Por um momento, quase esqueci o que ele havia dito.

— Uau, como vem sendo sobreviver a França sem falar o idioma? – pergunto sorrindo, pondo-me ao lado dele.

— Eu vim com um amigo, ele fica encarregado do idioma – ele responde rindo fraco, mas abrindo um sorriso logo no fim.

Meu coração deu mais saltos do que criança em pula-pula quando ele sorriu, virou um daqueles momentos em que o mundo parecia parar ou começar a rodar de câmera lenta, e eu, mais uma vez, olhando nada sutilmente para sua boca.