𝑬́𝑻𝑶𝑰𝑳𝑬 | 𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗢𝗻𝗲

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𝐈𝐬𝐨𝐥𝐝𝐞 não queria conter sua alegria naquele dia

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𝐈𝐬𝐨𝐥𝐝𝐞 não queria conter sua alegria naquele dia. Esperou tanto por aquele momento, durante toda sua vida imaginava como seria o dia de seu casamento. Claro, havia um infortúnio na cerimônia: seu noivo não fora escolhido por si, mas sim por sua família que cravava por dinheiro. Todos eles rastejariam pela fortuna que a família Argent tinha a oferecer. Particularmente, Isolde achava ridículo mas a verdade era que ela fazia e faria o mesmo pelo resto de sua vida.

Mas era uma sobrevivente, e apenas isso bastava. Então colocou um sorriso no rosto e piscou encantadoramente os olhos para seu noivo, segurando a barra do vestido prata com delicadeza, com inocência.

Seu pobre marido morreu no dia seguinte por intoxicação alimentar. Seu coração ficaria de luto até o final de sua vida imortal.

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ISOLDE ELYSIAN

Os féericos eram uma raça repleta de espécies diferentes e classificações criadas por aqueles mais poderosos. Mas não foi isso que aprendamos nas ruas de Nidhe, o reino onde cresci. Claro, nós ouvíamos histórias sobre as guerras do outro lado e a relação entre seus mundos, entre seus reinos e suas cortes. O poder os levava à guerra e aqui o poder era tudo.

Lembro-me das histórias que minha mãe me contava no silêncio do subterrâneo. Histórias sobre riquezas e belezas que nós desse lado jamais seríamos capazes de imaginar. Existem milhares tipos de flores, ela me contou, e um dia você as verá de perto. Nunca acreditei no tom de voz vacilante enquanto as lágrimas caiam, como se ela apenas sonhasse que isso aconteceria comigo. Mas eu também não entendia na época o que Vidente significava. E veja só como estou hoje: em uma caverna tão suja quanto a que cresci esperando ser abatida pela morta enquanto vejo flores que jamais tinha imaginado que veria.

Não mexi um músculo quando vi as tochas chegando mais perto. Elas se misturavam com a cores vermelhas e os tons de laranja nas árvores da Corte Outonal. O brilho da lua e o vento batiam em minha pele e a falta de casaco trazia arrepios. Meu cabelo estava perfeitamente preso no topo de minha cabeça, com os poucos fios caindo em meu rosto fazendo cócegas. Os gritos eram intermináveis e cheguei a me perguntar se Beron, o Grão-Senhor, sequer conseguia dormir. Talvez ele fizesse tanto barulho quanto os filhos dele, que deviam me farejar como cães de caça. E surpresa, eu era a presa.

Quando notei por mim mesma, já corria na direção oposta das chamas e cabelos vermelhos. Se conseguisse chegar até a invernal conseguiria me disfarçar entre eles. Meu cabelo certamente ajudaria com isso. A coloração branca era parecida com a daquela corte - pelo que vi nas poucas vezes que um deles cruzava o território para a Outonal. Ri baixo com a estupidez daquele lugar. As sentinelas eram intermináveis, mas ainda sim não conseguiam capturar crianças curiosas. Quem dera a bruxa que tanto os intimida e joga pragas por diversão. Mas era quase irônico ser culpada pela maldade e sujeira que cada corte guarda em seu redor. O submundo das cortes nunca, por qualquer sorte que fosse, exposto ao mundo. Sempre me diverti vendo todos os bobos que eles são atrás de bruxas quando elas ocupam suas cortes e as destroem de dentro para fora. Claro, com o reinado de Amarantha tudo ficou mais difícil. Ou melhor, mais fácil para nós desse lado, o lado oculto e que todos eles tentam destruir.

𝐖𝐄𝐋𝐓𝐒𝐂𝐇𝐌𝐄𝐑𝐙 - 𝐀 𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐎𝐑𝐍𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐑𝐎𝐒𝐄𝐒Where stories live. Discover now